A partir do mês de setembro, os produtores rurais dos Estados do Acre, Paraná, Rio Grande do Sul, Rondônia e parte dos Estados de Mato Grosso e do Amazonas poderão aposentar as seringas de vacinação contra a febre aftosa.
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) publicou uma instrução normativa reconhecendo esses estados como áreas livres de febre aftosa. A vacinação estava suspensa em toda essa área desde o início de maio.
A norma também determina que o ingresso em Santa Catarina de animais e produtos de risco para febre aftosa, provenientes desses seis Estados, devem observar as diretrizes definidas para origem em zona livre de febre aftosa com vacinação, até seu reconhecimento pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) como zonas livres de doença sem vacinação.
Até 2026, o Brasil espera finalizar o processo de erradicação da febre aftosa, sem vacinação, para todo o território nacional. Os últimos focos da doença registrados no País ocorreram no Rio Grande do Sul, no ano de 2000, e em Mato Grosso do Sul e Paraná no ano de 2006.
Luta contra a febre aftosa
Há mais de 50 anos o Ministério da Agricultura e Pecuária, em parceria com a iniciativa privada, desenvolve programas para erradicar a febre aftosa dos rebanhos brasileiros. O último caso registrado no Brasil foi em 2006.
De olho na abertura de novos mercados, o Brasil busca ser reconhecido como um país que erradicou a aftosa sem precisar vacinar o gado, que é o status máximo de sanidade nesse setor. Dessa forma, liberar seis Estados da vacinação já é considerado um passo importante para a pecuária brasileira.
A previsão era de que todos os estados parassem com a vacinação em 2021, mas o Ministério da Agricultura prevê mudanças nesse cronograma por causa da pandemia do coronavírus. Tanto que no site oficial do órgão consta que o Plano Estratégico para o Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa (PNEFA), está previsto para ser executado nos próximos 10 anos.
O objetivo é criar e manter condições sustentáveis para garantir o status de país livre da febre aftosa e ampliar as zonas livres sem vacinação, protegendo o patrimônio pecuário nacional.
Qualidade da vacina
De acordo com o vice-presidente executivo do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan), Emilio Salani, o Brasil conta com uma das vacinas mais seguras e eficientes para imunizar o rebanho.
Segundo ele, o Ministério deve seguir com um planejamento definido e trabalhar com uma previsibilidade de 12 meses para que não faltem vacinas.
“O produtor não tem motivo nenhum para tomar uma decisão intempestiva. Pode tomar a decisão com calma, apoiar o plano e continuar vacinando porque nós temos, hoje, a vacina mais adequada para um rebanho dessa magnitude”, afirmou Emilio Salani.