Atualmente, no Brasil, a criação de suínos está em franca expansão: o país está ocupando o terceiro lugar na produção mundial de carne suína, e o consumo per capita (quilo/habitante/ano) cresceu 14% em cinco anos, atingindo 17,58 kg no segundo trimestre de 2021, segundo dados do IBGE.
De acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), em 2022 a previsão é de um crescimento de 5% no consumo. Em termos de exportação de produtos suínos, houve um aumento 25,3% apenas no primeiro quadrimestre de 2021.
O crescimento no consumo da carne suína no Brasil e em todo o mundo se deve principalmente ao manejo genético, garantindo animais de qualidade, que geram produtos que cada vez mais são bem aceitos pelos consumidores. Sendo assim, neste artigo vamos apresentar as 6 principais raças de suínos e suas características. Boa leitura!
Duroc Jersey
Considerada uma das mais nobres entre as raças de suínos, a Duroc Jersey é originária dos Estados Unidos, sendo amplamente conhecida pela média de ganho de peso diário. As fêmeas dessa raça podem chegar a pesar 225 kg, enquanto os machos atingem os 270 kg.
São suínos de grande porte e de pele avermelhada, tendo aptidão para fornecer carne magra, mas também para produção de toucinho e banha.
A primeira importação dessa raça ao Brasil ocorreu em 1956, através do Rio Grande do Sul e rapidamente ganhou importância em todo o país, pois é considerado um animal ativo, vigoroso e bem resistente, o que facilita o seu manejo.
As fêmeas reproduzem em média nove leitões por ninhada. Ademais, é um animal precoce, atingindo o peso de abate entre 130 e 140 dias, com rendimento de carcaça entre 75% e 78%.
Hoje, o Duroc Jersey é muito usado em programas de melhoramento genético para cruzamentos com outras raças, com o objetivo 100% voltado à qualidade da carne.
Pietrain
Originária da Bélgica, a partir do cruzamento das raças de suínos Berkshire e Tamworth, o Pietrain até o ano de 1950 era praticamente desconhecido na Europa. Com as mudanças de hábitos alimentares, passou a ser muito consumido, uma vez que possui uma menor porcentagem de gordura em sua carcaça.
Essa raça é caracterizada por ter uma pelagem branca com manchas pretas, cabeça larga, perfil de formato côncavo e orelhas do tipo asiáticas, médias, grossas, dirigidas para frente, portadas horizontalmente. São animais com temperamento tranquilo, todavia, muito sensíveis ao estresse.
O Pietrain se destaca pela sua capacidade reprodutiva e por possuir uma boa massa muscular, produzindo principalmente excelentes pernis, com uma menor camada de gordura em virtude a sua baixa velocidade no ganho de peso.
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Hampshire
Conhecido como “porco norte-americano”, a raça de suínos Hampshire foi introduzida nos Estados Unidos por volta de 1825, sendo oficialmente registrada em 1893. Em cerca de 100 anos, já havia grandes criações por diversas regiões do país.
Os primeiros registros de importação por parte de produtores brasileiros ocorreram em 1915, pelo estado do Rio Grande do Sul. Os animais dessa raça têm peso considerado médio, entre 200 a 300 kg. O corpo é comprido, forte, não muito espesso.
Os animais da raça Hampshire apresentam carcaça rústica e de boa qualidade, sendo muito usados em cruzamentos. São ativos, vigorosos, graciosos e de aspecto atraente.
A aptidão que predomina é a produção de carne fresca, uma vez que engordam vagarosamente (uma das vantagens) proporcionando uma grande quantidade desse alimento.
Landrace
Da Dinamarca, vamos apresentar a raça de suínos Landrace, que vem sendo aperfeiçoada no país há mais de um século, com a finalidade de oferecer animais à produção de carne magra de excelente qualidade.
Os primeiros exemplares da raça Landrace chegaram ao Brasil no ano de 1955, primordialmente no estado de São Paulo, sendo que atualmente ocupa a terceira colocação no ranking de reprodutores, ficando atrás apenas das raças Duroc e Wessex.
Os animais possuem pele branca e fina, com uma conformação considerada perfeita com a finalidade de produção de carne: bem comprido e enxuto, de espessura igual em todo o seu comprimento.
A idade ideal ao abate é de cerca de sete meses, quando atingem cerca de 80 kg, proporcionando carne com pouca quantidade de gordura, gerando excelentes pernis. Hoje, é uma das raças mais populares no território nacional.
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Piau
Entre as raças de suínos, vamos destacar o Piau, que tem sua origem no Brasil, sobretudo nos estados de Goiás, do Mato Grosso e de São Paulo. Aliás, o seu nome vem da língua tupi que significa “o que tem manchas”, devido a raça ser malhada em branco e preto, o que permite adaptação ao clima quente e ensolarado.
São animais de porte médio, com uma carcaça bem grossa de aproximadamente quatro centímetros de espessura. Trata-se de uma raça muito rústica e, por ser resistente ao calor, foi levada ao Nordeste brasileiro.
A sua dieta é baseada em gramíneas (até 30%), bem como frutos, verduras, raízes e até sobras de comida. Seu crescimento é lento, mas compensa porque o custo de produção é muito baixo.
A carne é considerada de boa qualidade, por ser bem marmorizada pela gordura (tipo bacon), proporcionando um sabor diferenciado.
Caruncho
Por fim, temos a nossa última raça de suínos desta lista, o Caruncho, que também é natural do Brasil. Com sua pele cor de areia e manchas pretas, são animais de porte pequeno, considerados tranquilos e produzem bastante gordura.
Entre suas características, os suínos da raça Caruncho possuem corpo volumoso e roliço, com pelagem muito semelhante à do Piau. A sua cabeça é larga e tem uma papada volumosa.
São animais indicados primordialmente à pequenas propriedades rurais, onde a produção visa a subsistência.
No vídeo abaixo, confira o depoimento de um produtor rural especialista em criar carnes curadas, falando sobre a raça Caruncho:
Conclusão
Portanto, neste artigo procuramos apresentar seis raças de suínos que estão entre aquelas que mais se destacam na criação desses animais, tanto no Brasil como em outros países.
Só lembrando que, embora algumas dessas raças sejam bem rústicas, é indispensável que na criação de suínos ocorra o acompanhamento de médicos veterinários, e também que sejam mantidas boas práticas de manejo animal, visando o bem-estar e a produção de produtos de qualidade.
Por falar em manejo, o MF Magazine tem um artigo que trata do aproveitamento dos dejetos de suínos, que pode gerar renda extra ao criador. Confira!
