A água é fundamental para o cultivo de qualquer cultura, e no Brasil temos uma condição privilegiada com relação a disponibilidade hídrica se comparado a alguns outros países. Nesse contexto, a irrigação por aspersão é uma das formas de garantir uma melhor distribuição de água na lavoura.
Uma lavoura irrigada de maneira adequada é capaz de produzir mais e com maior qualidade se comparada a um cultivo com baixa oferta hídrica. Isso leva a uma preocupação do produtor com a oferta de água para as plantas.
Sendo assim, ao longo deste post vamos mostrar para você:
- O que é a irrigação por aspersão e seu objetivo;
- Os componentes dos sistemas de irrigação por aspersão;
- Os tipos de irrigação por aspersão;
- Como saber qual a melhor alternativa de irrigação para a sua lavoura;
- Como aplicar esse modelo em sua propriedade.
Continue conosco e confira!
O que é irrigação por aspersão e seu objetivo
Desde que o ser humano passou a cultivar a terra enfrenta-se um grande desafio: como ofertar água suficiente para o desenvolvimento das culturas em áreas que não têm boa disponibilidade hídrica?
A irrigação sempre foi a resposta. Com o passar dos anos, novas tecnologias e métodos passaram a ser aplicados para obter os melhores resultados possíveis na lavoura.
Hoje, um dos principais métodos aplicados no mundo é a irrigação por aspersão. Isso ocorre devido a facilidade de montagem de todo o sistema, a versatilidade e a adaptabilidade, sendo possível seu uso nos mais diversos tipos de cultura.
Na irrigação por aspersão os aspersores trabalham de forma a expelir a água em gotículas espalhadas no ar sobre a lavoura, simulando algo muito semelhante a uma chuva. Dessa maneira, a água acaba sendo aplicada sobre as folhas e sobre o solo como um todo, de maneira mais homogênea.
Leia também: Fertirrigação: o que é e quais suas vantagens.
Componentes dos sistemas de irrigação por aspersão
Na prática, a irrigação por aspersão é um modelo que pode ser aplicado a uma série de sistemas diferentes. Porém, os componentes desses sistemas serão basicamente os mesmos: tubulações, aspersores, motobomba e acessórios. Veja a seguir.
Tubulações
As tubulações utilizadas podem ser de PVC, alumínio, aço zincado ou aço galvanizado. Tubulações de linhas fixas enterradas podem ser feitas de ferro fundido ou cimento amiantado, por exemplo.
Aspersores
Os aspersores são as peças principais do sistema de irrigação. São responsáveis pela aspersão da água na área em forma de “chuva”. Os aspersores rotativos podem ser setoriais ou ter giro de 360º.
Motobomba
Normalmente, em sistemas de irrigação por aspersão convencional utiliza-se bombas centrífugas de eixo horizontal. A função da motobomba é captar a água da fonte e suprir sistema de aspersão.
Acessórios
Os acessórios mais utilizados nos sistemas de irrigação por aspersão convencional são tampão final, haste de subida do aspersor, engate rápido com válvula de saída, curvas, cotovelos de derivação, válvulas de linha, manômetros, derivação em “T’, registros de gaveta, borrachas de vedação, válvulas de retenção, entre outros.
Tipos de irrigação por aspersão
Vários sistemas podem ser construídos tendo por base a irrigação por aspersão, podendo ser convencionais ou mecanizados. Vamos listar os tipos.
Irrigação por aspersão convencional
Existem quatro tipos de sistemas de irrigação por aspersão convencional. São eles:
Sistemas portáteis
Os sistemas portáteis são aqueles que têm tubulações simples, que podem ser movimentadas tanto nas linhas principais quanto nas linhas laterais, permitindo a troca de lugar.
Para isso, as tubulações de transporte devem ser compostas de um material leve, como o aço zincado ou o PVC, com uma grande quantidade de conectores e acoplamentos rápidos, que permitam a desmontagem e montagem no campo.
