O solo arenoso é aquele composto por pelo menos 70% de areia. No Brasil, é encontrado normalmente nas regiões Centro-Oeste e Nordeste, abrangendo áreas extensas. Por conta da sua composição, tem dificuldade de retenção de água e nutrientes, além de sofrer com erosão e lixiviação.
Sendo assim, para produzir em solo arenoso é preciso adotar um manejo específico, com algumas práticas de conservação, como sistema de plantio direto, integração lavoura-pecuária, rotação de culturas e também utilização de adubação verde.
Neste texto, vamos esclarecer as principais dúvidas relacionadas ao solo arenoso: suas características, como melhorá-lo e o que pode ser plantado nele. Confira!
Quais são as características?
De maneira geral, as principais características do solo arenoso são:
- Textura granulosa, com grãos grossos, médios e finos;
- Alta porosidade e permeabilidade;
- Pouca umidade;
- Pobre em nutrientes;
- Baixo teor de matéria orgânica;
- Deficiente em cálcio;
- pH ácido;
- Altamente suscetível à erosão.
Devido a sua composição, apresenta uma textura mais grossa em comparação a outros tipos de solo, além de uma baixa retenção de água, apesar de sua absorção ser rápida. Além disso, suas partículas são pouco adensadas, e apresenta baixo CTC (capacidade de troca de cátions).
O que fazer para melhorar o solo arenoso?
Em primeiro lugar, é recomendado realizar uma análise do solo. Isso permite que o produtor possa conhecer com exatidão o solo da sua propriedade, e o que fazer para recuperá-lo.
Além dos macro e micronutrientes, é preciso analisar a composição textural do solo, a espessura das camadas de cada classe de textura, e o padrão de incremento de argila na subsuperfície. Para isso, é importante avaliar o solo em uma profundidade de pelo menos 80 centímetros, ou seja, além da camada arável.
As correções devem seguir os resultados das análises e considerar a presença de glebas e manchas. Entretanto, geralmente, indica-se uma calagem e adubação mais brandas do que em relação ao solo argiloso.
Outro manejo imprescindível em solos arenosos é a adubação verde, isto é, o plantio de gramíneas e leguminosas para cobertura do solo. Essas espécies fornecem uma boa quantidade de palhada, que protege o solo da erosão, conserva sua umidade e fornece nutrientes e matéria orgânica. Além disso, têm um bom enraizamento, o que auxilia na agregação das partículas do solo.
O cultivo em sistema de plantio direto também ajuda a melhorar as propriedades do solo arenoso, através do não-revolvimento do solo, da diversidade e do volume de raízes e da rotação e diversificação de culturas.
A adoção de sistemas de produção integrados, como a lavoura-pecuária, também tende a ser mais produtiva e rentável ao agricultor. Ademais, outras práticas conservacionistas como terraceamento e manutenção de áreas de preservação permanentes e reservas legais também contribuem com a fertilidade do solo.
O que pode ser plantado no solo arenoso?
Atualmente, parte significativa da produção de soja, milho, algodão e madeira para celulose são feitas em áreas de solo arenoso. Portanto, quem pretende investir em commodities e aumentar suas possibilidades de lucro e produtividade da fazenda, pode apostar nessas culturas.
Além disso, árvores frutíferas, como melão e manga, também podem se desenvolver bem em solo arenoso. De maneira geral, plantas que tenham uma boa ancoragem podem ser beneficiadas com esse tipo de solo, permitindo que elas tenham um melhor desenvolvimento radicular.
Ademais, o cultivo de diversas espécies para cobertura do solo é essencial para manutenção da fertilidade e umidade do solo.
Confira no vídeo abaixo o sucesso no plantio e cultivo do abacaxi em solo arenoso no Rio Grande do Sul. Um dos segredos, conforme citamos acima, está na análise do solo e a adubação correta:
Com esse artigo, procuramos apresentar as principais características do solo arenoso e o que fazer para que se torne produtivo na sua fazenda. Certamente com as técnicas corretas, é possível que proporcione o sucesso de lavouras.
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