Excelência na qualidade e nos resultados dos processos de criação de GIR e Girolando
Reportagem e texto
Marcelo Franco Martins
No Brasil e no mundo, parcerias são a chave para ótimos resultados nos processos do mercado agropecuário, esse grandioso e cada vez mais potencial setor da economia.
O Grupo MF Rural, na direção desse fluxo contínuo e dinâmico, procura estabelecer vínculos de parceria com grandes empresas e projetos.
Um desses casos promissores é a recente parceria com a Fazenda Floresta RBB, da médica veterinária e administradora Dra. Roberta Bertin Barros, de Lins, SP.
A equipe da MF Rural participou de um Dia de Campo na linda propriedade da Fazenda Floresta e fizemos entrevista com a Dra. Roberta.
Sempre muito simpática respondeu nossas perguntas:
MF Rural – Como começou tua carreira na agropecuária?
Dra. Roberta – Me formei em medicina veterinária em 1995 e Administração de Empresas em 2003. O laboratório de FIV (fertilização in vitro) foi montado em 1998. Na época trabalhávamos na seleção de Nelore PO, todos registrados na ABCZ , sendo a reprodução toda feita através do método FIV. Em 2009, juntamente com o Nelore, fomos adquirindo animais da raça GIR leiteiro dos mais renomados plantéis do Brasil. Em 2010 começamos a produzir as primeiras ½ sangue Girolando para comercialização. No ano de 2012 finalizamos o trabalho com Nelore PO e focamos na genética e produção de leite.
MF Rural – E como está a Fazenda Floresta hoje?
Dra. Roberta – Nossa produção atual é de 10 mil litros ao dia, com 370 vacas em lactação. Temos um lote de 150 Gir PO, doadoras de embrião para a evolução do plantel. Hoje a propriedade possui 2 ordenhas com capacidade para 600 vacas em lactação. Também mantemos 2 pivôs de 18 hectares cada. Um biodigestor com capacidade de 770 mil litros para reaproveitamento do biofertilizante.
MF Rural – Vocês possuem laboratório próprio de Fiv, não é?
Dra. Roberta – Sim. Todos os nossos animais são desenvolvidos em nosso laboratório, chamado Reproll: com isso, em todos os animais são feitos DNA, todos são registrados e possuem lactações oficiais em suas respectivas associações de raça. O Reproll desenvolve serviços a terceiros também, de diferentes raças. Nosso índice gira em torno de 60 a 65% de prenhez em novilhas receptoras e, para as vacas em lactação, temos índice em torno 45 a 50%. O melhoramento genético é feito através rigorosas avaliações e seleção das doadoras acasaladas com os melhores touros mundiais HPB. Comercializamos animais de todas as idades e também programas de embriões.
MF Rural – E o sistema de pivôs da Fazenda, que hoje se tornou referência no Brasil, como funciona?
Dra. Roberta – Com os pivôs e nossa região de clima tropical, sempre conseguimos fazer uma adubação de precisão e – consequentemente, alta produção de forragem por hectare de altíssima qualidade – chegando a 23% de PB (proteína bruta) a baixo custo. A lotação de verão é de 15 a 16 UA/ha e inverno 8 UA/ha, tendo a possibilidade de se fazer a sobre semeadura de aveia e azevém no tifton 85. Com o apoio do pivô instalamos uma linha independente para refrescamento das vacas para os horários mais quentes do dia. Sempre pensando no melhor conforto e bem estar dos animais. Participamos de um curso com o nome de Cow Signals, onde fomos avaliados em bem estar animal durante o período de lactação. Tiramos 88 pontos, que é o maior pontuação entre as 25 propriedades avaliadas em todo o Brasil. Tivemos o melhor desempenho pois, neste sistema o animal fica em seu próprio habitat natural (pasto). Nós brincamos aqui que nosso pasto é nossa horta. Estamos cuidando da nossa horta. Os animais também recebem resfriamento com ventiladores e aspersores na sala de espera.
MF Rural – Fale um pouco da qualidade do leite produzido aqui.
Dra. Roberta – Hoje buscamos exportar leite do Brasil. Chega de importar. A ½ sangue produz um leite de altíssima qualidade. A qualidade do nosso leite tem os seguintes índices: gordura 4,06, proteína 3,68, lactose 4,65, CCS 287, CBT 13.
MF Rural – Como anda a relação da Fazenda e do Laboratório com outros países da América Latina?
Dra. Roberta – Estamos licenciando nosso laboratório para exportação de embriões. Já temos uma demanda grande para outros países. Também estamos em processo de aprovação do SIF (Serviço de Inspeção Federal), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Em breve poderemos ampliar nossa participação no mercado, mostrando a genética brasileira, o melhoramento que foi feito no sistema de produção leite nos trópicos, a pasto. O Girolando é um gado resistente, que consegue converter bem o capim, com alta produção. Isso praticamente mudou a história da genética em relação a espécie. Esses resultados conseguimos através do melhoramento genético e correta seleção dos animais. Países como Colômbia, Guatemala, Panamá, Paraguai, Bolívia, México e África do Sul estão entre os que se interessam pelo nosso trabalho.
MF Rural – E a parceria com o MF Rural, tem sido produtiva e rentável?
Dra. Roberta – Nós estamos gostando muito. É uma parceria que veio para ficar. O modo de divulgação do sistema é praticamente todo feito pela internet e é muito eficiente. Isso independente de onde o produtor estiver acessando o site, em todas as plataformas disponíveis. O nível de transparência do pessoal que cuida de todo o processo é o melhor que já tivemos. O MF Rural está de parabéns!