A alfafa é conhecida como “rainha das forrageiras” por conta de sua produtividade e qualidade, possuindo elevado valor nutritivo. Originária da Ásia Central, é uma leguminosa que contém grandes quantidades de vitaminas A, C, D, E, K e do complexo B.
É muito utilizada como feno, especialmente para a alimentação do gado de leite e de equinos, já que possui alto teor de vitaminas, proteínas e minerais.
Nesse artigo, vamos abordar detalhes sobre a sua produção e como é feita a sua utilização na alimentação dos animais. Boa leitura!
Produção de alfafa no mundo
Apesar de ser uma das forrageiras mais difundidas em países de clima temperado, a alfafa tem sido cultivada também em larga escala em regiões tropicais.
Atualmente, o cultivo dessa leguminosa ocupa uma área de aproximadamente 32 milhões de hectares em todo o mundo, tendo como maior produtor os Estados Unidos, com 10,5 milhões de hectares.
No hemisfério Sul, a Argentina é a sua maior produtora, responsável pelo segundo lugar em escala mundial de produção de alfafa, com 7,5 milhões de hectares. Em seguida, tem-se a África do Sul, com 300.000 hectares, e o Peru, com 120.000 hectares. O Brasil possui uma área cultivada de apenas 40 mil hectares, aproximadamente.
Cultivo da alfafa no Brasil
O Brasil encontra dificuldades no cultivo da alfafa por conta de alguns motivos. No país, o conhecimento sobre a cultura não é muito difundido, principalmente em relação aos aspectos de fertilidade do solo, manejo, irrigação e produção de sementes. Além disso, há também a necessidade de produção de material mais adaptado e em equilíbrio com as principais doenças e pragas que acompanham a alfafa em todo o mundo.
O alto custo de produção da alfafa é um dos fatores que não atrai muitos produtores ao seu cultivo, principalmente devido à grande dependência de sementes importadas da Califórnia (EUA). Para alcançar a viabilidade de produção dessa cultura, recomenda-se densidade de plantio de 15 quilos de sementes por hectare, chegando ao produtor pelo custo aproximado de R$90,00/kg.
Por se adaptar bem ao frio, a alfafa é cultivada predominantemente no Rio Grande do Sul. No entanto, existe um aumento da área plantada nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, já que a implantação de sistemas intensivos de produção com bovinos de leite foi intensificada, levando, consequentemente, ao crescimento da demanda por alimentos de alto valor nutritivo.
Um campo de alfafa, uma vez estabelecido, produzirá feno de boa qualidade por até 10 anos antes do seu replantio.
Alfafa na alimentação dos animais
A alfafa pode ser fornecida aos animais na forma conservada, verde picada ou sob pastejo.
As principais maneiras de conservação de sua forragem são: o feno, com teor de umidade abaixo de 20%; a silagem, armazenada com teor de umidade acima de 70%; e o pré-secado, forragem armazenada em sacos de polietileno e com teor de umidade que varia de 40% a 60%.
Além das formas conservadas, essa leguminosa também pode ser utilizada sob pastejo direto e na forma verde fornecida no cocho, como é feito na Argentina.
No Brasil, a forma mais difundida de utilização da alfafa, até o momento, tem sido o feno, graças à sua facilidade de transporte e comercialização. No entanto, o seu emprego na forma verde picada ou em pastejo também estão adquirindo importância, tendo em vista o elevado custo de produção do feno de alfafa.
No caso do gado leiteiro, a alfafa pode proporcionar um incremento de até 10% na lucratividade do produtor de leite. Segundo pesquisa realizada pela Embrapa, isso ocorre devido à redução do uso de suplementação alimentar e ao aumento do número de animais por hectare.
Os técnicos comparam um sistema de produção de leite tradicional com outro que utiliza a alfafa. No tradicional, as vacas foram alimentadas a pasto e concentrado, no período das águas; e silagem de milho e concentrado, na épocas de secas. No experimento com a alfafa, diminuiu-se a área de capim (Tanzânia) e silagem de milho. A única interferência foi a introdução da leguminosa.
Antes de receber a suplementação, tanto na parte da manhã quanto na parte da tarde, os animais eram levados à pastagem de alfafa para estimular o consumo da forrageira. Dessa forma, foi possível reduzir a utilização de farelo de soja na dieta em épocas da secas, bem como eliminar esse concentrado durante o período das águas.
Mesmo contando com mais vacas, o sistema de utilização da alfafa foi responsável por reduzir o consumo de concentrado e de silagem de milho na dieta dos animais. Isso ocorreu devido ao grande potencial proteico da leguminosa.
Alfafa na alimentação de equinos
A alfafa é um dos ingredientes mais utilizados na alimentação de cavalos, mas o seu fornecimento deve ser feito em conjunto com o feno de outra gramínea. Isso se dá pelo fato de ser rica em proteínas, podendo provocar algumas complicações no metabolismo do animal quando fornecida “sozinha”, causando também problemas urinários e digestivos. Por ser um alimento seco, deve ser fornecido juntamente com a água.
O fornecimento de alfafa com aveia aos animais é uma combinação perfeita de nutrientes. As fibras dos grãos produzem diversas melhorias na digestibilidade, além de auxiliar na prevenção de distúrbios alimentares.
Portanto, se você possui animais, especialmente vacas leiteiras e equinos, e tem condições propícias para o plantio de alfafa, essa pode ser uma excelente opção. Pesquise, mantenha-se informado e invista!
Veja no vídeo abaixo como é feito o cultivo da alfafa:
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