Com um estilo próprio, de conhecer pessoalmente as necessidades do produtor rural, Pedro Guimarães enfatiza importância do setor para a economia nacional
A Caixa Econômica Federal quer se tornar, até 2024, líder do agronegócio na América do Sul em relação a liberação de créditos e apoio ao setor. Quem afirma isso é Pedro Guimarães, que está completando três anos e meio frente à presidência da instituição financeira.
Com o propósito de atingir esse objetivo, o presidente da Caixa adotou um estilo próprio e arrojado: saiu do seu gabinete, em Brasília, e está conhecendo pessoalmente as necessidades dos produtores rurais, visitando cada região do país.
Além disso, está expandindo o número de agências por todo o Brasil, justamente visando facilitar o acesso desses produtores e demais empresários às novas linhas de crédito que estão sendo implantadas, oferecendo juros subsidiados, atendendo a agricultura familiar, pequenos, médios e grandes produtores.
Confira, neste post, o que a Caixa está efetivamente realizando em favor do agronegócio brasileiro.
Caixa Econômica Federal e o agronegócio
Fundada há 161 anos, ainda no período colonial (em janeiro de 1861), a Caixa Econômica Federal tinha como objetivo inicial criar na população o hábito de poupar dinheiro, principalmente entre as pessoas de baixa renda.
Aos poucos, foi oferecendo empréstimos, assumiu a função de agente operador do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), e de outros serviços sociais, como PIS e Bolsa-Família; operações de jogos lotéricos oficiais e também conhecida pelos financiamentos habitacionais.
O que pouca gente sabe é que a Caixa também atua no segmento do agronegócio, inclusive com linhas de crédito específicas ao setor que se destaca na economia nacional e internacional.
Prova disso é que, apenas em março de 2022, o agronegócio representou metade de todo o valor exportado pelo país, segundo dados da Secretaria de Comércio de Relações Internacionais do MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento).
Das linhas de crédito tradicionais ao setor rural brasileiro, que eram semelhantes às demais instituições financeiras, a Caixa decidiu mudar essa estratégia, visando justamente buscar a liderança nesse segmento, a exemplo do que já ocorre em relação a poupança e financiamento imobiliário.
Como isso está ocorrendo? É o que iremos tratar a seguir.
Como a Caixa está voltada ao agronegócio?
Mas, para atingir o objetivo de se tornar o “banco do agro brasileiro”, não bastava apenas manter o que já vinha sendo feito, mesmo porque, além de bancos privados, hoje tem como maior concorrente o Banco do Brasil, que também é uma instituição oficial.
Nesse sentido, ao assumir a presidência da instituição financeira, em janeiro de 2019, Pedro Guimarães decidiu que precisava fazer algo diferente e implantou um estilo próprio de administração. Encontrá-lo no seu gabinete, em Brasília, nem sempre é fácil.
Isso porque resolveu percorrer o Brasil para conhecer pessoalmente as necessidades do agronegócio e buscar soluções.
Tanto que é comum encontrá-lo em exposições agropecuárias, como ocorreu recentemente na Agrishow, em Ribeirão Preto (considerada a maior da América Latina nesse segmento), pois entende que é justamente nesses eventos onde estão as principais lideranças do setor e com quem pode conversar.
Pedro Guimarães também passou a conhecer “in loco” o andamento das safras agrícolas em diferentes regiões brasileiras, visitando fazendas e comunidades carentes. Nessas visitas, conversa diretamente com o produtor, visando conhecer suas experiências e cases de sucesso, que poderão ser implementados em medidas a serem adotadas para o setor rural.
O resultado disso é que, aliado a todo esforço e às novas estratégias adotadas no setor financeiro, a Caixa passou de oitavo para o terceiro lugar no agronegócio, em apenas 12 meses.
Entretanto, o presidente quer mais. Pretende chegar, em breve, ao segundo lugar, até atingir o objetivo final, em 2024: a liderança do agronegócio, não apenas no Brasil, mas em relação a toda a América do Sul.
Novas linhas de crédito
Após essas conversas com lideranças e produtores rurais, mantidas por Pedro Guimarães, a Caixa adotou novas estratégias e já está lançando novas linhas de crédito que atingem diretamente as necessidades do setor rural.
Pela primeira vez, a instituição entrou no Plano Safra (2021-2022), com objetivo de emprestar R$ 35 bilhões (sendo R$ 7 bilhões com recursos subsidiados pelo Tesouro Nacional), financiando a construção de silos e armazéns, projetos de irrigação, agricultura familiar e médios produtores rurais, sobretudo na região Centro-Oeste.
Entre as novas linhas de crédito ao agronegócio, estão a de custeio antecipado, com taxas a partir de 3% ao ano para o Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar); de 4,5% no Pronamp (financiamento para custeio e investimentos dos médios produtores rurais em atividades agropecuárias); e taxa de 6,5% aos demais agricultores. A Caixa é o primeiro banco a fazer essa liberação antecipada do custeio.
Em outra linha de crédito, a Caixa vai emprestar dinheiro aos agricultores com recursos da poupança e taxa de 9,5% ao ano, sem a adição da taxa referencial (TR). Isso tudo sem afetar a estratégia de expansão no crédito imobiliário.
Aliás, a Caixa foi beneficiada pelo governo federal com o fim do repasse dos recursos obrigatórios para o agro a outros bancos. Guimarães afirmou que a intenção é elevar a carteira da Caixa no agro a R$ 200 bilhões até 2024.
Caixa abre novas agências voltadas ao agronegócio no país
Indo na contramão de outras instituições financeiras que estão fechando agências e investindo nos serviços e atendimentos online, Pedro Guimarães mostrou mais uma vez o seu estilo arrojado de administração.
Ele decidiu que a Caixa Econômica Federal precisa estar presente, de forma física, para atender às necessidades de quem trabalha no campo.
Tanto que anunciou recentemente um plano de expansão exclusivo ao setor: das 268 novas agências previstas para os próximos meses, 100 delas exclusivas para atendimento ao agronegócio.
Essas unidades voltadas aos produtores rurais funcionarão das 10h às 15h, em dias úteis. Será disponibilizado aos clientes atendimento completo do portfólio de produtos e serviços da instituição.
Conclusão
Portanto, a Caixa Econômica Federal está deixando de ser apenas o “banco da habitação” ou de serviços sociais, para se tornar também a instituição voltada ao agronegócio, de forma efetiva e diferenciada.