Ao longo dos anos, as máquinas agrícolas têm sido cada vez mais aperfeiçoadas. E isso não é diferente com as colhedoras. Como já mencionamos em outros artigos, as conhecidas colheitadeiras têm papel essencial no meio agrícola e merecem destaque.
A agricultura é considerada a atividade econômica mais antiga (surgiu há mais de 12 mil anos) e uma das mais importantes do mundo. Foi a partir dela, inclusive, que grandes civilizações mundiais tiveram origem e conseguiram se consolidar. Trata-se de uma prática que sempre esteve presente e foi essencial à vida humana, sendo um fator imprescindível para a sobrevivência.
Desde o seu surgimento, a atividade passou e ainda passa por grandes inovações, que aumentam a produtividade e otimizam todo o processo, desde o plantio até a colheita, como a evolução dos equipamentos utilizados, por exemplo, principalmente com o uso das novas tecnologias.
Nesse texto, falaremos sobre o importante papel das máquinas agrícolas, a origem e o processo de mecanização e evolução das colhedoras e as principais vantagens dessa máquina. Confira!
Papel das máquinas agrícolas no desenvolvimento da agricultura e da economia
No contexto de inovação tecnológica, aliada com a importância da agricultura para a vida e para o desenvolvimento das sociedades, as colhedoras marcam forte presença na história do Brasil e do mundo.
Podemos afirmar que elas são peças fundamentais quando se fala no desenvolvimento econômico mundial no atendimento às necessidades do produtor rural e da demanda por alimentos.
Também conhecidas como colhedeiras ou colheitadeiras, esses equipamentos são utilizados na colheita da cana-de-açúcar, do algodão e de grãos, tais como trigo, soja, milho, café e arroz.
Origem das colhedoras
A utilização de instrumentos para facilitar as atividades rurais acontece desde os primórdios da agricultura, sendo utilizadas, de início, ferramentas mais rudimentares, fabricadas com madeira, pedras e até mesmo ossos.
Devido às dificuldades enfrentadas nas operações agrícolas, os métodos de preparo do solo, plantio e colheita foram se aprimorando. Com o tempo, a substituição da madeira pelo metal, a utilização de novos tipos de energia e o surgimento de novos modelos, acabaram por facilitar e aumentar a produtividade no campo.
As trilhadeiras, por exemplo, eram utilizadas para a separação dos grãos por meio de tração animal (bois ou cavalos) ou por trator, com correias que movimentavam as engrenagens. Com o tempo, esse equipamento sofreu alterações e, hoje em dia, é utilizado em produções rurais menores.
A utilização de máquinas no ambiente rural se iniciou no século XVIII durante a Revolução Industrial, que levou ao campo novas técnicas empregadas nas semeadoras, tratores e colhedoras.
A utilização de máquinas a vapor e, depois, com motor de explosão, utilizando óleo diesel ou gasolina como combustível, deu continuidade na questão da implantação de tecnologias que facilitassem qualquer processo, marcando o século XIX como um período de forte presença das inovações no meio rural.
Desde então, os equipamentos vêm sofrendo cada vez mais atualizações e implementações tecnológicas. Era a agricultura moderna entrando em cena.
As primeiras colhedoras de grãos – que eram chamadas de segadeiras ou ceifadeiras – foram criadas em 1780, na Grã Bretanha e nos Estados Unidos, porém a patente foi concedida apenas em 1833.
Veja, no vídeo abaixo, a evolução das colhedoras de grãos, desde 1960:
O uso de outros combustíveis para o funcionamento das máquinas, bem como a implantação de componentes eletrônicos cada vez mais modernos, por exemplo, são alguns dos fatores que facilitam o dia a dia de quem trabalha na agricultura e marcam a história da evolução das colhedoras, bem como no desenvolvimento da vida em sociedade.
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Processo de mecanização das colhedoras
Como mencionamos anteriormente, a primeira ceifadeira mecânica foi patenteada no ano de 1833 por Obed Hussey, um inventor e fabricante norte-americano. Essa máquina funcionava por tração animal e era utilizada para a colheita de milho e trigo.
A modernização consequente trouxe novas possibilidades que aprimoravam cada vez mais os resultados obtidos no trabalho no campo, com um crescimento significativo de demanda dos diferentes tipos de produtos.
Após a Segunda Guerra Mundial, em 1944, a escassez de mão de obra nas lavouras de cana-de-açúcar, na Austrália, foi a motivação necessária para a família Toft criar uma máquina mais moderna, que alavancasse a indústria açucareira, com base em um modelo criado por Joseph Toft Jr., desenvolvendo a colhedora mecanizada para produtores de cana.
