Mandioca brava e de mesa: entenda suas diferenças

Mandioca brava e de mesa: entenda suas diferenças

O Brasil é conhecido pela sua vasta diversidade de alimentos, entre os quais se destaca a mandioca. Neste contexto, destacam-se duas variedades principais: a mandioca brava e a de mesa. Embora visualmente semelhantes, esses dois tipos requerem análise laboratorial para serem diferenciados. Este artigo visa esclarecer as suas distinções de maneira detalhada.

Mandioca de mesa

A mandioca de mesa, também conhecida como aipim, macaxeira e mandioca mansa, adota diferentes denominações dependendo da região brasileira em que é encontrada. No Nordeste do Brasil, é comum utilizar os termos ‘aipim’ e ‘macaxeira’ como sinônimos de mandioca de mesa. No entanto, quando alguém menciona apenas ‘mandioca’, pode-se inferir que se trata da variedade brava.

Por outro lado, na região Sul do país, os termos ‘aipim‘ e ‘macaxeira‘ não são tão frequentemente utilizados, e a mandioca de mesa raramente é referida por esses nomes. Lá, simplesmente o termo ‘mandioca’ é empregado, sendo amplamente compreendido.

Mandioca brava

A mandioca brava, por outro lado, é consistentemente conhecida por esse nome, e sua designação não é arbitrária. Este tipo de mandioca é tóxico e pode acarretar sérios problemas para a saúde humana.

Amostra de mandioca brava sobre as folhas da planta: em rodelas, inteira e em palitos.
Mandioca brava destinada a alimentos processados pela indústria

A mandioca brava pode ser consumida

Uma questão intrigante é se a mandioca brava, devido à sua toxicidade, pode ser consumida. A resposta é afirmativa, porém sujeita a condições específicas. Para tornar a mandioca brava segura para o consumo, é necessário submetê-la a técnicas de desintoxicação, como a secagem.

Através da secagem, juntamente com outros procedimentos, é assegurado que o alimento se torne próprio para o consumo humano. Geralmente, a mandioca brava é transformada em produtos como polvilho, farinha e fécula, em vez de ser comercializada diretamente nas feiras. Por essa razão, é também conhecida como mandioca de indústria.

No entanto, é possível torná-la segura para o consumo humano in natura após a realização de determinados procedimentos. É necessário um processo de preparação adequado antes de ser consumida. Aqui estão algumas etapas para preparar a mandioca brava de forma segura:

  1. Descascar a Mandioca: Faça cortes no sentido do comprimento e vá retirando a casca.
  2. Lavar: Lave a mandioca novamente após descascar.
  3. Cozinhar: Leve uma panela com água suficiente para cobrir a mandioca ao fogo para ferver. Adicione a mandioca e deixe-a cozinhar por 20 minutos.
  4. Adicionar Sal: Adicione o sal a gosto e, caso seja necessário, adicione mais água, pois a mandioca deve ficar coberta por todo o cozimento.

Além disso, se você estiver preparando tucupi (prato típico do Pará) que tem como base um líquido amarelo extraído da mandioca brava, é importante lembrar que ele deve passar por um processo de fermentação para eliminar o ácido cianídrico. O tucupi deve ser fermentado por 24 horas e cozido por 40 minutos antes do seu consumo.

Quais as diferenças entre a variedade brava e mansa?

Embora existam diferenças entre esses dois tipos de mandioca, elas são imperceptíveis ao olhar, toque ou paladar. A chave para distinguir entre os tipos é a análise laboratorial.

De fato, é por meio de testes laboratoriais que se pode determinar o teor de ácido cianídrico presente na mandioca. Ambos os tipos contêm esse ácido; no entanto, a mandioca brava apresenta uma concentração significativamente maior, tornando-se extremamente tóxica para humanos e animais.

Portanto, procurar por características distintivas nos tipos de mandioca é inútil, pois tanto a mandioca de mesa quanto a mandioca brava podem apresentar uma variedade de características, como pele branca ou rosada e caules verdes ou rosados, entre outras semelhanças nas raízes.

Mandioca em caixa recém colhida na roça
A mandioca brava e de mesa são semelhantes e não é possível avaliar diferenças a olho nú.

No livro Mandioca 500 Perguntas – 500 Respostas, a Embrapa disponibiliza uma compilação feita pela Equipe Técnica de Mandioca da Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical. Desenvolvido ao longo de 31 anos desde a criação da unidade, com o objetivo de fornecer informações atualizadas sobre tecnologias de produção de mandioca e agronegócio relacionado. Este é um recurso interessante para quem quer saber mais informações técnicas de um modo mais interativo.

Leia também: Mandioca: São Paulo é referência mundial em pesquisa científica

Além de ser um produto agrícola comercialmente viável, a mandioca é também um símbolo da riqueza cultural do país. Presente na culinária de diversas regiões, a mandioca é celebrada em pratos tradicionais que refletem a diversidade e a criatividade gastronômica do povo brasileiro.

A mandioca está intrinsecamente ligada a manifestações culturais, como festas populares, folclore e tradições religiosas, onde seu uso é frequentemente destacado. Seja na preparação do famoso “pão de queijo” mineiro, na tradicional “farofa” consumida em churrascos brasileiros, ou nos rituais indígenas que veneram a planta como um presente da natureza, a mandioca é um elemento essencial que enriquece e preserva a identidade cultural do Brasil do cultivo, processamento e atributos culinários.

Veja no vídeo um pouco mais sobre aspectos do cultivo e processamento artesanal da mandioca brava:

Fonte: Revista Novo Tempo

Quais os consumos da mandioca de mesa?

Por outro lado, a mandioca mansa ou de mesa pode ser consumida in natura sem nenhuma preocupação ou cuidado especial no preparo. Esta variedade é frequentemente encontramos inteira ou em pedaços, utilizada para preparar pratos cozidos, fritos ou em caldos. Além disso, ela é um ingrediente versátil em diversas receitas, como biscoitos, bolos, purês e pudins.

Prato com aimpim frito e folha de salsa enfeitando o prato
Aipim frito: uma iguaria da culinária brasileira

Confira também: Mandioca: como plantar e principais cuidados no cultivo

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Até a próxima leitura!

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