O tomate é uma das hortaliças mais consumidas no mundo, e não só por humanos – por pragas também! Mais de 200 espécies já foram relatadas alimentando-se do tomateiro.
Listamos abaixo as principais pragas que acometem o tomateiro, bem como as condições favoráveis para reprodução das mesmas e algumas medidas de controle. Confira!
Traça-do-tomateiro
A traça-do-tomateiro (Tuta absoluta) é uma lagarta verde-parda de cerca de 7 mm, com listras transversais pardo-escuras, e cabeça marrom escura.
Ela se movimenta rapidamente, causando o broqueamento de ponteiros das plantas e de frutos, além de deixar minas largas (galerias) nas folhas. O orifício de entrada da lagarta fica escuro e não cicatriza totalmente.
Algumas medidas de controle podem ser tomadas:
- incorporar os restos de cultura do cultivo anterior ao solo;
- utilizar óleo mineral na calda inseticida para que atinja as lagartas no interior dos órgãos das plantas;
- fazer uma poda apical;
- pulverizar os cachos com frutos;
- aplicar o parasitóide de ovos Trichogramma pretiosum.
O controle químico deve ser usado somente quando os níveis de ataque tiverem atingido 10% ou mais das folhas ou 4% dos frutos.
Broca-pequena
A broca-pequena (Neoleucinodes elegantalis) é uma lagarta de aproximadamente 13 mm, de cor esbranquiçada quando os frutos estão verdes, e vermelhas, quando os frutos estão maduros.
Os sintomas de ataque dessa praga incluem o broqueamento dos frutos, ovos colocados nas flores e nos frutos pequenos. As larvas recém eclodidas entram nos frutos fazendo pequenos caminhos e depois saem e empupam na folha mais próxima.
As medidas de controle são as mesmas tomadas para controlar a traça-do-tomateiro.
Broca-gigante
Duas espécies são popularmente chamadas de broca-gigante. A Spodoptera eridania apresenta triângulos escuros no dorso, e a Helicoverpa zea tem duas ou três listras longitudinais no corpo. Ambas medem cerca de 40 mm.
O dano causado por essas espécies é o broqueamento dos frutos e os métodos de controle também são os mesmos citados anteriormente, além de se evitar o plantio do tomate próximo a lavouras de milho.
Mosca-minadora
A mosca-minadora (Liriomyza spp.) é uma larva vermiforme de cerca de 2 mm e coloração amarelada translúcida que se alimenta das folhas do tomateiro, deixando como sintoma uma mina (“caminho”) fina por onde passa.
O controle também pode ser feito por meio da incorporação de restos de cultura ao solo, aplicação de óleo mineral na calda inseticida para atingir as larvas no interior das minas, poda apical, além do plantio de fileiras de milho ou sorgo ao redor dos talhões.
O controle químico deve ser feito somente quando houver 10% ou mais de folhas minadas.
Mosca-branca
A mosca-branca (Bemisia tabaci) quando adulta tem cerca de 1 mm, quatro asas recobertas por um pó branco, e fica presente nas folhas dos terços apical e mediano do dossel. Já quando ninfa, tem aparência esverdeada e fica fixa em folhas dos terços mediano e basal.
Os danos causados pela mosca-branca são sucção de seiva, injeção de toxinas no sistema vascular das plantas e transmissão de viroses. Algumas medidas de controle podem ser adotadas:
- telado em viveiros e sementeiras;
- plantio de barreiras ao redor da área de cultivo;
- cobertura morta;
- manutenção de plantas espontâneas floríferas perto do cultivo, para que sirvam de abrigo às pragas e elas não localizem a plantação de tomate;
- direcionar o jato pulverizador na face inferior das folhas;
- aplicar controle químico quando o total de insetos for igual ou maior que um inseto por batida de bandeja na porção apical da planta.
Tripes
São chamados tripes os insetos das espécies Frankliniella schultzei e Thrips palmi. O primeiro apresenta coloração escura e o segundo marrom-clara. Ambos quando adultos têm cerca de 3 mm, asas franjeadas e aparelho bucal do tipo picador-raspador. Os danos causados ao tomateiro e as medidas de controle são iguais aos da mosca-branca.
Pulgões
Os pulgões que atacam a cultura do tomate pertencem às espécies Myzus persicae e Macrosiphum euphorbiae. Os dois apresentam coloração verde, sendo que o primeiro mede 2 mm e o segundo, 4 mm. Também causam os mesmos sintomas que a mosca-branca e o tripes, podendo ser controlados pelos mesmos métodos.
Ácaros
Três espécies de ácaros costumam atacar o tomateiro: a Aculops lycopersici, que apresenta corpo vermiforme de 0,2 mm, quatro pernas e coloração marrom-avermelhada; e as espécies Tetranychus urticae e Tetranychus evansi, que medem cerca de 0,46 mm, têm 8 pernas, e coloração esverdeada com manchas dorsais escuras ou vermelha intensa, respectivamente, e produzem fios de teia na face inferior das folhas.
Como sintomas, as folhas do tomateiro apresentam retorcimento, desenvolvimento irregular e eventualmente secam. Para o controle, deve-se evitar a formação de poeira, pois serve de abrigo para a oviposição dos ácaros e é prejudicial aos inimigos naturais.
Além disso, quando o ataque de ácaros for intenso, deve-se evitar o uso de inseticidas piretróides no controle de outras pragas.
E então, aprendeu um pouco sobre as principais pragas do tomateiro? Munido de informações, o cultivo fica mais fácil. Na MF Rural você encontra anúncios de mudas sadias, estacas, substrato e até estufas para produção. Aproveite para conferir!