A identificação eletrônica de bovinos é uma ferramenta importante para quem trabalha tanto com gado de corte quanto com gado de leite.
Com ela, é possível ter informações precisas sobre nutrição, uso de medicamentos, reprodução e genética, que são fundamentais ao pecuarista na tomada de decisões sobre o seu rebanho.
Dessa maneira, a identificação eletrônica de bovinos deixou de ser apenas uma opção e se tornou uma necessidade, visando o controle eficiente do rebanho.
Além disso, quando comparada a outras técnicas de identificação, como o fogo e a tatuagem, mostra-se como uma das mais eficazes, considerando o bem-estar do animal.
Quer saber se realmente vale a pena investir nessa solução? Confira nesse artigo! Boa leitura!
Identificação eletrônica: o que é?
Trata-se de uma técnica que tem como base o uso de dispositivos e/ou equipamentos eletrônicos para detectar e registrar algum número de identificação em relação aos bovinos.
É uma tecnologia individual, ou seja, é aplicada em cada animal de um rebanho, para facilitação do processo de gestão e identificação. É considerada uma tecnologia inovadora, possuindo vantagens em relação aos métodos tradicionais que exigem acompanhamento manual.
A coleta automatizada dos dados possibilita controle e monitoramento mais seguro, confiável e ágil do processo produtivo, possibilitando progressos zootécnicos, controle e economia da produção.
Tipos de dispositivos eletrônicos
Comumente, são utilizados três tipos de equipamentos/dispositivos eletrônicos: transponder injetável, brinco eletrônico e colar eletrônico. Confira cada um deles:
- Transponder injetável: é um pequeno dispositivo eletrônico de rádio frequência transmissor/receptor que consiste em um circuito integrado, com todos os circuitos eletrônicos, bobina e condensador, todos eles incorporados em cápsula de vidro bio-compatível;
- Brinco eletrônico: o brinco auricular com transponders (tags ou bottons) permite a identificação eletrônica do animal, a exemplo dos brincos tradicionais, sem o transponder. O implante subcutâneo ou microchips injetáveis são dispositivos que permitem a identificação eletrônica de cada animal;
- Colar eletrônico: instalado no pescoço do bovino, o acompanha 24 horas por dia. O aparelho monitora a ruminação e consegue identificar doenças que só seriam diagnosticadas com a avaliação de um veterinário. É o mais fácil de ser colocado porque não exige implante subcutâneo.
Vantagens de utilizar a identificação eletrônica
A identificação eletrônica se apresenta como uma solução fundamental ao pecuarista que busca ter maior controle em relação ao rebanho.
De acordo com os pesquisadores da USP, Leonardo Parenti e Iran José de Oliveira, que publicaram um artigo sobre este assunto, a técnica de identificação eletrônica oferece várias vantagens no processo de gestão de um rebanho bovino, a saber:
- Possibilita uma leitura fácil e rápida em relação às informações dos bovinos, o que pode acelerar o processo de identificação;
- É uma tecnologia de baixo custo, principalmente o colar eletrônico. Atualmente, é possível identificar um animal por menos de R$10,00. Para se ter uma ideia, há 15 anos, pagava-se R$ 500,00 por animal identificado;
- Durante o procedimento de abate, as tecnologias de identificação eletrônica podem ser retiradas com facilidade;
- Em relação ao transponder eletrônico, é uma tecnologia que não provoca reação ao organismo do animal, diferentemente de outras técnicas, como a tatuagem, por exemplo.
Além disso, outra vantagem da identificação eletrônica de bovinos é que ela ajuda a criar diferenciais produtivos. Ao colocar o animal na balança, por exemplo, o peso é informado ao computador de modo automático. Alguns sistemas são úteis para acompanhar a quantidade de alimento ingerido ao longo do dia.
No vídeo abaixo, conheça o TAG Ativo, um sistema de rastreabilidade e identificação animal desenvolvido pela Embrapa. Ele vai além da porteira e funciona também no transporte dos animais:
Exigência na exportação de carne
A União Europeia exige que todo o processo de produção da carne esteja inserido em um programa de identificação e registro, que sobretudo, possibilite o levantamento de todas as informações sobre o animal, desde o seu nascimento até o consumo do produto final.
Tal resolução atinge tanto os produtores e indústrias da Europa quanto os fornecedores. Países como a Coréia e Japão também adotam essa exigência.
Dessa maneira, como o Brasil é o maior exportador de carne bovina do mundo e a exigência desse rastreamento eletrônico está se tornando tendência mundial, é importante ao pecuarista brasileiro realizar a identificação eletrônica de bovinos.
A identificação individual do animal é semelhante a um “passaporte”: é única e garante a origem daquele bovino no mundo todo. Portanto, o rastreamento eletrônico dos animais não é um “luxo”, mas uma exigência quando se trata de exportação de carne.
Em 2002, o Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) criou o Sisbov (Serviço Brasileiro de Rastreabilidade da Cadeia Produtiva de Bovinos e Bubalinos), com o objetivo de registrar e identificar o rebanho bovino e bubalino em todo território nacional.
Em 2018, o MAPA adotou normas internacionais que padronizaram a identificação de bovinos por radiofrequência.
Essas instruções normativas visam favorecer as exportações de carne bovina para mercados que exigem a rastreabilidade, bem como facilitar a gestão de rebanhos em propriedades rurais brasileiras.
Conclusão
A partir deste conteúdo, certamente você terá motivos suficientes para investir nessa técnica de identificação eletrônica na criação de bovinos.
Não apenas porque se trata de uma solução que pode melhorar o processo de gestão do rebanho, auxiliando no monitoramento do animal, mas também porque é uma alternativa não invasiva e que permite a exportação da carne bovina brasileira.
Aproveite e confira também o nosso artigo sobre outras maneiras para fazer a marcação de bovinos que facilitam a sua identificação. Boa leitura!