Além do etanol, cachaça, açúcar e até na produção de energia elétrica, a cana-de-açúcar brasileira está ganhando mais uma utilidade, a vacina.
A empresa americana de biotecnologia Amyris e o Instituto de Pesquisa de Doenças Infecciosas (IDRI) fecharam parceria para desenvolvimento de um programa de desenvolvimento de uma vacina contra a COVID-19.
O objetivo é criar potencial para liderar a eficácia de uma solução de vacina contra o novo coronavírus e potencialmente desempenhar um papel importante em outras soluções de vacina para ajudar a combater futuras pandemias.
Entenda o processo
O programa a ser desenvolvido combina a experiência do instituto brasileiro no combate a doenças infecciosas com a tecnologia da plataforma de fermentação da Amyris, com o objetivo de criar adjuvantes semi-sintéticos à base de esqualeno em escala.
Os adjuvantes, que servem para fortalecer a resposta imune das vacinas e permitem que elas sejam produzidas em escala, viabilizando a sua chegada ao mercado de forma acelerada, são adicionados às vacinas como um excipiente para aumentar sua eficácia.
Normalmente são originados de esqualeno à base de tubarão, um recurso não sustentável e pouco disponível.
A ideia é criar esse esqualeno a partir da cana-de-açúcar através de uma tecnologia de fermentação própria, já usada na indústria de cosméticos.
De acordo com a empresa norte-americana, o esqualeno a partir da cana, além de ser mais sustentável, tem funcionalmente idêntico ao esqualeno à base de tubarão e é capaz de oferecer maior disponibilidade, facilitando o acesso a adjuvantes.
De acordo com John Melo, CEO da Amyris, o fornecimento do adjuvante para a vacina contra a Covid-19, a base da cana-de-açúcar, pode ocorrer até o fim deste ano caso os testes do produto sejam positivos.
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