Você possui uma palmeira no seu jardim, ou cultiva essa planta para fins comerciais? Conhecer as principais doenças das palmeiras, entender os danos que elas podem causar e, principalmente, como combatê-las, é essencial para que suas plantas possam crescer bonitas e saudáveis.
Nesse texto, vamos abordar cinco doenças comuns nas palmeiras, que podem atingir não apenas as folhas, como o próprio estipe da planta, comprometendo seu crescimento. Confira!
Antracnose (Colletotrichum spp.)
Provocada por fungos do gênero Colletotrichum, a antracnose é considerada uma das doenças mais relevantes, prejudicando principalmente os produtores de mudas de palmeiras e outras plantas voltadas ao comércio.
O fungo provoca o aparecimento de manchas pardas nas bordas e nervuras das folhas das mudas, terminando por amarelecê-las e secá-las completamente. Este tipo de fungo ataca também os talos das folhas e o estipe, principalmente em plantas mais jovens.
Segundo o Instituto Biológico de São Paulo, entre as formas de controle, estão o uso de adubação equilibrada, quebra-ventos, irrigação localizada e maior espaçamento entre as mudas, para que haja maior aeração. Como o fungo sobrevive em restos culturais, a recomendação é de retirada e queima das folhas doentes.
Essa doença ataca principalmente as palmeiras real, imperial, ráfis, pupunha e rabo-de-peixe.
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Mancha foliar
A mancha foliar é uma doença que pode ser causada por diferentes fungos, como Cylindrocladium spp., Curvularia spp., Cladosporium spp., Bipolaris incurvata, entre outros, que podem provocar o aparecimento de manchas de diversos tamanhos e se alastrar por quase toda a folha.
As manchas possuem diferentes formatos (podendo ser circulares, elipsoidais, irregulares ou ovais), apresentam coloração parda com bordas escuras e terminadas por um halo clorótico, ou ainda podem ser inicialmente de coloração marrom-escura e, posteriormente, apresentar um centro mais claro e bordas escuras bem definidas.
Entre os principais motivos do aparecimento da mancha foliar está o excesso de umidade, seja da água fornecida pela irrigação ou das condições de umidade do ambiente interno do viveiro. Plantas sujeitas a ventos constantes também podem ser atacadas por esses fungos.
De acordo com a Embrapa, o controle dessa doença é o mesmo da antracnose, ou seja, uso de adubação equilibrada, quebra-ventos e controle na irrigação.
Fusariose ou murcha (Fusarium spp.)
Trata-se de mais uma doença causada por um fungo, popularmente considerado “traiçoeiro”: ele penetra na planta que será sua hospedeira (a palmeira, neste caso) através das raízes. Com isso, esta parte tão importante acaba apodrecendo, assim como o próprio estipe da planta.
O nome “murcha” também é usado porque nos primeiros sintomas da doença as folhas murcham, principalmente em árvores jovens. Conforme o problema se intensifica, a folha acaba ficando totalmente seca. Em viveiros, causa tombamento de plântulas.
Nas palmeiras mais velhas, a região que faz o processo de condução da seiva pela planta acaba sofrendo um escurecimento, que pode ser visto por meio de estudos mais cuidadosos das plantas.
Por isso, é muito importante que os produtores de palmeiras, sejam elas mais velhas ou jovens, tenham o cuidado para identificação e análise de casos de fusariose.
Um detalhe importante: há casos em que, durante o processo de colheita das sementes, os frutos são coletados no chão e, com isso, podem ser contaminados por fungos existentes no solo.
Segundo especialistas da Embrapa Amazônia Oriental, como não existe controle químico efetivo para a fusariose, a única saída é o uso de sementes e mudas sadias, produzidas em áreas livres desse patógeno. Os principais hospedeiros dessa doença são as palmeiras pupunheira e palmeira real.
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Podridão (Phytophthora palmivora)
Os casos de podridão, também causados por fungos, acometem a planta inteira, podendo levá-la a morte. A palmeira pupunha, muito cultivada visando a extração do palmito, é a que mais sofre com o ataque dessa doença.
A infestação pelo fungo causa a murcha e o amarelecimento das folhas mais jovens e, posteriormente, levam ao apodrecimento dos tecidos, transformando-os em uma massa aquosa e de cheiro bastante forte.
Com o tempo e desenvolvimento da doença, as folhas novas caem primeiro. Depois, o estipe fica com os tecidos castanho-avermelhados e, as folhas mais velhas, que inicialmente são mais resistentes e permanecem, não aguentam a força dessa doença. Assim, todas as folhas terminam caindo, deixando o estipe sem nada.
Os casos de podridão comprometem também o crescimento e desenvolvimento das raízes, tirando a qualidade da planta. Por isso, é fundamental que haja um cuidado para evitar que o fungo de solo causador, o Phytophthora palmivora, encontre na palmeira o hospedeiro ideal.
Além disso, o controle biológico com espécies de Trichoderma pode fazer parte de um manejo integrado para auxiliar o produtor no enfrentamento dessa doença.
Lesões causadas por Pestalotiopsis spp.
Para finalizar nosso post, vamos tratar sobre as lesões nas folhas causadas pelo fungo Pestalotiopsis spp.
Trata-se de uma das doenças mais preocupantes nas Américas Central e do Sul, pois chegam a reduzir cerca de 36% dos rendimentos anuais e atinge diferentes espécies de palmeiras.
As manchas geradas são, inicialmente, quase imperceptíveis, o que complica a identificação do problema. Conforme há o alastramento da doença, as manchas se tornam mais intensas, o que leva novamente ao caso de seca total nas folhas, atrapalhando a vida e o cultivo da palmeira.
As plantas jovens, com folhas menos resistentes, são as mais afetadas, podendo comprometer toda a planta. Acontece até mesmo o depósito de uma fuligem de coloração preta, causadas pela expansão dos fungos nas folhas.
Um experimento realizado na Universidade Federal Rural da Amazônia, feito no coqueiro anão-verde, constatou que o controle biológico utilizando rizobactérias (Bacillus cereus) e tratamento com água mostrou-se eficiente, proporcionando alterações positivas dos fotossistemas e reduzindo o custo operacional com outros produtos.
Portanto, é uma opção para as palmeiras atacadas por essas lesões.
Conclusão
Obviamente, outras doenças também podem acometer as palmeiras. Como se sabe, o mundo agrícola é cheio de desafios e de elementos que exigem cuidados.
De qualquer forma, as doenças citadas neste artigo estão entre as principais e precisam ser vistas com muito cuidado por quem quer cultivar essas belas plantas ornamentais.
Com essas informações, você poderá cuidar para que elas cresçam viçosas e mostrem toda beleza e imponência em praças, jardins ou até mesmo no interior das casas.
E então, esse artigo foi útil para você? Aproveite e acesse também nosso post sobre as diferenças entre as palmeiras real e imperial. Boa leitura!