Café: tudo sobre a bebida e a produção de grãos

Café: tudo sobre a bebida e a produção de grãos

O café é uma bebida que faz parte do nosso cotidiano, rica em nutrientes e certamente produz efeitos muito interessantes no organismo. No Brasil, é a segunda mais consumida.

Afinal, trata-se de uma tradição milenar e, nesse post, vamos contar tudo o que você precisa saber sobre ele, como a origem, cultivo no mundo, principais variedades e também o processo de produção dos grãos.

Origem do café

Os dados históricos apontam que a origem dessa bebida aconteceu no início do século IX e a descoberta do grão ocorreu na Etiópia. Posteriormente, a tradição foi se espalhando através do Egito e da Europa.

Aliás, quem fez essa tão importante descoberta foi um um pequeno pastor que começou a perceber que suas cabras ficavam alteradas quando comiam determinada folhagem, que era a planta de café.

Depois disso, o café foi levado à Arábia. Foi lá que ocorreram os primeiros cultivos. Primordialmente, os moradores da região consideravam essa bebida como sagrada. Foram eles que a batizaram com este nome.

A palavra “café” tem origem em Kaffa porque é o nome da localidade onde a planta foi descoberta. Todavia, há estudos que também apontam uma possível relação com um termo arábe, o “gawa” que pode ser traduzido como “vinho”.

As tribos antigas da África já tinham conhecimento sobre as propriedades do café. Elas utilizavam os grãos moídos na alimentação de guerreiros e de animais, com o intuito de proporcionava maior força.

Assim sendo, no vídeo abaixo, conheça a história do café, uma bebida que é consumida em todo o mundo:

Fonte: Revista Cafeicultura.

Início do comércio

Mas, foi só mais tarde, por volta de 1475, que a primeira loja especializada na venda de café surgiu. Ela foi aberta na Constantinopla e levou o nome de Kiva Han. Cerca de 100 anos mais tarde, chegou a Itália, na cidade de Veneza.

Nessa época, a igreja proibia os cristãos de ingerirem o café porque considerava a bebida como sendo de Maomé. Entretanto, só foi liberada para consumo quando um papa chamado Clemente VIII resolveu experimentar a bebida.

A primeira casa de café da Europa foi inaugurada em 1652. Posteriormente elas começaram a ser comuns, sendo que a Holanda, que tinha um grande comércio marítimo, foi responsável por levar os grãos de café para outras partes do mundo.

Dessa forma, hoje a produção de café emprega uma média de 25 milhões de pessoas de maneira direta e cerca de 100 milhões de pessoas, de maneira indireta, considerando todo o processo produtivo.

Início do cultivo do café no Brasil

Quem trouxe o café para as américas foram os franceses. No Brasil, essa bebida se tornou tão importante uma vez que sua história se mistura com o próprio desenvolvimento do país, tanto que os grãos fazem parte do desenvolvimento social, econômico e cultural.

Área de plantio de café
O café é uma cultura muito importante para a economia do Brasil que é o maior produtor do mundo e fica em segundo lugar no consumo dessa bebida.

Foi em 1727 que o oficial português Francisco de Mello Palheta, vindo da Guiana Francesa, trouxe as primeiras mudas cafeeiras para o Brasil.

A história do café no Brasil, a partir do século XVIII, é tão marcante para os rumos do país a partir de então que, de acordo com os economistas e historiadores, não seria possível conceber os avanços pelos quais passou essa nação sem os ricos rendimentos obtidos pelos barões do café, principalmente as grandes fazendas cafeeiras paulistas.

Hoje, o país responde por um terço de toda a produção mundial dessa bebida. Assim sendo, o seu cultivo, em solo brasileiro, ocorre em diferentes regiões, inclusive permitindo o plantio de diferentes variedades, como o café arábica e o conilon que iremos tratar a seguir.

Variedades mais comuns

O café pertence à família botânica Rubiaceae, que tem cerca de 500 gêneros e mais de 6.000 espécies. De acordo com os estudiosos, existem 103 espécies de café que pertence ao gênero Coffea.

