Roseiras: aprenda a cuidar corretamente das suas flores

Roseiras: aprenda a cuidar corretamente das suas flores

Muitas pessoas adoram ter um jardim com flores em casa e, certamente, não podem faltar as famosas roseiras. Com sua beleza, perfume, variadas cores e tamanhos, elas encantam e preenchem todo o espaço de vida.

Considerada como o “símbolo dos apaixonados“, a rosa é uma das flores mais populares e antigas do mundo. Elas sempre serviram como inspiração para diversas formas de arte e literatura.

Seja apenas com o propósito de enfeitar os jardins de casas ou visando a comercialização, essas plantas precisam sempre de alguns cuidados especiais. Por isso, neste artigo vamos apresentar informações para que suas roseiras fiquem sempre lindas. Confira!

Conheça um pouco mais sobre as rosas

Conforme citamos no início do artigo, as rosas estão entre as flores mais antigas do mundo, cultivadas há cerca de 5 mil anos, inicialmente pelos chineses e egípcios.

As roseiras pertencem à família Rosaceae, com 95 gêneros e aproximadamente 3 mil espécies distribuídas por todo o mundo, principalmente no Hemisfério Norte. No Brasil, foram trazidas pelos jesuítas entre os anos de 1560 e 1570, mas só a partir de 1829 é que ocorreu o plantio de roseiras em jardins públicos.

Embora a maior parte das espécies seja arbustiva, existem algumas que são trepadeiras. Elas apresentam folhas compostas, pinadas, estipuladas e alternadas, tendo folíolos com bordas serrilhadas. As pétalas são em número de cinco ou mais, com variadas cores.

Variedade de cores e tamanhos das roseiras
Existem cerca de 3 mil espécies de roseiras nas mais variadas cores e tamanhos.

Além de sua finalidade ornamental, as rosas também são utilizadas para produção de perfumes, cosméticos e até com fim culinário. Isso mesmo: as pétalas são comestíveis, entretanto, é preciso tomar alguns cuidados. Iremos tratar desse assunto ainda neste post.

Leia também: Flores comestíveis: 21 espécies para você experimentar.

Como cuidar das roseiras

Existem muitos tipos de roseiras, mas todas elas exigem os mesmos cuidados, como uma boa exposição ao sol, podas regulares e atenção ao ataque de pragas. Confira:

Preparo de solo e plantio das roseiras

A exemplo de todas as demais plantas, os cuidados começam com o preparo do solo que vai receber as roseiras. O terreno deve ser, de preferência, de solo argiloso, bem drenado e fértil.

Nesse sentido, o solo deve ser remexido em até 40 cm de profundidade e, de preferência, com adubação orgânica, à base de esterco, farinha de ossos e húmus de minhoca.

Mulher realizando o plantio de roseiras no solo
Antes de fazer o plantio das roseiras, é preciso preparar o solo. Com uma boa adubação e tratos culturais, elas vão crescer saudáveis e gerar belas rosas.

É preciso esperar pelo menos uma semana para então realizar o plantio definitivo das mudas. O período ideal é entre os meses de setembro e março, porque nessa época do ano as plantas têm um crescimento maior devido às temperaturas mais elevadas e dias mais longos (eficiência fotossintética).

Dica: o local deve ser ensolarado (vamos citar todos os detalhes a seguir) e com boa ventilação, mas sem ventos fortes. É importante também colocar estacas, que facilitarão o desenvolvimento das roseiras.

Exposição das roseiras à luz solar e temperatura

A luz solar é a fonte de energia para as plantas, fundamental para o processo da fotossíntese. A intensidade dessa exposição varia dependendo da espécie. No caso das roseiras, o ideal é que recebam luminosidade por um período de até 6h por dia. Se for exposição direta, entre 4 a 6h é o recomendado.

Além da luz solar, outro fator importante para o bom desenvolvimento das roseiras é a temperatura do ambiente de cultivo, que, idealmente, deve ter média de 17 ºC no período noturno e 25 ºC durante o dia.

Se ocorrerem temperaturas mais elevadas, poderá afetar o tamanho dos botões, o número de pétalas das flores e a coloração, que será menos intensa.

Botões de rosas expostos à luz solar
As roseiras são plantas que precisam de muita luz solar. Fique atento ao local de plantio.

