A pecuária brasileira é quase tão antiga quanto o próprio país. As tecnologias favoreceram o aumento da produtividade, tornando o setor estratégico para a economia nacional.
A produção pecuária no Brasil começou em pleno século XVI, logo após a chegada dos portugueses. A região Nordeste foi a que recebeu as primeiras cabeças de gado, vindas da ilha de Cabo Verde.
Com o tempo, a indústria cresceu, e passou a demandar mais espaço para a criação de gado. Consequentemente, os criadores começaram a desbravar o interior do país, favorecendo seu povoamento e consequente desenvolvimento.
Se, no passado, a pecuária foi crítica para a formação do Brasil como conhecemos, hoje ela é referência mundial em produtividade, rentabilidade e qualidade dos produtos. Assim, o setor é altamente estratégico para a economia nacional.
Qual a importância econômica da pecuária no Brasil?
Segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (ABIEC), em 2015 o PIB do agronegócio nacional foi de R$ 1,26 trilhão. A pecuária foi responsável por R$400,7 bilhões deste total, praticamente um terço.
Ou seja: mesmo em plena crise, o setor foi uma importante fonte de riqueza e de movimentação para a economia nacional.
Ainda de acordo com a ABIEC, em todo o Brasil há mais de 167 milhões de hectares de pasto dedicados à pecuária. Isto gerou quase 40 milhões de abates, que, por sua vez, gerou a exportação de 1,88 milhão de toneladas de carcaças animais.
Estas cifras não são os únicos números impressionantes relativos ao setor: soma-se a isso o fato de que a produtividade da pecuária brasileira cresceu 4% ao ano entre 1975 e 2014, conforme o Departamento de Estudos Econômicos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
O setor abastece diversas indústrias. A carne é aproveitada pela indústria alimentícia, assim como o leite. O couro vai para o setor têxtil. Ossos são usados até mesmo para confeccionar botões. Se você pensa em investir neste segmento, não faltam boas oportunidades de negócio!
Quais são as regiões líderes em pecuária no Brasil?
No quesito cabeças de gado abatidas, os estados mais importantes para a pecuária no Brasil são Mato Grosso (1,116 milhão de animais abatidos), Mato Grosso do Sul (845,9 mil) e Goiás (746,3 mil), de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Isto faz do Centro-Oeste a região com o maior rebanho de gado do país.
Por mais que este tipo de criação geralmente seja o principal fator de avaliação da indústria, um olhar mais próximo que cada região se especializa em um tipo de criação diferente.
Por exemplo: ainda conforme o IBGE, o Nordeste reúne praticamente toda a criação de caprinos, que são quase inexistentes nas demais regiões. Suínos e galináceos estão concentrados no Sul, enquanto o Sudeste é líder disparado na criação de codornas.
Qual é o principal produto da pecuária no Brasil?
Por mais que a pecuária no Brasil seja bastante diversificada e haja a presença de diversos animais em todo o território nacional, é indiscutível que a criação de gado bovino de corte é o carro-chefe desta indústria.
Ano após ano, a presença dos bois cresce nos pastos do país. Em 2015, o IBGE apontava a existência de 212,3 milhões de cabeças deste gado em todo o Brasil. Em 2016, o número de cabeças saltou para 218,23 milhões, mesmo com a queda de 3,6% no PIB naquele ano.
No primeiro trimestre de 2017, o MAPA apontou o abate de mais de 7 milhões de cabeças, com um peso médio de 242,8 kg por carcaça, frente a 249,8 kg no período anterior. Como veremos mais adiante, isto representa um dos principais desafios da pecuária no Brasil: a produtividade.
Qual é a tendência para a pecuária no Brasil?
Especialistas apontam a produtividade como um dos fatores mais críticos para o agronegócio brasileiro. Felizmente, há cada vez mais tecnologias que ajudam os fazendeiros a superar este desafio.
A engenharia genética é um dos campos mais promissores. Por mais que ela ainda dê os primeiros passos, a técnica usa a manipulação de genes para criar animais mais fortes, resistentes e que produzem carne de melhor qualidade.
Do mesmo modo, os fazendeiros têm se conscientizado cada vez mais da importância de reduzir a estrutura física das fazendas, aumentando a produtividade por área. Os criadores têm conquistado resultados palpáveis nesta área: de acordo com a Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo, em 2003 havia 100 vacas a cada 250 hectares. Em 2016, a taxa passou para 140 animais a cada 250 hectares.
Por fim, especialistas apontam que racionalizar os custos é fundamental para manter-se competitivo. Entretanto, isto não significa investir menos, mas investir melhor, escolhendo os melhores insumos, como rações e medicamentos, para fornecer aos animais. Eles devem ser adquiridos de fornecedores de confiança para assegurar a qualidade dos produtos e a rentabilidade da criação.
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