Todos os nutrientes têm um papel importante a desempenhar dentro das plantas.
Alguns destes nutrientes necessitam de pequenas quantidades para que façam sua função, outros são requisitados em maiores quantidades, como no caso do potássio.
O potássio é um dos macronutrientes que tem papel fundamental nas plantas, ele não atua diretamente nas funções vitais do metabolismo das plantas, mas tem um papel imprescindível para que estas funções ocorram.
Saber suas funções é o primeiro passo para entender qual a importância de fornecer adequadamente este nutriente para sua lavoura.
Para te ajudar a entender a importância do potássio para as culturas, separamos as principais informações a respeito deste macronutriente, venha conferir!
Potássio nas plantas: o que este macronutriente faz?
O potássio (K) é um dos três nutrientes, juntamente com nitrogênio e fósforo, considerados como macronutrientes, ele é o segundo nutriente mais requerido pelas plantas, ficando atrás somente do nitrogênio.
Sua importância está relacionada à participação em diversas funções dentro do vegetal, por isso, ele é o cátion mais abundante dentro das plantas, apresentando alta mobilidade solo-planta.
Veja abaixo as principais funções deste macronutriente:
O potássio está diretamente ligado à regulação de água. A absorção ativa deste elemento influencia na absorção de água das células e tecidos.
Além disso, os íons de potássio atuam na abertura e fechamento dos estômatos, que são estruturas presentes nas folhas que regulam as trocas gasosas como o vapor d’água, o que influencia a absorção de água das plantas.
Seu papel na fotossíntese não é direto como no caso no nitrogênio. Para ocorrer a fotossíntese é necessário a presença de uma enzima, a rubisco. Para que ocorra síntese desta enzima é necessário a presença de K.
Mais de 60 enzimas são ativadas pela presença de potássio, devido a isso sua quantidade dentro das plantas é elevada.
Outra atuação indireta, mas de grande importância do K dentro das plantas é o crescimento meristemático, onde este nutriente faz com que os fitormônios que atuam no crescimento da raiz e parte área sejam ativados.
O K também atua no aumento da espessura da cutícula das folhas e da parede celular, com isso plantas nutridas adequadamente com este macronutriente apresentam maior resistência a pragas e doenças devido a dificuldade de passar pela barreira formada nas folhas.
Em épocas de geadas, principalmente produtores de café, costumam realizar aplicação de potássio nas plantas, pois este reduz o ponto de congelamento da seiva, minimizando os efeitos da geada nas plantas.
Na qualidade do produto final, seja grãos, frutas ou verduras, o K, por ser móvel, ajuda na translocação de produtos sintetizados nas plantas, como açúcares, proteína, amido, vitamina C, que fazem com que aumente o teor destes produtos nas frutas, verduras ou grãos.
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Fontes de potássio disponíveis para aplicação
O potássio está presente no solo como cátion, na forma de K+, sendo encontrado principalmente de três maneiras: presente em minerais primários, na solução do solo e na matéria orgânica.
No Brasil o teor de K nos solos é baixo, pois os principais minerais primários e secundários dos solos brasileiros são caulinitas e os óxidos de ferro e de alumínio, que apresentam baixo teor de potássio na sua composição.
Em áreas que realizam o plantio de cobertura, mantendo a palhada sobre o solo, o teor deste elemento que fica nos restos das plantas passa pelos processos de lavagem e mineralização, se tornando disponíveis na solução do solo.
O K presente na solução do solo é o mais importante para os solos brasileiros, pois o presente na matéria orgânica também é considerado baixo devido ao clima tropical e solos intemperizados.
Desse modo, é importante utilizar as fontes de fertilizantes que contêm potássio para suprir a necessidade de cada cultura.
Para determinar a quantidade necessária de potássio é importante ter os seguintes dados:
- Extração e exportação de K pela cultura produzida;
- Quantidade de K já presente no solo;
- Produtividade esperada;
- Fonte mineral de K utilizado;
- Realização de calagem e gessagem na área anteriormente.
