A ferrugem asiática da soja (Phakopsora pachyrhizi) é causada por um fungo que se reproduz em plantas vivas. Sua primeira ocorrência na América do Sul foi no Paraguai, em 2001. Poucos meses depois, atingiu as plantações brasileiras.
Ferrugem da soja no Brasil
Hoje, ela é considerada a principal doença da soja. Os danos causados pela ferrugem asiática podem provocar perdas de até 90% de produtividade. Segundo a Emprapa, no Brasil são gastos em média US$ 2,8 bilhões por safra para fazer o controle sanitário da doença
O problema é tão grave que, em 2004, foi criado o Consórcio Antiferrugem. O órgão é formado por representantes dos segmentos da cadeia produtiva da soja, como universidades, institutos de pesquisa, fabricantes de insumos e cooperativas de produtores.
No site do consórcio estão dados de pesquisa, orientações e até o mapeamento do ataque dessa doença em tempo real durante a safra da soja.
A ferrugem asiática pode ser diagnosticada em qualquer estágio de desenvolvimento da cultura. O produtor pode contar com apoio do Consórcio Antiferrugem que possui uma rede de 100 laboratórios espalhados pelo Brasil.
Para impedir o aparecimento dessa doença na soja, é essencial que o produtor conheça todas as medidas possíveis para proteger sua lavoura.
Confira, abaixo, as 5 principais dicas para combater a ferrugem asiática da soja:
1. Calendário de semeadura
Cultivar a soja precocemente, no início do período recomendado, é uma estratégia para evitar a doença. Ao realizar a semeadura tardia, é possível que a planta desenvolva a doença mais cedo e necessite de aplicações de fungicida.
Portanto, a calendarização da semeadura é imprescindível para a diminuição da aplicação de fungicidas.
2. Vazio sanitário
O vazio sanitário é um espaço de 60 a 90 dias onde a cultura de soja não é realizada. O período sem o plantio ajuda a reduzir a incidência de fungos, já que a bactéria se hospeda somente em plantas vivas.
Com esse sistema, é possível reduzir a quantidade de esporos do fungo causador da doença e retardar a ocorrência da ferrugem na soja.
3. Controle químico
Controle do uso de fungicidas é um método utilizado para prevenir o aparecimento do fungo. Fungicidas que apresentaram melhores resultados foram:
- Carboxamidas;
- Triazóis;
- Estrobilurina (isolada).
4. Inspeção da cultura dos focos de ferrugem asiática
O monitoramento da lavoura é fundamental para que o produtor reconheça os potenciais agentes ameaçadores para a soja. Inicialmente, deve-se observar a folhagem superior, em busca de pontos escurecidos.
Após a inspeção, é recomendado usar uma lupa para averiguar a região inferior da folhagem onde geralmente se instalam as urédias, ou seja, pequenas saliências na planta.
Veja no vídeo abaixo, uma explicação de como identificar a ferrugem asiática da soja.
Fonte: Terra sul
Ao liberar os esporos, a urédia adquire formato triangular, mais parecido com um “vulcão”. Portanto, é essencial perceber o quanto antes se a lavoura está adoecida para controlar a ferrugem asiática e evitar prejuízos.
5. Lista organizada de manejo da soja
O sojicultor deve manter um check-list para o planejamento do manejo e prevenção à ferrugem asiática. Alguns pontos a serem considerados são:
1. Detalhes: o planejamento agrícola, como época de inspeção e tipos de fungicidas, garante o controle total da produção evitando gastos extras e prejuízos;
2. Apoio técnico: inspecionar visualmente a lavoura é uma forma fácil e eficaz de manter a ferrugem asiática longe da planta. Porém, caso seja necessário e não haja tempo hábil para o controle visual, é preciso contratar um engenheiro agrônomo para identificar as doenças da soja;
3. Presença da ferrugem na região: avalie a incidência de ferrugem asiática em outras lavouras da mesma região, para analisar se a sua plantação de soja sofre riscos diretos.
4. Gastos: anotar e manter o controle dos custos e produtividade da lavoura auxilia diretamente na gestão da cultura, a médio e longo prazo.
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