A tuberculose bovina é uma doença que ameaça não somente a saúde do rebanho, mas também a do homem, já que pode ser transmitida para os humanos. Ela é causada pela bactéria Mycobacterium bovis e afeta principalmente bovinos, mas pode se manifestar em suínos, aves, ovinos e bubalinos, além dos humanos.
A doença é crônica e pode provocar diversos prejuízos à criação de gado e atingir tanto a produção de leite como a de carne, mas os efeitos da tuberculose bovina vão além, já que se trata de uma das zoonoses mais alarmantes para a saúde pública. Saiba mais sobre essa doença tão perigosa para o gado e o que deve ser feito para preveni-la.
O que é a tuberculose bovina?
Causada por Mycobacterium bovis, a tuberculose bovina é uma doença sem tratamento que atinge principalmente bovinos e búfalos. Ela é responsável por perdas econômicas em todo o mundo e uma grande preocupação para os criadores de gado de diversas regiões do nosso país.
No Brasil, ainda não há programa obrigatório de erradicação da doença, apesar de em muitos países já existirem essas medidas. No entanto, os números a respeito da tuberculose bovina são bastante consideráveis.
O Ministério da Agricultura criou em 2001 o PNCEBT (Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose). O programa de adesão voluntária regulamenta as estratégias de controle da doença e tem o objetivo de diminuir sua incidência no país.
Principais sintomas
A tuberculose bovina causa lesões em vários órgãos e tecidos do animal, entre eles fígado, baço, pulmão e também na carcaça, além do úbere das vacas. Os animais atingidos sofrem de emagrecimento progressivo, tosse, falta de ar, mamite e infertilidade.
Entretanto, esses sintomas só se intensificam quando a doença já estiver em estágio avançado, pois geralmente não há sintomas no início da doença.
No entanto, isso não diminui a gravidade das circunstâncias, uma vez que, mesmo no estágio de início da doença, as bactérias podem ser transmitidas através do ambiente e do leite.
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Melhores ações para prevenção
Como não existe vacina e nem tratamento para a tuberculose bovina, a melhor medida para evitar esse mal é a prevenção.
A primeira recomendação nesse sentido é ser criterioso na seleção dos animais e adquirir somente aqueles que tenham passado pelo teste intradérmico para tuberculose com resultado negativo.
Além disso, existem outras medidas essenciais para garantir que a tuberculose não seja um problema para a saúde do gado, como:
– Utilizar equipamentos de manejo sempre limpos e higienizados;
– Realizar o controle da doença por meio de testagem a cada 6 meses;
– Evitar que funcionários com a doença tenham contato com o rebanho;
– Realizar o controle da tuberculose bovina por meio da normativa do Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose Animal, que se refere à identificação e eliminação de animais infectados.
Como a doença é transmitida
A tuberculose bovina é transmitida principalmente por via respiratória pela presença da bactéria no ar. Mas outras formas de transmissão incluem secreções nasais e a ingestão de leite cru obtido dos animais infectados.
Quanto mais animais infectados existirem no mesmo espaço, maior será o número de bactérias presentes no ambiente. Por essa razão, é importante que a doença seja identificada antes que se espalhe pelo rebanho.
O que fazer quando o rebanho for contaminado?
Já nos casos em que o rebanho já estiver contaminado, um médico veterinário deve realizar o teste em cada animal e realizar a marcação naqueles que confirmarem a doença. A defesa sanitária precisa ser notificada e no período de até 30 dias, os animais contaminados devem ser sacrificados.
As recomendações da defesa sanitária é que esses animais sejam encaminhados para o abate sanitário em centros que possuam o serviço de inspeção de carcaças.
Caso essa medida não seja possível, os animais podem ser abatidos na propriedade onde estavam sendo criados, contanto que o processo seja acompanhado pelo serviço oficial de defesa sanitária animal.
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Tuberculose bovina transmitida para o homem
A doença no ser humano se manifesta principalmente em pessoas jovens e é adquirida através da manipulação ou ingestão do leite contaminado. Também é possível que as pessoas sejam infectadas com a inalação de perdigotos de animais doentes, desenvolvendo a tuberculose pulmonar.
Para evitar os riscos de adquirir a doença, é importante não consumir leite e nenhum outro derivado cru. Lembrando que esse tipo de consumo pode ser responsável pela manifestação da tuberculose nos homens, mas também de outras doenças transmitidas por animais.
Prejuízos causados pela tuberculose bovina
Entre os prejuízos decorrentes da tuberculose bovina, a queda na produção do leite é o mais impactante. Dependendo do número de animais atingidos, pode haver grande perda também na produção de carne.
Outra questão que precisa ser considerada é que uma criação marcada pela presença da tuberculose bovina pode ter sua imagem prejudicada, já que naturalmente, as pessoas têm receio em consumir produtos das propriedades onde houve a confirmação da tuberculose bovina, principalmente pelo fato de essa doença ser altamente contagiosa.
Mesmo diante de circunstâncias tão negativas do risco da tuberculose bovina, é possível manter o rebanho seguro e livre dos perigos e prejuízos dessa doença com um sistema de prevenção eficiente.
Para ter acesso a mais informações e dicas importantes sobre como cuidar da saúde da sua criação, aproveite e leia também nosso post sobre vacinação do gado. Boa leitura!