Então, de todas as espécies dessa bebida, apenas duas são cultivadas e comercializadas: a Coffea arábica e a Coffea conephora, que é conhecida como robusta.

Café arábica

É proveniente das regiões montanhosas da Etiópia, sendo que a altitude interfere na boa qualidade dos grãos, uma vez que as lavouras ficam a mais de 1.000 metros de altitude, o que confere um sabor impecável.

Frutos de café arábica
O Brasil é o país responsável pela maior parte da produção do café arábica do mundo. Além de ser delicioso, essa bebida tem propriedades que fazem bem a nossa saúde.

O café arábica possui 50% menos cafeína que outras variedades ao mesmo tempo que possui maior teor de açúcares, o que confere complexidade ao sabor. Cafés finos como catuaí amarelo, vermelho, mundo novo e bourbon são variedades do arábica.

O Brasil é o maior produto mundial de café arábica, ficando em segundo lugar a Colômbia.

Café robusta

Essa bebida tem maior concentração de cafeína, sendo, portanto, mais amargo. É fruto da Coffea conephora, muito cultivada no Vietnã e Brasil.

Desenvolve-se bem em regiões de altitude menor e clima quente e úmido. Seu plantio é mais prático, pois também tem maior resistência a ataques de pragas. O café conilon é uma variedade do robusta. O maior produtor mundial é o Vietnã.

Homem segura cesta com grãos de café robusta
O café robusta é mais marcante e amargo. Essa variedade é muito usada em blends de café solúvel devido ao seu alto grau de solubilidade.

Assim, os cafés que encontramos no supermercado, geralmente, são blends feitos a partir dos dois grãos.

O café robusta é muito utilizado na produção de café solúvel. Já, os cafés 100% arábica, são considerados cafés gourmets, de qualidade superior.

Processo de produção

Até ser transformada numa das bebidas mais populares do mundo, o café passa por um processo de cultivo e produção cuidadoso e cheio de etapas no processamento dos grãos, a saber:

1. Plantio: As mudas são produzidas a partir dos grãos. É plantado de forma definitiva e leva entre 3 e 4 anos para iniciar a produção.

2. Colheita: Colhe-se os grãos quando eles atingem coloração avermelhada, tom de cereja. Mas, também existem grãos amarelos.

3. Fermentação: Evita que os grãos se deteriorem. É feita pela exposição ao sol, sendo que os grãos são virados constantemente para secarem integramente. Outra forma de ser feita a fermentação, é através de lavagem.

4. Secagem: já despolpados e fermentados, esses grãos vão para a secagem e atingem cerca de 10% do seu volume inicial. A secagem é feita ao sol e depois os grãos são armazenados em sacos de juta.

5. Prova: os lotes são provados por profissionais que verificam aroma, acidez e sabor da bebida. Esse processo também recebe o nome de cupping e assegura que o produto final seja de boa qualidade.

6. Torra: deixa os grãos em tom de marrom escuro. Para isso, são utilizados maquinários especiais.

Grãos cafeeiros em fase de torrefação
Através da torrefação são definidas as notas sensoriais do café, o quanto ele será encorpado, além de sua doçura e acidez.

7. Moagem: é feita considerando o tipo de preparo, podendo ser mais fina ou mais grossa.

8. Preparo: é o momento em que a bebida é feita a partir dos grãos já moídos. Pode ser utilizada uma cafeteira, máquinas expressas, prensa francesa, filtros de papel ou de pano, dentre outras técnicas.

Investir no cultivo

Dessa maneira, como mostramos nesse artigo, o café é uma bebida que gera grandes divisas aos países produtores e exportadores, como é o caso do Brasil, movimentando nossa economia, com perspectivas de crescimento, segundo dados do Ministério da Agricultura e Pecuária.

Se você é produtor de café ou deseja investir nesse cultivo, não deixe de ler o artigo 5 pontos importantes sobre o cultivo de café.

Para encerrar nosso post, uma pergunta: você sabe como é produzido o café solúvel? Além de ser a forma mais prática de consumir essa bebida, a versão vem conquistando apreciadores certamente também pela qualidade. Confira no vídeo abaixo:

Fonte: Programa Simples Assim.

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