Em 1947, Harold e Colin Toft iniciaram a fabricação de colhedoras de cana-de-açúcar e se tornaram líderes nesse segmento.
As inovações seguintes foram a carregadeira hidráulica, criada por Harold Toft em 1956; em 1965 foi criada uma colhedora que possibilitava a colheita de cana picada, entre outras inovações, que trouxeram inúmeras melhorias em todos os sentidos, seja na produtividade, na qualidade do produto, na segurança dos trabalhadores, na eliminação de impurezas e mais eficácia no processo como um todo.
Em solo brasileiro, o emprego das colhedoras mecanizadas teve início na década de 1960. Mais tarde, em 1979, Shunji Nishimura, juntamente com engenheiros, agrônomos e desenhista técnico, criou a primeira colhedora de café, uma máquina que poderia realizar o trabalho de 150 a 200 pessoas colhendo café manualmente.
Esse implemento inovador transformou a colheita de café no nosso país, possibilitando que o Brasil se tornasse o maior produtor e exportador de café do mundo. A cada transformação e atualização das colhedoras, há uma revolução do negócio como um todo, com consequências que começam desde o funcionamento das máquinas e se estendem até a chegada do produto na mesa do consumidor.
Hoje em dia, há inúmeras marcas de colhedoras no mercado, como a Massey Ferguson, John Deere, New Holland, Case-IH, Jacto e Valtra, que trazem mais eficiência e produtividade nas lavouras. Cada vez mais modernas, muitas colhedoras usam até inteligência artificial para comandar as etapas do processo de colheita.
Estamos falando das colhedoras autônomas, que permitem que o operador da máquina possa se dedicar totalmente ao processo de colheita, pois utiliza câmeras de vídeo e ainda outras tecnologias embarcadas que possibilitam a detecção de possíveis obstáculos no caminho, tais como pedras, animais e as mais diferentes alterações no relevo, sem contar os monitores de produtividade, que mostram ao produtor em tempo real a produtividade de cada talhão.
Veja também: O que observar na hora de fazer a manutenção de colheitadeiras? Confira.
Principais vantagens da evolução das colhedoras
Conforme os maquinários evoluem com as novas tecnologias, o processo é otimizado. Algumas das vantagens na evolução desses equipamentos são:
Aumento da produtividade
Com a evolução das colhedoras, um dos focos principais é o aumento da produtividade. Conforme as máquinas vão evoluindo, a otimização da operação de colheita aumenta, reduzindo as perdas e gerando uma maior lucratividade no resultado final.
Maior eficiência
Os processos têm se tornado cada vez mais eficientes, diminuindo custos, inclusive de mão de obra, agilizando as operações, aumentando lucros e gerando melhores resultados produtivos.
Economia de tempo
Uma vez que as inovações impactam todas as etapas do processo produtivo, desde o preparo do solo, tratos culturais, até o plantio e a colheita, ganha-se tempo diante da alta demanda de produtos. O uso de máquinas cada vez mais modernas acelera o manejo e manutenção das plantações e proporciona uma produção elevada em menos tempo.
Agricultura em alta
Considerando que a tecnologia está presente em diversos outros maquinários utilizados nas lavouras, podemos dar destaque aos recursos com sensores, uso do GPS e drones, além de softwares específicos para a gestão agrícola, que aprimoram ainda mais as produções.
Com o uso de monitores de produtividade embarcados nas colhedoras, por exemplo, é possível analisar quais talhões na propriedade tiveram maior e menor produtividade naquela colheita, possibilitando ao produtor um foco de atenção maior em pontos de menor produção, o que irá, em colheita futura, sanar ou minimizar esse problema, aumentando ainda mais sua produtividade.
Conclusão
Vimos, portanto, que as colhedoras e suas transformações ao longo dos anos, junto com outros avanços tecnológicos, foram essenciais para a formação do Brasil e do mundo, em especial nas atividades agrícolas e na economia dos países. Para se ter uma ideia da importância deste setor, as previsões para o agronegócio em 2022 são fortes e positivas.
Dados do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado em fevereiro, apontam que as produções devem somar 271,9 milhões de toneladas este ano. Um número que representa um aumento de 7,4% em relação ao ano passado.
E então? Gostou do nosso conteúdo? Aproveite e veja também nosso post sobre como funciona uma colhedora de grãos. Boa leitura!