O Brasil há muito tempo vem se consolidando como uma grande potência agropecuária. Os números de sua produção só cresceram nos últimos anos e suas estimativas para o futuro são ainda mais animadoras.
Segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a pecuária vai atingir um valor de produção de cerca de R$ 269 bilhões em 2020, um aumento de 10% no Valor Bruto da Produção (VBP) em comparação a 2019.
Todavia, esse sucesso quase inabalável não se criou da noite para o dia. Existe toda uma engrenagem mantendo esse mercado em alta, mesmo em meio a tantas crises.
Assim, com tantos fatores que contribuem para o setor de pecuária, a silagem é um dos assuntos mais comentados entre os produtores rurais brasileiros.
Se você quer saber mais sobre a silagem e quais são as forragens utilizadas em sua produção, fique com a gente e confira tudo isso no artigo a seguir.
O que é forragem?
As forragens, ou forrageiras, são basicamente plantas que podem servir de alimento para animais. Na maioria dos casos, essas plantas são da família das gramíneas ou das leguminosas, podendo-se adicionar uma ou outra família no meio, conforme a necessidade de cada produtor.
![campo de forragem](https://blog4.mfrural.com.br/wp-content/uploads/2020/06/forragem-1024x590.jpg)
Existem vários modos de se oferecer esse tipo alimento aos animais. Um deles é por meio do próprio plantio direto, como é feito com o pasto, e o outro é por meio de uma produção e colheita primária que passa por alguns processos antes de ser oferecida ao rebanho.
É interessante notar que, embora possa ser encontrada em estado puro, a forragem geralmente é um composto de diversas plantas, algumas como a aveia, a alfafa, o capim, o centeio, além de outros farelos vegetais.
Sendo assim, se o manejo do pasto é o responsável por boa parte da eficiência do sistema de produção, quanto maior a qualidade das plantas forrageiras, maior a produtividade por hectare e, consequentemente, maior o retorno.
O que é silagem?
A silagem é o produto da ensilagem, que nada mais é do que um processo biológico de fermentação bacteriana de forrageiras que estão em processo de anaerobiose. Seu uso é destinado, principalmente, para a alimentação de bovinos, substituindo as tradicionais pastagens nos períodos mais difíceis da estiagem.
![forragem recém picada nas mão de homem](https://blog4.mfrural.com.br/wp-content/uploads/2020/06/silagem-picada-1024x590.jpg)
Alguns dos benéficos da silagem são:
• Produz até 50% nutrientes a mais do que os grãos;
• Grandes quantidades podem ser armazenadas em espaços pequenos;
• Liberação rápida de área, seja para safrinha, seja para formação de pastagem;
• Processo mecanizado;
• Menor dependência das condições climáticas.
![Silagem de milho nas mãos de homem](https://blog4.mfrural.com.br/wp-content/uploads/2020/04/Silagem-1024x590.jpg)
Quais as principais forragens utilizadas na silagem?
São inúmeros os tipos de forragens que se podem utilizar em um processo de silagem. Para decidir qual lançar mão, é preciso entender as especificidades da produção, assim como também as necessidades de cada produtor. Por isso, antes de adotar qualquer medida nova, é importante fazer sempre uma boa e responsável avaliação.
No entanto, as principais forragens utilizadas na silagem são as seguintes:
1. Capim elefante (Pennisetum purpureum)
Entre os capins tropicais, o capim elefante é o mais indicado para produção em massa. Fazem parte desse gênero as variedades Mineirão, Cameroon, Taiwan, Napiê e Paraíso. Sua plantação ocorre por meio de mudas (tirando a variedade Paraíso) e sua produção pode chegar a 45 toneladas/corte/hectare.
Além disso, o capim elefante rende até 3 cortes anuais, sendo que o primeiro corte precisa ser realizado por volta de 100 dias depois de ser plantado e os cortes seguintes de 60 a 70 dias depois de rebrotar.
2. Cynodon SP
As principais espécies de forrageiras desse gênero são Rhodes, Coast-Cross e Tifton 68. As principais características desse gênero são o alto valor nutritivo, a possibilidade de se realizar vários cortes e a produção de cerca de 18 toneladas/corte/hectare.
A plantação dessa forrageira também se faz através de transplante de mudas e o seu corte se faz necessário de 30 em 30 dias, exceto no período chuvoso que a poda fica restrita a 5 cortes por ano e com menor produção.
3. Panicum maximun
Tanzânia, Mombaça, Colonião e Tobiatã são as principais forrageiras que fazem parte desse gênero. Assim como as anteriores, a Panicum maximun possui uma excelente produção em massa e, diferentemente do que foi apresentado até aqui, a sua implementação se dá por meio de sementes.
Essa incrível forrageira também pode produzir por volta de 25 a 40 toneladas/corte/hectare, com uma estimativa de até 4 cortes por ano. É importante destacar que, no caso desse gênero, é preciso estar atento ao prazo de corte, que é mais ou menos em torno de 80 a 90 dias após o plantio. Depois do rebrote, recomenda-se um corte a cada 45 ou 55 dias.
4. Cana-de-açúcar
A cana-de-açúcar é uma das culturas mais antigas do mundo a ser utilizada pelo homem. Só como alimento de animais, essa forrageira tem por volta de mais de um século de história.
Algumas de suas inúmeras qualidades são o seu altíssimo valor energético e sua elevada capacidade de produção, algo que pode chegar a impressionantes 70 toneladas/hectare/ano.
5. Brachiaria sp
O gênero Brachiaria sp tem uma fácil propagação no ambiente e é capaz de produzir algo em torno de 20 a 30 toneladas/corte/hectare, sendo que o primeiro corte deve ser realizado 70 dias após o seu plantio e os cortes subsequentes de 25 a 45 dias.
Brachiaria, Brachiaria decumbens, Braquiarão, Brachiaria ruiziensis e Brachiaria humidicola são as principais forrageiras do gênero.
6. Milho, milheto, girassol e sorgo
Esse composto é um dos mais utilizados e queridos pelos produtores rurais Brasil afora. Além de ser uma silagem de alta qualidade, a mistura dessas culturas oferece uma boa digestibilidade e um valor energético de grande valor.
A matéria seca e a produção respectiva de cada um são:
• Milho: matéria seca de 32% a 35%e produtividade de 30 toneladas/hectare;
• Milheto: matéria seca em torno de 30%, produtividade entre 25 a 30 toneladas/hectare;
• Girassol: matéria seca de 30% e produtividade de 30 toneladas/hectare;
• Sorgo: matéria seca de 30% a 33% e produtividade entre 35 e 40 toneladas /hectare.
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