A giberela é uma doença que afeta as espigas do trigo, além de outras espécies, como cevada, aveia, centeio, arroz, milho, sorgo, triticale, entre outras. É a principal causadora de prejuízos nas lavouras de trigo da região sul do Brasil.
Além de causar danos à produtividade e qualidade, a giberela pode contaminar o grão com micotoxinas prejudiciais aos seres humanos e animais.
Portanto, neste artigo vamos falar um pouco mais sobre a giberela, como identificá-la e controlá-la. Confira!
O que é giberela?
A giberela, também conhecida como fusariose da espiga, é uma doença causada pelo fungo Gibberella zeae (Fusarium graminearum).
Condições ambientais de altas temperatura e umidade favorecem a incidência da doença, através da propagação do fungo pela ráquis da planta.
O período do espigamento até o enchimento de grãos são os que requerem maior atenção. Quando a infecção é precoce, os grãos nem chegam a ser formados, e quando desenvolvidos, ficam enrugados e chochos, com coloração branca à parda, e às vezes, rósea, como veremos a seguir.
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Como identificar a giberela na sua produção
No trigo, a giberela costuma atacar entre as fases do espigamento até a de enchimento dos grãos. Se o fungo não for controlado a tempo, pode se proliferar por todos os componentes da espiga.
Veja alguns dos sintomas a seguir:
- Aristas arrepiadas: quando as espiguetas estão esbranquiçadas, ou mortas, elas apresentam essa característica. Isso é uma das maneiras mais fáceis de identificar a doença;
- Espiguetas infectadas: em vez da tonalidade verde, ela apresenta uma coloração palha, esbranquiçada ou sem pigmento;
- Infecção lenta: o grão costuma ficar enrugado, áspero e apresentar uma coloração rósea.
Veja quais são os riscos da giberela no trigo
A giberela pode causar danos a lavoura de trigo que comprometem, de forma direta, toda a produtividade agrícola. Essa doença provoca o abortamento floral da planta e causa a má formação dos grãos.
Tudo isso pode representar uma queda de produtividade. A grande consequência é a perda financeira para o produtor e a redução da oferta do grão no país.
Além disso, a giberela no trigo também representa riscos para a saúde dos humanos e dos animais. Isso porque o fungo acaba contaminando o grão com micotoxinas, como a zearalenona e a deoxinivalenol.
A sua ingestão costuma, na maioria das vezes, provocar sintomas como vômitos, tonturas, dores de cabeça, dores abdominais, e outros efeitos.
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Como controlar?
O controle epidêmico da giberela no trigo costuma ser bastante difícil, principalmente aqui no Brasil, em virtude da indisponibilidade de cultivares tolerantes ou resistentes. Contudo, existem estratégias durante o manejo que podem proteger a sua lavoura:
Resistência genética
Embora não exista nenhuma alternativa 100% livre de uso de produtos químicos, o recomendado é sempre priorizar alternativas menos agressivas.
Uma delas é utilizando materiais que apresentam algum grau de resistência, como sementes moderadamente resistentes ou apenas moderadamente suscetíveis.
Manejo cultural
Fazer o plantio das sementes em datas diferentes é uma maneira de tentar evitar uma epidemia de giberela na lavoura. Utilizar variedades com diferentes épocas de floração também é uma alternativa de escape da doença.
Também deve-se atentar para a janela de semeadura de modo que a planta floresça antes do período de chuvas, não dando condições ambientais favoráveis para o fungo.
Controle químico
O controle depende do uso de fungicidas. Isso deve ser feito de forma preventiva, no período que antecede a época favorável para a infecção do fungo.
A aplicação deve ser feita, pelo menos, duas vezes, sendo a primeira no início da floração e a outra 15 dias depois. Os fungicidas indicados para isso são os do grupo dos triazóis, benzimidazol e estrubilurina.
E então, esse artigo foi útil para você? Aproveite e acesse também o nosso post sobre métodos de controle da cigarrinha-do-milho. Boa leitura!