O abacateiro (Persea americana Mill.) pertence à família Lauraceae, sendo considerada dentro da divisão Magnoliophyta uma das famílias mais primitivas.
Sua família é composta por espécies na maior parte arbóreas, com cerca de 50 gêneros e 2.500 espécies, que são distribuídas por todo o mundo, principalmente em regiões subtropicais e tropicais.
Originário da América Tropical, o abacateiro é cultivado em todas as regiões do mundo, onde existam solos férteis e calor suficiente.
Origem do abacateiro
O abacateiro apresenta três raças de origens distintas comercializadas: a Mexicana (Persea americana “Drymifolia”), a Antilhana (P. americana “Americana”) e a Guatemalteca (P. nubigena “Guatemalensis”).
Essa nova classificação feita recentemente, é hoje tida como a mais correta, embora também se possa referir ao abacateiro como Persea americana Mill.
O abacateiro apresenta porte médio a elevado (12 a 20 metros), sendo as plantas originadas de sementes de porte maior do que as enxertadas.
Características da planta
O sistema radicular é do tipo axial, com ramificações secundárias cujo volume radicular se concentra a 1 m de profundidade.
Os frutos podem pesar de 50 g a 2,5 kg e possuir epicarpo delgado, mesocarpo carnoso e endocarpo papiráceo e delgado, aderido ao tegumento da semente, contendo uma única semente, caracterizada como baga.
A frutificação comercial do abacateiro enxertado inicia-se a partir do 3º ou 4º ano de idade, com produção média de 12 a 30 kg/planta, variando por cultivares, clima, qualidade das mudas, fertilidade do solo e tratos culturais, podendo aumentar a produção gradualmente à medida que ocorre o desenvolvimento da planta.
Produção do abacateiro
Estudos aponta que a produção mundial de abacates é de 3,81 milhões de toneladas, plantados em uma área de 301 mil hectares.
No Brasil, há 10 mil hectares plantados, com uma produção de 213 mil toneladas, mostrando ser o país com a maior média em produtividade – em torno de 21,3 toneladas por hectare/ano.
Para saber mais sobre o manejo, confira nosso post sobre os principais cuidados a serem tomados com o abacateiro.
Principais regiões produtoras
São Paulo, Minas Gerais e Paraná são os principais estados produtores no Brasil, sendo que, no ano de 2020, São Paulo possuía 799 mil pés em produção, e foram implantados mais 232 mil pés, totalizando 4,5 mil hectares com produção de 104 mil toneladas.
Já Minas Gerais, considerado o segundo maior estado produtor, apresentou uma área de 2,9 mil hectares, com produção de 52,3 mil toneladas, seguido do Paraná, com um mil hectare plantado e produção de 19 mil toneladas.
Consumo de abacate
No Brasil, o fruto do abacateiro é consumido preferencialmente na forma de sobremesas, batido com leite e açúcar. Contudo, em outros países, os frutos são consumidos na forma de saladas, sopas, molhos e pastas.
Abacateiro: adubação x produção
O sucesso da produção está aliado ao manejo da adubação, que é feita de acordo com o estádio de desenvolvimento da cultura, ou seja, adubação de plantio, formação e frutificação.
Para cada um desses estágios, a cultura é exigente em quantidades diferentes de macronutrientes e micronutrientes.
Os macronutrientes e micronutrientes são considerados adequados para a cultura quando eles se encontram nas seguintes faixas: 16-20; 0,8-2,5; 7-20; 10-30; 2,5-8; 2-6 g/kg de N, P, K, Ca, Mg e S (macronutrientes), respectivamente, e 50-100; 5-15; 50-200; 30-100; 0,05-1,0 e 30-100 mg/kg de B, Cu, Fe, Mn, Mo e Zn (micronutrientes), respectivamente.
Exportação de abacate
Quando se trata de cultivares destinadas à exportação, Hass e Fuerte são as duas mais importantes para a maioria dos países exportadores.
No mercado nacional, essas cultivares são comercializadas sob a denominação de avocado, sendo valorizadas por serem diferenciadas.
Os frutos são de calibre pequeno, pesando de 180 a 300 g, com teor de óleo de aproximadamente 20% em relação aos outros abacates, em média, variando de 18% a 22%.
- Marcela Caetano Lopes – Bióloga e doutoranda em agronomia – FCA/UNESP – Botucatu/SP.
- Saulo Strazeio Cardoso – Mestre em Agronomia (Ciência do Solo) e Doutor em Agronomia (Produção Vegetal) pela UNESP/ Jaboticabal.