Colhedora de trilha radial, axial e híbrida: qual a diferença?

Colhedora de trilha radial, axial e híbrida: qual a diferença?

As colhedoras são ferramentas essenciais para o produtor rural. Quando o assunto é facilitar a vida no campo, conhecer as tecnologias disponíveis é de extrema importância para buscar soluções que aumentem a produtividade e reduzam os custos. Sendo assim, a colhedora – ou colheitadeira é um dos equipamentos que merece destaque na produção agrícola.

O Brasil figura entre os principais países na produção mundial de grãos. Para se ter uma ideia, a estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) é a de que a produção da safra em 2021/22 atinja 271,2 milhões de toneladas.

É para colher toda essa produção que as colheitadeiras são indispensáveis. No entanto, é importante lembrar que existem alguns modelos no mercado, com diferenças nos seus componentes e indicações. Por isso, neste artigo, iremos tratar especificamente sobre o sistema de trilha, abordando as diferenças entre a colhedora radial, a axial e a híbrida.

Sendo assim, neste artigo você vai ver:

  • Sistemas de uma colhedora;
  • Sistema de trilha;
  • Colhedora de trilha radial;
  • Colhedora de trilha axial;
  • Colhedora híbrida;
  • Regulagens da trilha.

Boa leitura!

Sistemas de uma colhedora

Muitas pessoas, ao pensarem em uma colhedora, podem achar que esse maquinário faz apenas um trabalho – o de colher o grão. Mas vai muito além. Na verdade, uma colheitadeira é um equipamento complexo que possui uma série de sistemas, funções e tecnologias embarcadas.

Colhedora em campo trabalhando na colheita de trigo
As colhedoras são maquinários complexos que possuem sistemas para corte, separação, limpeza, elevação e trilha da cultura colhida.

Embora o nome seja “colhedora”, o trabalho realizado por essa máquina inclui o corte, separação, limpeza, elevação e trilha da plantação. Entre os sistemas embarcados para que esses processos sejam realizados, os mais relevantes são:

  • Corte e recolha;
  • Separação;
  • Limpeza;
  • Elevação;
  • Trilha.

É justamente esse último que nos interessa aqui e do qual veremos os diferentes tipos presentes no mercado. Mas antes, vamos entender um pouco melhor do que se trata o sistema de trilha da colhedora.

Sistema de trilha

O funcionamento básico de uma colhedora de grãos pode ser resumido em corte e recolhimento da planta, elevação dela para a limpeza e limpeza.

A trilha, também chamada de trilhador, atua no importante papel de limpar os grãos. Assim, ela é responsável por separar as impurezas, tanto da planta quanto do solo, descartando-as e mantendo o grão limpo.

Para realizar esse trabalho, ela conta com um cilindro – conhecido como cilindro da trilha – e o côncavo. O primeiro é formado por duas barras de metal que possuem a função de comprimir, impactar e esfregar a massa vegetal recolhida, para que o grão se solte.

Já o côncavo é uma espécie de peneira em forma de calha e tem a função de separar os grãos do restante da massa vegetal que foi separada no processo anterior.

São nessas etapas da trilha que encontramos as principais diferenças entre a colhedora de trilha radial, axial e híbrida.

Colhedora colhendo soja no campo
O arranquio das plantas do solo é apenas o início do processo realizado pelas colhedoras.

Veja também: Confira os lançamentos de máquinas agrícolas na Agrishow.

Trilha radial, axial e híbrida: entenda a diferença

De forma geral, podemos dizer que cada um desses modelos de trilha apresenta um eixo e um côncavo próprios. Além disso, em termos de trabalho, os resultados também têm variações.

Cabe destacar que embora a colhedora de trilha axial seja considerada mais moderna, a de trilha radial ainda é bastante empregada em muitas culturas.

Agora, vejamos com mais detalhes o funcionamento de cada uma delas.

