De aparência diferenciada e característica de climas temperados, a figueira (Ficus carica) é uma árvore muito apreciada por produzir o figo, que, embora muitos pensem ser um fruto, é na realidade uma infrutescência.
O figo é rico em nutrientes, fonte de vitaminas e ajuda a prevenir e controlar o diabetes, auxilia no emagrecimento, protege o coração, controla a pressão arterial, previne o envelhecimento precoce da pele, mantém a saúde óssea e reduz o risco de câncer.
Ele pode ser consumido in natura ou por meio de doces, conservas, compotas, geleias e outras sobremesas. As suas folhas, inclusive, são muito utilizadas no preparo de chás.
Neste artigo, você vai conhecer um pouco mais sobre o figo e como cultivá-lo. Confira!
Curiosidades sobre o figo
A figueira é considerada uma das árvores frutíferas mais antigas. Existem referências sobre essa planta na Bíblia e nas obras de escritores gregos e romanos. Os primeiros povos a cultivarem o figo foram os judeus e árabes, no sudeste da Ásia, em uma região semi-árida.
No Brasil, a figueira foi introduzida em 1532, na época da primeira expedição colonizadora de Martin Afonso de Souza. Existem relatos de que, no fim do século XIX e início do século XX, imigrantes italianos também trouxeram para o Brasil uma grande variedade de figueiras.
Atualmente, a cultivar mais produzida no Brasil é a Roxo de Valinhos, que foi introduzida no início do século XX no município de Valinhos – SP, e tem grande rusticidade, vigor, produtividade e valor econômico. Existem outras cultivares, como “Pingo de Mel”, “Nóbile” e “Negro Largo”, porém, elas não apresentam grande interesse comercial.
Hoje, o estado de São Paulo é o maior produtor de figo de mesa e o estado do Rio Grande do Sul se destaca por ser líder na produção para indústria.
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Condições climáticas e de solo
Como dito, a figueira é uma frutífera de clima temperado, se desenvolvendo bem em regiões subtropicais, embora tenha boa adaptação a diferentes variações de clima. Os bons resultados obtidos com figueiras comerciais no Rio Grande do Sul e em Pernambuco evidenciam essa boa adaptabilidade.
A temperatura média ideal para o cultivo da figueira, durante o período vegetativo é entre 20 e 25 ºC. Quando em repouso hibernal (estado em que a planta fica sem folhas), a figueira suporta bem temperaturas baixas, porém, em locais com temperaturas inferiores a 15 ºC, o seu crescimento pode ser prejudicado.
Uma figueira é capaz de suportar temperaturas próximas de 40 °C, necessitando ainda de chuvas bem distribuídas no decorrer do ano. Temperaturas muito elevadas podem causar a maturação antecipada da planta e, somadas à alta umidade relativa do ar, excesso de precipitação ou irrigação, podem propiciar condições ótimas para o aparecimento e desenvolvimento de doenças.
Em relação ao solo, por suas raízes serem superficiais, essa planta exige um solo bem drenado, aerado e com bom teor de matéria orgânica.
Plantio do figo
O plantio da figueira é realizado por estaquia direta no campo ou transplante de mudas enraizadas, com o plantio devendo ser feito em um local definitivo.
A época mais indicada para plantio do figo vai depender do tipo de muda utilizado. Com estacas lisas, o período mais indicado é entre maio e setembro. Com mudas enraizadas em sacos plásticos, o plantio pode ser feito em qualquer época do ano, mas de preferência em períodos chuvosos.
As estacas utilizadas para plantio devem ser mais vigorosas, com um ano de idade, comprimento de 40 a 50 centímetros e diâmetro entre 1,5 e 3 centímetros. Dois terços da estaca devem ser enterrados no solo e uma a duas gemas devem ficar acima do nível do solo.
A cova deve ser preparada com antecedência de no mínimo 60 dias, com dimensões de 40 x 40 x 40 cm e, em caso de plantio de mais mudas, o espaçamento entre as plantas deve variar entre 2,5 x 2,5 m a 3×2 m. Para plantios com finalidade de produção industrial, esse espaçamento pode ser reduzido para 3 x 1 m ou 2,5 m x 1,5 m.
Ademais, recomenda-se explorar solos profundos, bem drenados e com possibilidade de uso de irrigação.
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Dicas de cultivo
Em qualquer plantação, a rega é um processo extremamente importante. Nesse sentido, a figueira deve ser regada com frequência, de preferência uma vez por semana, para que ela não sofra com a escassez de água, principalmente nas regiões mais quentes e secas.
A poda é outro mecanismo de cultivo eficiente, na medida em que auxilia no desenvolvimento da planta e a ajuda a frutificar. A poda de formação pode ser realizada quando um broto proveniente da estaca atingir a altura de 40 cm.
Já a poda de frutificação pode ser feita uma vez ao ano, no período do inverno, que consiste no corte dos ramos que já produziram, podendo ser deixados com um tamanho entre 5 e 10 centímetros, mantendo duas gemas bem localizadas.
Veja no vídeo abaixo, dicas de como fazer a poda da figueira:
A adubação pode ser realizada tanto antes quanto depois do plantio. Se for feita previamente, o indicado é realizar o procedimento por volta de 40 dias antes de colocar as mudas nas covas. Isso será essencial para o desenvolvimento da planta, e nesse processo, podem ser usados estercos ou outros produtos prontos.
Se a adubação for feita depois do plantio, o mais recomendável é usar compostos orgânicos, aplicando-os na superfície da planta. Nas épocas de calor, pode ser aplicado ainda fertilizante líquido.
Colheita
A colheita do figo se dá geralmente entre outubro e agosto, mas pode ocorrer durante o ano inteiro, a depender da época em que foi realizada a poda. De qualquer forma, ela deve ser feita de maneira muito cuidadosa, pois os frutos são sensíveis e podem se danificar facilmente.
O figo pode ser colhido em estágios distintos de sua maturação, a depender do objetivo da sua plantação.
Se a intenção é consumir o figo, a sua colheita deve ocorrer quando ele está maduro. Já se o objetivo é utilizá-lo em doces, geleias e compotas, recomenda-se que ele esteja verde.
Assista a um vídeo com dicas de como fazer um doce de figo em calda:
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