Tempo de florescimento

Após o início do período de produção, que leva de seis meses a um ano, o ciclo de uma rosa é de seis a oito semanas até o corte ou até que ela acabe de florescer. Esse tempo varia de acordo com a variedade da rosa e também o clima. Geadas podem atrasar o ciclo e temperaturas altas podem acelerar.

Assim que murchar, a rosa precisa ser retirada, o que vai permitir o início de um novo ciclo, isto é, que novas rosas cresçam. Nesse sentido, é preciso cortar o galho, contando pelo menos três folhas abaixo dessa flor. Também é importante arrancar todas as folhas secas.

Assim, vai permitir o crescimento de novos talos e botões. Logo em seguida, aplique na roseira fertilizantes ricos em nitrogênio. Após algumas semanas, os botões começarão a aparecer.

A colheita vai depender da espécie plantada. As roseiras remontantes podem florescer várias vezes no mesmo ano, enquanto as não remontantes florescem apenas num período de um a dois meses por ano.

Botões de rosas vermelhas mostrando sua beleza
Dependendo da variedade escolhida, os botões de rosas levam até um ano para aparecerem e mostrarem sua beleza.

Como podar roseiras

A poda é um dos tratos culturais mais importantes das roseiras. Aliás, as demais etapas são: condução e formação da planta, desbrota, proteção dos botões florais, retirada dos ramos “ladrões” e capina da área de plantio.

Existem dois tipos de poda: de formação e de manutenção. A primeira é realizada em plantas jovens, plantadas há pelo menos 30 dias e que já estejam enraizadas. A muda que já apresentar um ramo principal e forte deverá ser cortada, permanecendo com 40 cm de altura (a partir do solo). Isso fará com que, em alguns dias, apareçam os ramos secundários.

Já a poda de manutenção ocorre no restante do ciclo produtivo da planta, o que proporciona mais vigor, além uma boa aeração e estrutura da planta. Nela, são retirados os ramos improdutivos, além de folhas secas ou doentes. Nesse sentido, utilize tesouras bem afiadas, efetuando cortes de maneira enviesada (45 graus) para o lado de dentro, evitando o acúmulo de água.

No vídeo, confira outros detalhes de como podar uma roseira:

Fonte: Minhas Plantas.

Veja também: Passiflora: a flor da paixão que acalma.

Pragas e doenças que atacam as roseiras

A exemplo das demais plantas, as roseiras também são suscetíveis ao ataque de pragas e à ocorrência de doenças que podem prejudicar o crescimento, afetar a floração e danificar os botões.

O ideal é fazer o controle preventivo, mas nem sempre isso é suficiente. Assim, é preciso ficar sempre atento. Confira, abaixo, as principais doenças e pragas que ocorrem nas roseiras:

  • Ferrugem – É uma das doenças mais agressivas, provocando o aparecimento de manchas amarelas na superfície e nas laterais das folhas, que acabam caindo. Essas folhas precisam ser retiradas para não que não prejudiquem o restante da planta. Ademais, é importante aplicar enxofre ou outro fungicida orgânico na fase de crescimento da roseira;
  • Mancha negra – Trata-se de um fungo que ataca as franjas das folhas menores que ficam com uma coloração preta e castanha. A exemplo da ferrugem, as folhas doentes devem ser retiradas para não ocorra contaminação das demais;
  • Oídio ou branco da rosa – É uma doença que ataca flores, folhas e caules. Os principais sintomas são manchas brancas e pulverulentas que cobrem as folhas (que ficam retorcidas ou curvadas), botão floral e até os espinhos. O controle é feito com o uso de queimadores de enxofre e pulverização foliar com produtos à base de bifentrina + miclobutanil;
  • Tripes – Pequenos insetos que vivem nas folhas e causam dobramento das bordas e estrias esbranquiçadas e prateadas. No ciclo de vida, botam os ovos na flor. Os botões infestados não conseguem abrir. O controle pode ser feito com o uso de armadilhas que atraem os insetos e pulverização com inseticidas debaixo das pétalas, fazendo uma cobertura para todas as pétalas e botões abertos;
  • Ácaros – Esses insetos minúsculos criam uma espécie de teia fina ao infestar as roseiras, sugando a seiva até causar o amarelamento das folhas. O controle é feito utilizando um inseticida caseiro, à base de água e sabão ou óleo mineral, que deve ser pulverizado nas folhas logo cedo;
  • Afídeos – São insetos que ficam na superfície e nas laterais das folhas novas e nos brotos, sugando a seiva das plantas, além de transmitirem um vírus que prejudica as flores, folhas e o caule das roseiras. Usar o inseticida caseiro que citamos acima é uma forma de controlar essa praga.

