A pirarara (Phractocephalus hemioliopterus) é um peixe de couro de água doce, natural das bacias Amazônica e Araguaia-Tocantins. É muito requisitado na pesca esportiva, pois oferece um certo nível de resistência à captura, o que torna a experiência bem atrativa para quem gosta de desafios.
Neste artigo, vamos apresentar tudo sobre a pirarara, suas principais características, onde encontrá-la, dicas para pescá-la e mais algumas curiosidades. Confira!
Quais as principais características da pirarara?
Trata-se de um dos peixes mais bonitos da região amazônica. Possui uma cabeça grande e com ossos fortes, e também conta com uma placa óssea localizada na parte anterior da nadadeira dorsal.
É um peixe de couro de grande porte que, quando adulto, pode atingir 1,50 metro de comprimento e pesar mais de 50 quilos. O ventre e os flancos apresentam uma coloração amarelada para o creme. O dorso varia entre marrom e preto, podendo conter tonalidades esverdeadas.
Tem uma cauda truncada de coloração vermelho-sangue, e possui barbilhões sensitivos que são encontrados em 3 pares: dois localizadas na parte da mandíbula e um na parte da maxila.
A reprodução acontece em períodos de cheia, uma vez por ano, com uma migração reprodutiva, no qual eles deslocam-se do sítio de alimentação até o lugar onde realizam a desova.
Na alimentação, trata-se de um onívoro, isto é, come vários alimentos, desde frutas até aves e caranguejos. Também pode se alimentar de animais que já tenham morrido e peixes em decomposição.
Em relação à expectativa de vida, a pirarara pode viver mais de 20 anos.
Onde a pirarara é encontrada?
A pirarara é um peixe de água doce muito versátil em termos de localização. Pode ser encontrada em toda extensão da região norte do país, bem como em parte da região centro-oeste, o que abrange as bacias do Araguaia-Tocantis e Amazônica.
Além disso, essa espécie normalmente é pescada no Mato Grosso e Goiás, ou seja, em canais de rios que possuam águas negras ou claras, assim como nos igapós.
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Como pescar pirarara
Com o objetivo de pescar pirarara, por ser um peixe onívoro, o mais aconselhável é utilizar iscas naturais, principalmente peixes inteiros ou em filés. Porém, também é possível usar iscas artificiais, principalmente se os peixes estiverem em águas rasas, mas são consideradas menos eficientes.
Além disso, é recomendável que a pesca ocorra no início da noite, principalmente em locais próximos a estruturas que estejam submersas, bem como em áreas mais rasas. A melhor época de pesca começa em maio e vai até outubro, quando os rios estão em seu leito normal.
Como trata-se de uma espécie de peixe grande e pesada, é preciso usar materiais resistentes. Exemplos: linhas que variam de 30 a 50 libras e anzóis entre 8/0 a 10/0, por causa da sua grande boca. A chumbada precisa correr na linha, tendo seu peso variando com a profundidade do pesqueiro ou do rio.
Confira, no vídeo, a emoção do pescador ao fisgar uma pirarara e com o seu som (bufo) tradicional:
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Curiosidades
Além das características que já citamos, existem outras curiosidades bem interessantes sobre esse peixe.
De acordo com registros de fósseis descobertos por paleontólogos, a pirarara existe na América do Sul há mais de nove milhões de anos.
Outra curiosidade é que os barbilhões da pirarara emitem um bufo bem alto, que se inicia em um tom grave e vai finalizando em um tom agudo. Esse som é emitido pela passagem do ar da cavidade bucal através de seus opérculos.
Ademais, devido ao seu tamanho, essa espécie de peixe não costuma ser criada em aquários porque seria necessária uma grande estrutura: o tanque teria que ter uma capacidade mínima de 10 mil litros.
Além disso, algumas curiosidades são relevantes para a pesca, como o fato da pirarara ficar se aquecendo com o sol, de modo que costuma permanecer próximo à área da superfície do rio durante o período do dia.
Em alguns rios, como o Javaés (braço menor do rio Araguaia – banha os estados de Goiás e do Tocantins) a pirarara tem o hábito de expor a nadadeira dorsal fora d´água, o que facilita de ser encontrada em pescarias, principalmente esportivas.
Para finalizar, a última curiosidade: a pirarara também é conhecida como “tubarão” ou “pit bull” da água doce, por ser capaz de vencer oponentes duas ou até três vezes maiores.
E então, gostou de conhecer mais sobre a pirarara? Aproveite e acesse o nosso artigo sobre como obter sucesso na criação de tambaqui. Boa leitura!