Sistemas semi-portáteis (ou semifixos)
Os sistemas semi-portáteis contam com linhas principais e secundárias fixas e linhas laterais que se deslocam em diferentes posições, conforme a necessidade de irrigação da área, sempre sendo ligadas na mesma linha principal fixa.
As linhas principais e secundárias podem ser enterradas ou não. Em caso de uma linha principal enterrada, apenas o hidrante ficará fora do solo.
Sistemas fixos permanentes
Todas as tubulações desse sistema ficam enterradas na área irrigada. Apenas as hastes dos aspersores e os registros ficam na superfície do solo.
Nesse caso, temos um custo maior de implantação, sendo mais indicado para irrigação de pequenas áreas, culturas de alto valor econômico ou de mão de obra escassa ou cara. Esse sistema é muito utilizado na irrigação de gramados e jardins.
Sistema fixo temporário
Todas as tubulações das linhas principal, secundárias e laterais ficam dispostas sobre o solo e permanecem fixas apenas durante o ciclo da cultura irrigada, podendo ser transferidas para outras áreas após o fim do ciclo.
Irrigação por aspersão mecanizada
Os sistemas de irrigação por aspersão mecanizada visam irrigar áreas maiores, poupar mão de obra e trabalhar com maior eficiência. Nesses sistemas existem um sistema mecânico de rodas nas suas estruturas que permitem uma irrigação mais ágil e eficiente. Dentre desses sistemas podemos contar com:
Sistema autopropelido
Indicado para áreas com declividade maior que 20%, grande agilidade de infiltração de água no solo e com culturas com boa cobertura como a cana-de-açúcar, por exemplo.
Sistema de pivô central
É constituído por uma linha de irrigação lateral móvel, suspensa por torres de sustentação, que irriga uma área circular em torno de um ponto fixo.
Sistema de pivô linear
Apresenta a mesma estrutura de sustentação do pivô central e a mesma forma de deslocamento, porém se desloca apenas em sentido longitudinal e em áreas retangulares.
Sistema de pivô rebocável
Com esse sistema é possível irrigar várias áreas com o mesmo equipamento. Normalmente é utilizado em áreas que não precisam de irrigação constante. Sua estrutura é composta por uma torre central que possui duas ou quatro rodas articuladas que são responsáveis pelo seu alinhamento durante o transporte.
Veja no vídeo abaixo os tipos de irrigação por aspersão:
Como saber qual é o melhor sistema de irrigação para sua lavoura?
O Brasil é um expoente em irrigação no mundo, sendo que a oferta de água em nosso país é maior se comparada a outros países e isso facilita o uso de irrigação nas lavouras. Contudo, como saber se a irrigação por aspersão é uma boa alternativa para a sua produção? Para isso, é preciso analisar alguns pontos específicos.
Antes de tudo, precisamos nos lembrar que a aspersão é um dos métodos de irrigação e que existem outros modelos que podem atender a suas necessidades. Dito isso, os pontos a serem verificados ao decidir por um modelo de irrigação são:
- Cultura: em um pomar, por exemplo, a irrigação por gotejamento pode ser uma solução mais adequada;
- Solo e topografia: em locais de alto relevo, como encostas, a água em aspersão pode correr, não sendo aproveitada;
- Clima: locais muito chuvosos podem não demandar uma alta quantidade de água;
- Disponibilidade de água: para realizar a aspersão é preciso contar com grandes reservatórios de modo a garantir a oferta hídrica.
Veja também: Fatores que influenciam na escolha do sistema de irrigação.
Como implementar um sistema de irrigação por aspersão?
Para aplicar a irrigação por aspersão é preciso criar um projeto inicial, o que pode ser feito por meio da contratação de um consultor de irrigação. Esse profissional é capaz de analisar toda a demanda da lavoura e determinar o sistema correto.
Com o apoio desse consultor, você poderá construir um sistema de irrigação adequado à sua realidade, às cultivares disponíveis em sua propriedade e à disponibilidade de água na sua região.
E então, gostou do artigo? Aproveite e acesse também nosso post sobre irrigação de precisão. Boa leitura!
