O clima na agricultura é um dos principais desafios para quem investe na lavoura. Pode ser determinante para o sucesso ou fracasso de uma safra. Uma estiagem prolongada ou excesso de chuvas pode representar um pesadelo para o produtor rural.
A preocupação não é diferente para quem investe em outras atividades, como pecuária ou até mesmo na criação de peixes.
Por isso, investir no seguro rural pode representar noites mais tranquilas de sono e evitar um pesadelo acordado para quem vive das atividades nas fazendas. É uma maneira de garantir cobertura aos mais variados imprevistos.
Durante muito tempo, o valor do seguro rural era considerado alto demais para quem produz e, por isso, na maioria das vezes foi deixado de lado no Brasil, com baixa procura.
Mas, isso vem mudando graças ao incentivo do governo, através de subsídios.
Tanto que o valor destinado este ano pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para o Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR) é de R$ 1 bilhão, ou seja, mais que dobrou em relação a 2019 (valor de R$ 440 milhões, beneficiando 58 mil produtores).
O seguro rural é voltado aos médios e grandes produtores localizados em regiões onde as condições de solo e de clima tornam o agronegócio economicamente viável.
Para os produtores menores existem outros programas do governo, como o Proagro, que pagam o custeio agrícola, em casos de ocorrência de fenômenos naturais, pragas e doenças que atinjam bens, rebanhos e plantações.
Como funciona um seguro rural?
Como dissemos, o seguro rural permite ao agricultor ou pecuarista proteger-se contra perdas causadas por fenômenos climáticos, pragas ou doenças. Garante mais segurança para quem planta em todas as fases da produção (desde plantio até colheita).
É uma maneira de recuperar o dinheiro investido em seu negócio após a ocorrência de uma calamidade que atingiu a sua propriedade rural.
Por isso, este investimento deve ser incluído na gestão de riscos de criações e lavouras, de forma a manter a estabilidade financeira dos produtores.
Os valores máximos do seguro rural, por ano, são de R$ 72 mil para produtos agrícolas e de R$ 24 mil para cada uma das modalidades de pecuária, floresta e aquícola.
O produtor pode contratar mais de uma modalidade de seguro, mas até a quantia máxima de R$ 144 mil por ano.
No caso da agricultura, o ideal é que a contratação ocorra antes do início do plantio, mas também é possível que isso ocorra em qualquer fase da lavoura, mas, vai depender de uma vistoria do bem que será segurado.
Os produtores de São Paulo, Mias Gerais e Paraná contam, ainda, com programas de subvenção estadual, que podem ser cumulativos com o federal. O percentual de subvenção ao prêmio pode variar entre 35% a 55%, dependendo do grupo de atividade realizada pela fazenda e do tipo de cobertura contratada.
Como das demais modalidades de seguro, também há franquia que pode ser simples (sem o desconto de franquia, quando os prejuízos ultrapassarem o seu valor) ou dedutível ( valor da franquia contratado será descontado da indenização do segurado até o limite da apólice).
Modalidades de seguro
- seguro agrícola,
- seguro pecuário,
- seguro aquícola,
- seguro de benfeitorias e produtos agropecuários,
- seguro de penhor rural,
- seguro de florestas,
- seguro de vida do produtor rural,
- seguro de cédula do produto rural.
Portanto, além de garantir a sua atividade agropecuária, quem é do campo pode proteger também seu maquinário, equipamentos e alimentos estocados que estão sujeitos a riscos como roubo, vendaval, raio, incêndio, danos elétricos e outros tipos de sinistros que podem paralisar a produção e gerar grandes prejuízos.
Investir no seguro rural significa mais estabilidade para sua atividade, mais garantia de segurança e tranquilidade emocional. Os efeitos, até mesmo de uma catástrofe simples, pode ser devastador para sua vida ou atividade agropecuária.
Seguro Pecuário
Além da produção agrícola, o seguro também pode ser utilizado pelo pecuarista, embora ainda pouco explorado diante do enorme potencial brasileiro.
Isso significa que pode proteger os rebanhos contra doenças (desde que não sejam uma epidemia), incidente, incêndio, raio e insolação. Esses animais são identificados através de brincos.
Como escolher a seguradora
Antes de tudo, o produtor rural deve pesquisar uma seguradora habilitada pelo Ministério da Agricultura no Programa de Subvenção e que atenda às necessidades do seu tipo de atividade, tamanho do empreendimento e riscos em potencial.
Mas, caso já tenha cobertura do Proagro ou do Proagro Mais para uma lavoura, não será beneficiado pelo seguro rural na mesma área. Além disso, não poderá ter dívidas com a união ou qualquer outro impedimento nos órgãos do governo federal.
Aconteceu um sinistro, e agora?
O seguro rural é igual a de um veículo ou imóvel. Você paga sempre esperando não ter que acioná-lo. É para literalmente ter mais “segurança”. Mas, se precisar usá-lo em caso de sinistro, o que fazer?
O prazo para receber a indenização deve ser no máximo 30 dias, contados a partir do momento em que o segurado cumprir todas as exigências estabelecidas no contrato.
No caso do plantio agrícola, é preciso ter em mente que o valor a ser restituído pela seguradora dependerá de alguns cálculos matemáticos.
O custo do seguro é calculado com base no histórico de produtividade, sendo que metade do valor do prêmio é subsidiada pelo governo federal. A cobertura do seguro é de 70% do volume estimado da safra e o seu custo em torno de 6% do valor da produção.
Podemos citar como exemplo o caso de uma plantação de 50 hectares. Com produtividade média esperada de 50 sacas por hectare e o preço da cultura segurada na época da colheita em data de execução pré-fixada na apólice segundo referencial da BM&FBovespa seja R$ 40,00 por saca, por exemplo, pode-se esperar um faturamento de R$ 100 mil.
Portanto, para efeito de indenização, o produtor rural vai receber o equivalente a 70% desse faturamento. É pouco? Depende. Pelo menos não vai ficar com 100% do prejuízo.
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