Na produção agrícola, erros no plantio devem ser evitados a qualquer custo porque podem colocar em risco a produtividade nas lavouras e comprometer o tão esperado lucro do produtor.
O problema é tão sério que, dependendo da gravidade desses erros, o agricultor pode ser obrigado a exterminar a área já plantada e iniciar um novo ciclo de cultivo. Essa situação, no mínimo, vai provocar um aumento no custo de produção.
Diante desse tema muito importante, elaboramos este post com o fim de apresentar os principais erros na fase de plantio e como evitá-los. Boa leitura!
Importância de evitar erros no plantio
O plantio é um dos momentos mais importantes de qualquer lavoura. É nesta fase que o agricultor, após preparar a terra, deposita as sementes ou as mudas que vão se desenvolver até completar o ciclo de cultivo, com a colheita.
Hoje, existem dois tipos de plantio mais usados na agricultura:
1- Plantio convencional: o agricultor usa as técnicas tradicionais, isto é, faz a limpeza da área, retirando restos de outras culturas ou vegetações que estavam no solo, em seguida revolve a terra, por meio da aração e da gradagem, aplica as sementes e dá sequencia nas demais fases do ciclo agrícola.
2- Plantio direto: Aproveita a palha da cultura anterior, sem que haja revolvimento no solo. A estratégia é usar essa cobertura morta para preservar o solo e manter seus nutrientes. Sendo assim, a aração e gradagem são dispensadas. São utilizados implementos que abrem apenas um sulco nessa palha e que vão depositar fertilizantes e sementes.
Parece simples, não é? Mas, nem sempre o uso de um desses tipos de plantio é feito com sucesso e aí aparecem os erros. Confira os principais:
Erro de população e espaçamento
Muitas pessoas podem pensar que quanto mais se plantar será melhor porque assim, haverá uma maior produção e um faturamento além das perspectivas iniciais. Mas, o agricultor experiente sabe que nem sempre essa é a melhor alternativa.
O plantio em quantidade maior do que a recomendação técnica pode reduzir o tamanho ou porte de todas as plantas. De uma forma geral, diminui o potencial produtivo delas. Além disso, podem causar estiolamento (caule cresce excessivamente) e acamamento (queda das plantas), dependendo do tipo de cultura plantada.
O ideal é respeitar o espaço de cada cultura, pois, assim, poderá fazer com que ela se desenvolva de uma maneira correta até chegar à colheita com uma boa produtividade.
Além disso, quando se respeita o espaçamento, pode-se alcançar o uso eficiente de luz solar, água e nutrientes, de maneira a fazer sua cultura se tornar produtiva.
Erros de singulação ou de dosagem no plantio
Na fase de plantio, é comum também erros de singulação que é causado pela falha do distribuidor ou dosador de sementes da semeadora (falhas e duplas). Podem ocorrer devido a ricochetes no tubo condutor de má qualidade ou justamente na inserção do sensor de sementes no tubo das máquinas.
Por isso, é importante verificar a quantidade de sementes que são colocadas na plantação, especialmente no espaço destinado a cada semente. Assim, você evita esse problema, que pode comprometer o desenvolvimento adequado de sua cultura.
Ademais, é importante realizar revisões preventivas ou manutenções no maquinário agrícola quando o problema ocorrer.
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Erros de emergência ou de crescimento tardio
Entre os tipos de erros, este ocorre quando a planta germina tardiamente e acumula esse atraso ao longo de seu ciclo de vida, o que pode comprometer o cultivo, de uma forma geral, bem como seus resultados.
Por exemplo, em uma plantação de milho, atrasos de emergência que levam a estágios vegetativos defasados resultam em uma perda de cerca de 50% do potencial de produção de espigas.
Se ficar dois estágios fenológicos atrasados, essa perda chega a 80% e, em três estágios, há o risco de atingir 100% de perda.
No caso da soja, o atraso da emergência pode causar perdas de 10 a 15% a cada dois dias! Certamente o problema ficará ainda mais evidente na colheita, uma vez que plantas no ponto de colheita convivem com aquelas ainda verdes, o que provoca a redução da velocidade da colheitadeira e até mesmo causando embuchamento da colhedora.
Para tentar solucionar esse problema, a pressão que a linha de plantio exerce sobre o solo, no momento do plantio, precisa ser controlada. O peso da linha, somado à força aplicada pela mola ou cilindro de força da linha de plantio, deve ser maior que a resistência do solo.
Assim, se essa força for muito fraca, as sementes ficarão rasas ou até sobre o solo, não germinando. Por outro lado, se essa força for muito forte, acontece a compactação das paredes do sulco, o que vai impedir o desenvolvimento de raízes.
No vídeo, veja como a profundidade de plantio influencia o desenvolvimento das plantas. Neste caso, o exemplo é do milho:
Plantio em local com iluminação inadequada
Neste caso, o erro é geralmente cometido por falta de informação e ocorre na maioria das vezes no caso de pequenos plantios, como hortas domésticas.
O ideal é fazer a plantação de acordo com as exigências solicitadas pela cultura. E, a maioria delas, requer a incidência da luz solar como um elemento fundamental com o propósito que as plantas se desenvolvam.
Por isso, busque fazer o plantio em um local em que haja uma boa incidência solar, durante a maior parte do tempo. Assim, as plantas vão se desenvolver melhor.
Conclusão
Portanto, como apresentamos neste post, existem erros que podem ocorrer durante a fase do plantio e comprometerem a produtividade da lavoura.
É importante conhecer cada um deles visando evitá-los ou, quando possível, corrigi-los a tempo de não haver um prejuízo maior.
Por falar em plantio, outro detalhe importante que o agricultor precisa conhecer são as diferenças entre semeadora, plantadora e transplantadora. Confira nosso artigo sobre este tema. Boa leitura!