Em relação às fontes de potássio, tem-se os seguintes fertilizantes:
Além deste, há as formulações de NPK que podem ser utilizadas. É importante levar em consideração todos os fatores citados acima, para que escolha adequadamente o fertilizante que melhor se encaixe na sua necessidade.
Vale ressaltar que a disponibilidade de potássio é afetada por altas concentração de cálcio (Ca) e magnésio (Mg) nos solos, por isso, é importante ficar atento na adubação deste nutriente após a gessagem, o que favorece a lixiviação deste nutriente.
Já na calagem, por ser um processo que retira o H+ dos colóides do solo, as perdas de K por lixiviação se tornam baixas, pois o K+ presente nos solos entra no lugar do H+ retirado devido a calagem.
Modo e época de aplicação do potássio nas lavouras
Há dois modos de aplicação de potássio para as culturas, junto com a operação de semeadura e em cobertura.
O potássio utilizado nas formulações com NPK é aplicado principalmente durante a operação de semeadura, logo abaixo das sementes.
Outra forma de disponibilizar o K é pelos fertilizantes de potássio. No Brasil, os principais são: cloreto de potássio, sulfato de potássio e nitrato de potássio.
O cloreto de potássio (KCl) é o mais utilizado devido ao seu custo-benefício, pois é o fertilizante que apresenta a maior quantidade de K2O na sua formulação, e geralmente é utilizado a lanço, antes ou durante a cultura.
Entretanto, é importante lembrar que devido a presença do cloro, este adubo apresenta alto índice salino.
Desse modo, é recomendado parcelar a aplicação de KCl caso seja necessário aplicar acima de 60 kg/ha de K2O, para evitar a salinização do solo próximos às raízes.
Caso necessite parcelar, é recomendado realizar a aplicação de 1/3 no momento da semeadura, e o restante em cobertura em no máximo 30 dias após a semeadura.
Para realizar o cálculo da quantidade fertilizante a ser aplicado para fornecer a quantidade de K+ que é disponível para planta, vamos utilizar como exemplo o KCl. Veja abaixo:
O que a falta ou excesso de potássio causa nas plantas?
O ditado popular que costumamos dizer: “quanto mais, melhor”, não se aplica muito bem às plantas.
Todos os nutrientes devem estar disponíveis em quantidades ideais para as plantas, somente assim se obterá os melhores resultados.
No início do texto vimos onde o potássio atua nas plantas e sua importância para o metabolismo como um todo, assim, o excesso ou falta de K ocasiona perdas indiretas na produção.
Conhecer os sintomas, tanto de falta quanto de excesso, é um importante meio para corrigir as falhas no manejo da adubação, e melhorar o aproveitamento do fertilizante utilizado.
Sintomas de excesso de potássio não são conhecidos nas plantas, porém há indícios que em excesso o potássio pode prejudicar a absorção de outros nutrientes, como no caso do magnésio.
Já os sintomas de deficiência de potássio nas plantas começam a aparecer nas folhas mais velhas devido sua alta mobilidade na planta. As folhas mais velhas começam a ficar com uma coloração amarelada das pontas para o meio da folha, mantendo as nervuras com coloração verde por um tempo. O amarelecimento (clorose) se torna necrose, ocasionando morte e queda da folha.
Outros sintomas são o crescimento lento da parte aérea e raízes; em condições favoráveis pode ocorrer acamamento de plantas, pois os caules ficam fracos devido a deficiência de K e ficam mais suscetíveis à quebra.
Pode ocorrer atraso na polinização no caso de culturas como o milho; ocorre desuniformidade dos frutos ou grãos, e diferença de maturação na mesma planta.
Além disso, as folhas das plantas que apresentam deficiência de K se tornam menos resistentes ao ataque de pragas e doenças.
E então, esse artigo foi útil para você? Aproveite e acesse também nosso post sobre dormência de sementes. Boa leitura!