Com o propósito de evitar as pragas e doenças citadas acima, é preciso também evitar a umidade excessiva do ambiente e garantir uma boa ventilação, principalmente se o cultivo for realizado em estufas e demais ambientes fechados. Além disso, faça a poda de limpeza, retirando os restos de cultura e mantenha o terreno sempre limpo.

Foco em botões de rosa
Algumas pragas que atacam as roseiras prejudicam diretamente a abertura dos botões, como é o caso do Tripes.

Plantio de roseiras em vasos

Você gosta de roseiras, mas não tem espaço em casa para cultivá-las ou mora em apartamento? Não tem problema. Saiba que elas também podem ser plantadas em vasos, a exemplo de tantas outras espécies (inclusive frutíferas) que já escrevemos aqui no MF Magazine.

A primeira dica é escolher a variedade que mais se adapta à essa condição de plantio. O ideal são as roseiras arbustivas e em miniatura. As maiores (acima de 1,50 m de altura) não são aconselhadas porque precisam de um espaço maior para desenvolver suas raízes e são mais difíceis de manusear.

O primeiro detalhe é a escolha do tamanho do vaso, que deve ter volume de 30 a 60 litros, ou seja, ter espaço suficiente para que acomode a raiz da planta, o que facilitará o seu crescimento e desenvolvimento.

Em seguida, escolha um bom substrato. Utilize uma proporção de dois terços de mistura para vasos (substrato universal) e um terço de composto orgânico.

É importante que o vaso tenha uma boa drenagem, uma vez que um solo muito úmido provoca o apodrecimento das raízes. Assim, verifique se o recipiente tem furos suficientes que vão ajudar a eliminar o excesso de água.

No momento do plantio, preencha dois terços do vaso com o substrato, coloque a planta no centro e, com as mãos, ajude a espalhar as raízes, caso estejam muito compactas. Pressione suavemente o substrato em volta e preencha o restante do vaso.

Mulher plantando roseira em vaso
As roseiras podem ser plantadas em vasos. Mas, dê preferência às espécies com pouco crescimento.

Depois, não esqueça de regar a roseira e, de preferência, coloque em cima da terra uma cobertura vegetal natural porque vai ajudar a manter a umidade necessária, reduzindo o número de regas.

Por último, lembre-se que as roseiras são plantas que precisam de muito sol para um bom desenvolvimento. Portanto, o vaso deve ser colocado em um ambiente onde possa receber de 5 a 6 horas de sol por dia. Aí, é só cultivar e depois apreciar as lindas rosas que irão florescer!

Confira também: Como cuidar de palmeiras? Confira um guia completo!

Rosas são comestíveis!

Isso mesmo: as rosas também podem ser consumidas em forma de alimento. Todas as espécies podem ser utilizadas na culinária, mas as mais perfumadas costumam ser mais saborosas. Porém, é necessário tomar alguns cuidados caso esse seja o propósito de quem fez o plantio.

Quem pretende cultivar as rosas com esse objetivo deve manter todo o cultivo de forma orgânica, sem utilizar defensivos químicos. Receitas caseiras, que citamos acima no controle de doenças e pragas, ajudam a tratar as roseiras sem o uso de fungicidas ou inseticidas químicos.

As rosas podem ser utilizadas em receitas de xaropes, sucos, águas aromatizadas e também na fabricação de óleos essenciais. A maior parte das rosas possui alta quantidade de nutrientes e carotenoides (ação antioxidante). Dessa maneira, o consumo é indicado às pessoas que buscam uma alimentação equilibrada.

É bom lembrar que as rosas vendidas em floriculturas não podem ser consumidas na alimentação, uma vez que normalmente o cultivo comercial é realizado com o uso de defensivos químicos, visando evitar o ataque de pragas e doenças.

Imagem de pétalas de rosas, rosas em uma tigela, tigela com arroz e rosas e prato com talheres
Rosas podem ser consumidas como forma de alimento desde que produzidas de forma orgânica.

E então, gostou do artigo? Aproveite e acesse também nosso post sobre como plantar figo. Boa leitura!

Post Relacionado