No final de 2019, o preço da arroba do boi gordo chegou ao maior preço da história, impulsionado por diversos fatores, principalmente a pouca oferta de animais e a alta demanda chinesa.
Os contratos fechados no final de 2019 para outubro de 2020, o preço da arroba foi negociado a R$ 200.
Quer saber quais são os principais fatores que irão influenciar a pecuária em 2020? Continue lendo este post.
China
A expectativa do mercado é que a China mantenha a alta demanda de carne bovina em 2020. Além disso, espera-se que haja um aumento em 20,8% em relação aos 2019.
Ademais, o Brasil cumpriu a exigência chinesa de liberar mais plantas frigoríficas em e a implementação de novas unidades.
O desafio vai ser ter bois aptos à produção de carne para China no período de safra, ou seja, bovinos de até 30 meses, em virtude da realidade brasileira.
A saída para o primeiro semestre vai ser a venda de novilhas, pois elas atendem os requisitos de peso e de idade.
Demanda interna da carne
O consumo de carne bovina pelos brasileiros iniciou a sua recuperação em 2019 e a tendência do mercado é continuar em 2020.
Segundo a Confederação Nacional do Comércio (CNC), em 2019, teve um aumento anual de 7,7% em relação ao ano de 2018.
Além disso, de acordo com o relatório Focus, elaborado pelo Banco central, estima-se um aumento de 2% do Produto Interno Bruto em 2020.
Ou seja, a tendência é que os indicadores continuem melhorando e influenciando positivamente o consumo interno de carne bovina, e consequentemente o preço da arroba do boi gordo.
Reposição do gado
Os preços para a reposição dos animais permanecem altos e não devem reduzir neste ano.
A expectativa é que com o mercado do boi aquecido, o preço da reposição permaneça alta em virtude da valorização e da alta demanda, principalmente nas categorias mais eradas.
Todavia é possível que haja uma melhora em relação às trocas, tanto para a recria como a engorda.
Milho
Houve uma redução da janela de produção do plantio do milho da segunda safra e com isto existe um risco climático para a safra de verão.
Somado a isto, a Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) estimou que haverá uma redução de 22% nos estoques finais do ciclo 2019/2020 e um aumento do consumo doméstico de milho.
Com isto, haverá a manutenção do preço alto ou um aumento do valor do produto, que é a base da dieta bovina.
Quer saber mais sobre a alta do preço do milho? Acesse aqui e leia mais sobre a exportação brasileira.
Confinamento de bois
Para se entender as expectativas de confinamento, deve-se analisar os preços do milho, boi magro e as projeções de receita.
Estes fatores são essenciais para determinar o número de animais que devem ser confinados.
Apesar de a cotação do milho e reposição serem maiores que as do ano passado, a expectativa é que a arroba no mercado futuro fique alta.
Com isto, levando a alta demanda da China pelas boiadas jovens, a tendência é que os frigoríficos trabalhem de forma mais agressiva e mantenham os confinamentos próprios.
Além de realizarem negociações mais maleáveis com os produtores parceiros para confinarem este tipo de gado, principalmente para evitar a briga pelo gado que sobrar no mercado como ocorreu no final de 2019.
Expectativa do preço da arroba do boi gordo
Em resumo, a tendência do mercado é que os preços continuem altos, em decorrência da disputa pelos bovinos jovens e da alta demanda pelos frigoríficos.
Os especialistas, porém, ressalvam que não se deve travar preços fixos. O ideal é travar preços mínimos e se houver alta, aproveitá-la, mas sem contar com ela.
Enfim, todos esses fatores apontam para que o preço da arroba do boi gordo permaneça em alta, mas é bom estar de olho no mercado e aproveitar as melhores condições.
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