Hoje, o Brasil é um país com um agronegócio extremamente desenvolvido. Além de ajudar a abastecer o mercado interno, o setor contribui em muito com o PIB (Produto Interno Bruto) devido ao volume de exportações, que em 2021 cresceu 19,7%, movimentando US$ 120,6 bilhões, novo recorde nacional.
Entretanto, nosso país também conta com um grande contingente de pequenas propriedades rurais, que praticam a agricultura de subsistência. Nesse sistema se visa plantar com o intuito de alimentar a própria família e vender ou trocar o excedente na própria comunidade onde vivem, em cooperativas agrícolas, feiras ou mercados locais.
Mas, afinal, qual é o panorama desse sistema de produção agrícola no Brasil e qual é a sua importância? Buscaremos responder à essas perguntas neste artigo. Acompanhe!
Agricultura de subsistência no Brasil
A agricultura de subsistência é um sistema de produção agrícola de pequeno porte que ainda é responsável por produzir alimentos que sustentam milhares de brasileiros.
Esses pequenos produtores rurais têm roças onde plantam arroz, feijão, milho, batata, abobrinha, hortaliças e outros vegetais.
Além de ser praticada em pequenas propriedades, caracteriza-se como agricultura de subsistência a adoção de técnicas tradicionais de cultivo, advindas de povos originários, indígenas, quilombolas e comunidades ribeirinhas.
Ainda utiliza-se, por exemplo, enxada, foice, rastelo, arado e tração animal. Isto porque adquirir tratores e implementos agrícolas requere um investimento financeiro que pequenos agricultores não dispõem, além de muitas vezes não compensar pelo tamanho da área.
Ademais, apesar de nem sempre se produzir alimentos estritamente orgânicos, também há a preferência pelo uso de adubos naturais.
Além disso, também se pratica uma “pecuária de subsistência“, isto é, criam-se alguns animais, como vacas, galinhas e porcos, seja para corte ou para aproveitamento de subprodutos como leite e ovos, sem escala comercial. Esses subprodutos têm sido cada vez mais valorizados por estarem associados à uma criação de animais sem sofrimento.
No vídeo abaixo, confira como funciona, na prática, uma propriedade que pratica a agricultura de subsistência:
Importância da agricultura de subsistência
Amplamente difundida no país, a agricultura de subsistência é importante tanto do ponto de vista socioeconômico e cultural quanto ambiental. Veja a seguir:
Impactos socioeconômicos
Ainda é prematuro afirmar que a agricultura de subsistência está em extinção no Brasil. Isso porque, mesmo com avanço tecnológico, facilidades de crédito e outros incentivos, esses agricultores que vivem em pequenas comunidades rurais ainda preferem produzir os alimentos visando manter apenas o sustento familiar.
Nem por isso esses produtores rurais deixam de ser importantes ao Brasil. Muito pelo contrário! Além de garantir a segurança alimentar da própria família, essas propriedades são responsáveis pelo abastecimento de alimentos de muitas outras pessoas, até de grandes metrópoles, como é o caso do chamado “cinturão verde” de São Paulo.
Além disso, os alimentos muitas vezes são provenientes da agricultura orgânica ou com pouco uso de defensivos agrícolas.
Ademais, produzem alimentos que muitas vezes não são tão facilmente encontrados devido a preferência de grandes produtores por commodities para exportação.
Isso sem falar que ajudam a frear o êxodo rural que levou tanta gente do campo às cidades e também garantem que um conhecimento tradicional de agricultura seja passado às futuras gerações.
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Impactos ambientais
A agricultura de subsistência também pode adotar manejos da agricultura biointensiva, que tem o objetivo de produzir mais em menor espaço. Por ser uma prática que visa a obtenção de alimentos necessários para viver uma vida saudável, existe uma diversificação de cultivos, inexistente em grandes plantios de monocultura.
O cultivo de espécies variadas de leguminosas, hortaliças, cereais e frutíferas, traz inúmeros benefícios ao solo, proporcionando a manutenção de microrganismos essenciais, além de influenciar na melhoria das suas condições químicas e físicas.
Aliás, nesse sistema de cultivo, as condições físicas do solo também são mais facilmente preservadas uma vez que não há uso de maquinário pesado, que promove a compactação.
A ausência de máquinas também faz com que seja uma atividade mais limpa devido à não emissão de poluentes derivados da queima de combustível.
E então, gostou do artigo? Aproveite e acesse também nosso post sobre as curiosidades da vida na roça. Boa leitura!