Com mais de 250 variedades cadastradas pela Embrapa, a mandioca é considerada hoje uma das opções para o agricultor aumentar a sua renda, já que pode ser usada tanto como alimento como também em diferentes segmentos.
A mandioca, também conhecida no Brasil como macaxeira, aipim e castelinha, é um dos alimentos mais consumidos no mundo.
Por ser rústica, a raiz tem grande capacidade de se adaptar às condições desfavoráveis de clima e solo, principalmente nas regiões tropicais.
O Brasil é o quarto maior produtor mundial, ficando atrás apenas da Nigéria, Tailândia e Indonésia.
A estimativa de produção brasileira de mandioca para este ano é de 19 milhões de toneladas cultivadas numa área de 1,36 milhão de hectares, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A região Norte lidera a produção de mandioca com 36,1% da safra nacional, seguida pelo Nordeste (25,1%) e pela região Sul com 22,1%. O Estado do Pará é o maior produtor nacional (cerca de 20% do total).
Aumentar a renda
A mandioca é uma planta de ciclo longo, ou seja, a colheita pode ser feita a partir do oitavo mês de produção (variedade precoce) ou durar até dois anos (tardias), principalmente a mandioca brava, quando destinada à produção industrial.
Para os pequenos agricultores, pode ser uma opção o plantio em sistema de consórcio, mas se a escala for comercial é preciso levar em conta o risco de queda na produtividade, segundo alertam os especialistas.
Entre as fileiras do mandiocal, o agricultor pode plantar alimentos como o feijão Vigna (também conhecido como “feijão-de-corda”) que tem ciclo precoce, em torno de 70 dias; e também com o milho (bastante utilizado no Pará) e até mesmo o amendoim.
Dessa forma, o produtor poderá ter uma fonte de renda extra na mesma área antes de iniciar a colheita da raiz. Isso sem falar que traz valor agregado na produção e alternativa econômica para a família.
Como plantar
A mandioca é uma raiz que exige temperaturas superiores a 18°C para que possa se desenvolver perfeitamente.
O agricultor também deve ficar atento ao clima. Deve ser também úmido para o plantio, além de uma boa luminosidade. Dependendo da região, pode ser plantada durante o ano todo, beneficiando o agricultor de todo o país.
Até em solos poucos férteis a mandioca consegue se desenvolver, sendo que a única exigência para o cultivo é que seja drenado, evitando áreas argilosas e compactadas porque não ajudam no crescimento de suas raízes.
Para dar início ao plantio, utilize as ramas ou manivas (pedaços de caule de plantas adultas saudáveis), cortadas em pedaços de 15 a 25 cm de comprimento e 2,5 cm de diâmetro. Em seguida, é só abrir covas com 5 a 10 centímetros de profundidade.
O agricultor deve ficar atento quanto a períodos longos de estiagem porque não resiste a longos intervalos sem água e perder essa importante fonte de renda.
Mandioca na alimentação
Eleita pela ONU (Organização das Nações Unidas) como alimento do século 21, a mandioca tem grande versatilidade, sendo soberana na culinária brasileira, passando por deliciosos cozidos e sendo ingrediente de várias receitas.
O derivado mais popular é a farinha, usada na fabricação de vários alimentos, como a tapioca, um quitute muito comum no Nordeste e Norte, mas que aos poucos está se tornando popular em todo o Brasil.
Após ser descascada descascada, deixada de molho e espremida, sendo usada na receita de massas, bolos e mais recentemente de coxinhas.
Outra opção de renda para o agricultor é a fabricação do polvilho (decantação da mandioca que depois passa por uma etapa de fermentação) e também do sagu, através da fécula (são bolinhas de amido que quando umedecidas se tornam gelatinosas e costumam ser acrescidas de vinho, cravo e açúcar para criar um doce muito apreciado).
Setor industrial
O sistema agroindustrial da mandioca no Brasil vem passando por muitas mudanças e desenvolvimentos nos últimos 10 anos.
A introdução de novas variedades garante maior resistência à doenças, boa produtividade e rendimento industrial. É o esforço técnico em benefício do produtor rural.
A presença dos seus subprodutos como matéria-prima ocorre em uma série de indústrias, tanto alimentícias quanto não-alimentícias, abrindo uma série de perspectivas positivas para o setor.
A fécula é um dos produtos mais importantes feitos a partir da mandioca, com múltiplas aplicações possíveis, principalmente na área alimentícia, como ingrediente de molhos, sopas, comidas para bebês, pudins, sorvetes, embutidos, pães de queijo e massas em geral.
O amido modificado é usado nas indústrias não-alimentícias, principalmente na fabricação de papel e papelão.
Mas, não fica apenas nisso. Outros estudos deram nova função à mandioca nas indústrias cosméticas, como na maquiagem (matéria-prima essencial que ajuda a fixar cores e equilibrar a oleosidade da pele) e também nos xampus nutrindo e reconstituindo os fios sem “pesar” o cabelo.
Portanto, a mandioca tem “mil e uma utilidades” e, para quem produz, pode se tornar uma grande fonte de renda.
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