Colhedora de trilha radial

As colhedoras trilhas radiais são as mais antigas entre os três tipos de trilha disponíveis no mercado. Com a modernização dessas máquinas, à medida que o tempo passa, a disponibilidade delas no mercado vai diminuindo.

O motivo para isso é que tanto os modelos axiais, quanto os híbridos, oferecem melhor desempenho em relação à perda de grãos. E, como o objetivo é sempre reduzir as perdas, as trilhas radiais acabam sendo preteridas em relação às demais opções.

Mesmo assim, vale entender seu funcionamento. Essa colhedora se caracteriza pela posição de seus cilindros e do côncavo, ambos encontrados de forma perpendicular ao equipamento.

Veja no vídeo abaixo mais detalhes desse tipo de sistema:

Fonte: Alex Menezes.

Com esta disposição, o material chega até o cilindro radial, passando entre ele e o côncavo, recebendo impactos que fazem a debulha do grão. Em seguida, o material já separado é despejado no chamado saca-palha, uma peneira que faz a separação entre grão e palha através da gravidade.

Colhedora de trilha axial

A primeira diferença entre a colhedora de trilha axial e a radial é a disposição de seus cilindros. Assim, a colhedora axial possui seu eixo colocado de forma longitudinal. Dessa maneira, o material a ser processado passa mais tempo em contato com a máquina na etapa de debulha.

Isso permite a diminuição do impacto sobre o material, diminuindo, consequentemente, as perdas por quebra de grãos.

Outra importante diferença entre os dois modelos é que a separação entre a palha e o grão, na colhedora axial, ocorre em sua passagem entre o rotor e o cilindro separador.

Além disso, as colhedoras de trilha axial, como são alimentadas de forma longitudinal e contínua, conseguem receber um fluxo maior de material, consequentemente aumentando o rendimento do trabalho.

No vídeo abaixo, confira o funcionamento do sistema de trilha axial de uma colhedora de grãos:

Fonte: Marco Vrech.

Um detalhe que vale ressaltar é que uma colhedora com trilha axial é mais eficiente do que uma colhedora com trilha radial em relação à quantidade de perdas por atrito e impacto nos grãos.

Colhedora híbrida

Como seria esperado, a colhedora híbrida tem características tanto da radial quanto da axial.

Dito isso, sua parte mais expressiva em relação à colhedora radial é seu sistema de trilha. Como nela, o material colhido passa entre o cilindro e o côncavo de forma tangencial.

No entanto, no que diz respeito à separação dos grãos e da palha, a colhedora híbrida utiliza o sistema da axial. Ou seja, a separação é feita em movimento longitudinal, diminuindo o impacto e a perda do material.

Segundo especialistas, este modelo de colhedora é ideal para culturas que apresentam altos percentuais de palha e de grãos com grandes volumes de água, como a cultura do arroz.

Regulagem da trilha

Uma trilha desregulada pode trazer prejuízos para a produção, uma vez que traz perdas na qualidade do grão por conta de atrito e impacto.

A regulagem, portanto, é uma etapa importante para manter os componentes do sistema de trilha em perfeito funcionamento. No caso das trilhas radiais esses componentes são o cilindro, o côncavo e o batedor. Já nas trilhas axiais, rotor, côncavo e batedor.

Colhedora em campo de trigo
É importante ficar atento às regulagens da sua colhedora para evitar perdas e ter bons resultados na colheita.

Conclusão

Como vimos, existe uma predominância das colhedoras axiais e híbridas no mercado, uma vez que proporcionam maiores vantagens aos agricultores.

De toda forma, é sempre importante consultar um especialista na hora de adquirir uma máquina para a sua lavoura, e assim, evitar erros ou prejuízos desnecessários.

Esperamos ter esclarecido um pouco sobre o assunto e se quiser ler mais sobre colhedoras, veja o post: tipos de colheitadeiras: conheça os principais. Boa leitura!

Post Relacionado