Após a colheita, a maioria dos grãos apresenta teores de umidade superiores ao recomendado para uma armazenagem segura em silos, o que poderia aumentar o risco de acelerar o processo de deterioração.
Com o processo de secagem, os grãos podem ser armazenados por um longo prazo em silos sem perder a sua qualidade.
Mas, não é apenas com o grão que o produtor deve ficar atento. Outro detalhe muito importante é quanto a manutenção dos equipamentos utilizados para secagem. Neste caso, há o risco do prejuízo ser ainda maior.
O alerta é do Corpo de Bombeiros. Na região de Marília (interior de SP), por exemplo, foram registrados em apenas uma semana, dois casos de incêndio em secadores de café. Em um deles, os estragos foram grandes: além de sérios danos no equipamento, foram destruídas cerca de 400 sacas de café em coco.
Segundo os Bombeiros, o fundamental é a manutenção preventiva, levando-se em conta inclusive que esses equipamentos normalmente são instalados em fazendas, distantes das bases.
Em caso de um incêndio, as viaturas normalmente demoram um pouco mais que fosse na cidade e, com isso, os estragos podem sere maiores.
É preciso vistoriar as instalações elétricas, limpar todo equipamento para evitar o acúmulo de fuligem, isso deve ser feito antes de iniciar a colheita.
Além disso, é preciso acompanhar a temperatura do secador e evitar deixar o equipamento funcionando sozinho, principalmente durante a noite e madrugadas.
Normas de segurança
Para garantir maior segurança tanto dos equipamentos como também dos trabalhadores que atuam diretamente nessas atividades, existe a Norma Reguladora de Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura – NR31.
No caso específico dos secadores de grãos, que normalmente operam com temperaturas acima de 120º, a NR31 estabelece as seguintes recomendações:
- Devem possuir revestimentos com material refratário (capaz de suportar elevadas temperaturas) e anteparos adequados de forma a não gerar riscos à segurança e à saúde dos trabalhadores;
- Para evitar incêndios, é preciso realizar a limpeza das colunas e condutos de injeção e tomada de ar quente, verificação da regulagem do queimador e do sistema elétrico de aquecimento, quando existentes. Os filtros de ar dos secadores devem ser mantidos limpos;
- No caso dos secadores alimentados por combustíveis gasosos ou líquidos devem ter sistema de proteção para não ocorrer explosão por falha da chama de aquecimento ou no acionamento do queimador e evitar o retrocesso da chama.
No dia a dia
Mas, existem outras dicas importantes no processo de secagem dos grãos:
No momento do descarregamento de produtos agrícolas nas moegas, são produzidas nuvens de poeira. Dependendo das condições e da concentração há o risco de ocorrer uma explosão. É a chamada “atmosfera explosiva”.
A poeira e também palhas acumuladas nos pisos, elevadores, túneis e transportadores, também apresenta um risco de incêndio elevado. É que o aquecimento da superfície de poeira de grãos pode alcançar o ponto de liberação de gases de combustão e basta esse material entrar em contato com uma fagulha ou qualquer outras fonte de ignição, que acontecerá o incêndio ou mesmo a explosão.
O próprio processo de decomposição de grãos pode gerar vapores inflamáveis. Por isso, devem ser controlados os fatores que influenciam as ocorrências de explosões por pó em suspensão, tais como: tamanho da partícula, concentração de poeira, quantidade de oxigênio no local, umidade e fontes de ignição.
Portanto, a garantia de lucro após encerrar a safra não está apenas na qualidade do produto. Mas, também na segurança!
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