De acordo com pesquisas publicadas no início do ano passado, até 2030, mais de 104 milhões de toneladas de plástico serão despejadas no mar. É evidente a preocupação com o meio ambiente em relação a esse polímero. Em 2018, o Brasil ocupava o 4 lugar no ranking de países que mais produzem lixo plástico no mundo.
Alguns tipos de plástico demoram até 200 anos para sumir por completo da natureza e ao serem despejados diretamente no mar, geram problemas sérios com a fauna marinha. Muitos animais marinhos morrem por comer um pedaço de plástico confundindo com comida.
Segundo um estudo lançado pela WWF em março do ano passado, cerca de 10 milhões de toneladas de plástico são lançadas no mar todos os anos. Isso equivale a 23 mil aviões Boeing 747 lotados despejando lixo nos mares e oceanos todos os anos.
O petróleo e a produção de plástico
O petróleo é o principal material na composição desse tipo de produto. A sua durabilidade é tão alta, porque ele não sofre ação dos agentes decompositores e, consequentemente, não é biodegradável. Por esse ser um elemento prático e ser o aproveitamento de um subproduto do refinamento do petróleo ele é produzido em massa, sendo bastante popular.
É difícil encontrar algum objeto que não tenham nenhum resquício de plástico. Celular, escova de dentes, garrafas de todos os tipos, sem contar os objetos que tem mesclas de outros materiais com o plástico.
Descobrindo alternativas para substituir o plástico
Alternativas vêm sendo pensadas para substituir esse produto que é tão degradante para a natureza. A cana de açúcar, vem ajudando desde de 2009 na produção de biopolímeros, que são plásticos que se decompõem mais rapidamente por serem derivados de compostos biodegradáveis.
No início deste ano, na Universidade de São Paulo foi desenvolvido um componente derivado do bagaço de cana que pode substituir o petróleo na fabricação de plásticos. A pesquisa é do Instituto de Química de São Carlos, feita pelo cientista Antônio Burtuloso.
A substância criada por ele, pode ser usada na substituição de alguns tipos de plásticos. Plásticos mais duros como aqueles usados na fabricação de painéis de veículos e também na produção de algumas espumas.
Os resultados da sua pesquisa foram publicados na revista Green Chemistry e pretende apresentar alternativas ao petróleo na produção de plástico. A cana de açúcar é uma opção renovável e verde, sendo benéfica ao meio ambiente, porque o seu período de decomposição é muito menor do que do plástico comum.
Quando essa substância se tornará mesmo plástico?
Ainda está muito cedo e é preciso muito trabalho para que a molécula possa chegar ao mercado em produtos já acabados, se tornando plástico verdadeiramente. Ela é ainda apenas uma substância que precisa ser testada a eficiência, para posteriormente gerar investimentos e se fazer presente em produtos do dia a dia das pessoas.
É um composto que leva cerca de 24 horas para ser produzido em laboratório. E ainda estão em busca de pessoas que possam patrocinar e ajudar no desenvolvimento e melhoramento dessa substância que pode ajudar muito o meio ambiente.
Como é produzido o plástico de cana de açúcar?
O plástico que provém da cana de açúcar é mais conhecido como plástico verde e ele já é produzido como subproduto do etanol. Ele tem a mesma composição do polietileno comum, possuindo as mesmas propriedades e aplicações.
Sua maior diferença é o tempo de decomposição e degradação, sendo menos nocivo ao meio ambiente. Enquanto, em média o plástico do petróleo leva no mínimo 40 anos (menos consistentes e simples), o proveniente do etanol leva de 3 a 6 meses apenas para desaparecer.
A descoberta feita pelo professor do instituto, é muito importante para reaproveitamento do bagaço de cana. Ao todo, na safra 2015/2016 o Brasil produziu cerca de 166 milhões de toneladas de bagaço e grande parte desse volume é jogado fora. Portanto, essa é uma matéria prima que existe em abundância e não gera custos a mais para o produtor, estando disponível em boa quantidade.
A cana de açúcar é uma boa solução para substituição dos plásticos de petróleo e o produtor de cana é extremamente importante para impulsionar e transformar esse processo.
O Brasil é o maior produtor mundial de cana de açúcar, só o estado de São Paulo detém cerca de 55% de toda a produção do território nacional. Esse é um tipo de produção que existe no nosso território desde o período colonial e não desapareceu com o passar do tempo.
A cana já é alternativa para vários outros compostos derivados do petróleo, como o etanol, por exemplo. O caso do plástico é ainda mais importante porque permitirá um maior reaproveitamento de todo insumo da cana, até mesmo do bagaço.
Além disso, a biomassa do bagaço da cana também é uma alternativa para as hidrelétricas, como fonte de suprimento e de energia sustentável.
Segundo o Instituto de Economia Agrícola de São Paulo, as fontes de energia de origem biomassa, como: agroindustriais, biocombustíveis líquidos, floresta, resíduos animais e resíduos sólidos urbanos, são apenas 8,9% do total da matriz energética brasileira. Desse número, 76,8% são provenientes do bagaço da cana-de-açúcar.
Por que o plástico de cana de açúcar pode ser melhor do que o de petróleo?
O petróleo é um recurso natural finito ao contrário da cana de açúcar, que é renovável. É importante ressaltar que se continuarmos a extrair esse recurso descontroladamente, corremos o risco de não tê-lo mais no futuro.
E isso é um fato que prejudica todo o ciclo natural e também a economia mundial. Demoraria muitos milhares de anos para ter novo petróleo nos lençóis freáticos da terra. Além do mais usar um produto que provém da cana é respeitar as regras do meio ambiente e cultivar o respeito a natureza.
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