As boas práticas no manejo de rebanhos são importantes e contribuem imensamente para bons resultados. Te convido a iniciar aqui, junto comigo, uma série de artigos sobre boas práticas nos cuidados dedicados diariamente a seus animais, com destaque especial aos detalhes que vão trazer o tão desejado retorno positivo, inclusive no bolso.
Sendo assim, neste primeiro artigo desta série, vamos tratar sobre a atividade de identificação do gado. Quais as possibilidades atuais para identificar os animais? Como aplicar as boas práticas na hora de manter o controle do seu gado?
Confira a leitura na íntegra desse artigo, e entenda o que são, de fato, as boas práticas de manejo e também como você pode aplicá-las na lida diária com seu rebanho, além das vantagens e benefícios de mudar essa postura. Boa leitura!
Boas práticas de manejo
O que é manejo? Por definição, se refere ao ato de manejar, ou a reunião de atividades executadas. De fato, a expressão é abrangente e engloba todas as atividades realizadas com e para seus animais. Então, toda e qualquer atividade realizada junto aos animais se enquadra no manejo.
E quanto as boas práticas? São ajustes pequenos em detalhes que, quando bem observados, trazem retornos significativos. Optando por boas práticas de manejo, você pode realizar qualquer procedimento ou manejo diário com cuidado e respeito aos animais, maior planejamento e preparo prévio, tornando os processos mais simples e com a possibilidade de capacitar outros para executar.
Portanto, em outras palavras, as boas práticas de manejo melhoram não só os índices produtivos e reprodutivos, mas impactam diretamente no lucro final do produtor.
Veja também: Bem-estar animal: entenda a importância desse processo.
Importância de identificar os animais do rebanho
Por que é importante identificar cada animal do seu rebanho, ou lote? A partir da identificação é possível manter um controle zootécnico eficiente e acompanhar melhor o desempenho produtivo individual, do lote e, por fim, do rebanho todo.
Dessa maneira fica mais fácil diferenciar seus animais, tornando possível determinar a taxa de produtividade individual, bem como os detalhes importantes da vida de cada um, até o que está relacionado a saúde deles, facilitando muito seu direcionamento. Com esses ajustes, você vai ter economia de energia e de dinheiro, já que agora a sua atenção será focada.
No entanto, alguns métodos de identificação, como a marcação a ferro, apesar de ainda serem exigidos em alguns casos, trazem grande sofrimento, dor, elevado estresse e risco de complicações ao animal. Sem falar que animais estressados ou em sofrimento têm elevada queda de potencial produtivo. Além disso, são pouco eficientes como método de controle sanitário.
Sendo assim, quais são os principais métodos de identificação do gado? Ademais, qual o momento ideal para realização desse processo? Veja a seguir.
Principais métodos de identificação
Em primeiro lugar, é determinante escolher a idade certa: quanto mais jovem o bovino, melhor o processo de cicatrização e menor a incidência de rejeição.
Agora, vamos aos métodos:
Brinco simples e eletrônico
Não só ajuda a documentar os animais como também faz o rastreamento visual, rápido e eficiente, gerenciando-os mais facilmente. Na versão eletrônica não há necessidade de dados anotados manualmente, já que com a etiqueta é possível identificar análises e índices já de imediato.
Nesse mesmo contexto, existem sistemas mais complexos, a exemplo do scanner bovino, que através de um software específico, e na tela de um celular, verifica e acompanha os dados de cada animal.
Tatuagem
É mais frequente nos animais mais jovens, e exige total contenção para evitar que o processo cause dor e/ou estresse.
Outro fator limitante é a dificuldade para visualização posterior, sendo necessária a contenção total sempre que for necessário identificar.
Marca a ferro
Método muito questionável e com considerável sofrimento, seja a ferro quente ou a ferro frio (com nitrogênio líquido).
Além disso, torna o couro pouco valorizado. Embora o produtor não receba pelo couro, cerca de 10 a 15% do valor da arroba está baseado no valor do couro.
Ademais, exige pessoal capacitado devido ao alto risco, uma vez que, se mal feito, pode gerar lesões graves por queimadura, gerando dor e sofrimento intenso.
Colar, sino ou marcações a tinta
Para manejos específicos, uma boa medida é a identificação alternada.
Por exemplo, considere um lote em reprodução, onde se pretende direcionar os acasalamentos, é possível identificar as fêmeas com tinta, ou colares e até sinos para diferenciá-las dos demais animais.
As boas práticas nesse sentido, visam facilitar ao técnico o controle do manejo proposto, de forma organizada e visual, sem qualquer sofrimento envolvido para o animal.
Leia também: Vacas em lactação: como deve ser o manejo.
Identificação com atenção às boas práticas
Em suma, uma vez que você já entende que a identificação visual é importante e vai trazer benefícios, que tem a finalidade de gerenciar seu rebanho, e também já sabe quais os principais métodos disponíveis, chegou a hora de organizar seu manejo de identificação propriamente dito, e dessa vez priorizar as boas práticas e cuidados.
Nesse sentido, nós do grupo MF Rural, disponibilizamos abaixo um guia de boas práticas para identificação do gado, contendo 5 passos. Aproveite e compartilhe com seus colegas pecuaristas!
E então, esse artigo foi útil para você? Acesse também o nosso post sobre confinamento a pasto. Boa leitura!