A cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis) é um inseto-vetor de patógenos de difícil controle. Por isso, a sua incidência nas lavouras brasileiras têm aumentado significativamente nos últimos anos.
O cultivo do milho no Brasil se dá em duas safras: no verão (primeira safra) e na safrinha (segunda safra), permitindo que haja a chamada “ponte verde”, isto é, o cultivo sucessivo de culturas hospedeiras, o que permite que o ciclo de vida da cigarrinha se complete, favorecendo o aumento de sua população.
Por ser uma ameaça crescente às lavouras, neste artigo, vamos mostrar detalhes dessa praga, os prejuízos que ela provoca e principalmente as formas de controle, com o propósito de reduzir os danos e consequentemente os prejuízos aos produtores. Confira!
Afinal, o que é a cigarrinha-do-milho?
A cigarrinha-do-milho é originária do México e se proliferou em todas as regiões tropicais e subtropicais das Américas, como é o caso do Brasil. É um inseto sugador de 5 mm, com duas manchas escurecidas entre os olhos e se concentra no cartucho da planta de milho.
É importante o agricultor conhecer a cigarrinha porque, assim, terá condições de acertar nas medidas de controle e evitar gastos desnecessários com aplicações de defensivos.
Afinal, são mais de 44 espécies de cigarrinha que ocorrem na cultura do milho, mas apenas a Dalbulus maidis é capaz de transmitir os patógenos causadores dos enfezamentos.
A cigarrinha-do-milho também pode atingir outras culturas, como sorgo, milheto e gramíneas forrageiras (braquiária e o capim colonião, por exemplo). Mas é somente no milho que consegue completar o seu o ciclo de vida, que varia de dois a três meses.
Os danos ocorrem quando a cigarrinha vai se alimentar da seiva da planta e transmite bactérias pertencentes à classe dos Mollicutes, chamadas espiroplasma e fitoplasma, causadoras dos enfezamentos pálido e vermelho, respectivamente. Ademais, a cigarrinha também transmite o vírus responsável pela virose do raiado fino.
Os principais danos causados são:
- A planta não consegue absorver os nutrientes;
- Não consegue produzir fotoassimilados (compostos resultantes da fotossíntese);
- Compromete o crescimento da planta;
- Encurtamento de entrenós;
- Risco de super-espigamento, espigas improdutivas, pequenas ou com falhas;
- Grãos mal formados e chochos.
Leia também: O impacto do clima na produção de milho.
Importância do controle da cigarrinha-do-milho
O controle da cigarrinha-do-milho deve ser feito o quanto antes, pois toda a lavoura de milho pode ficar comprometida a ponto da operação de colheita ser suspensa por não compensar mais.
De acordo com a Embrapa, os enfezamentos pálido e vermelho podem provocar perdas de mais de 70% na produtividade das lavouras. Assim, causa impacto extremamente negativo na produção e na qualidade dos grãos.
Tendo isso em vista, listamos 4 principais formas para combater a cigarrinha-do-milho na sua plantação. Confira!
1 – Monitoramento da lavoura
O primeiro passo para o controle de infestação da cigarrinha-do-milho é a realização constante do monitoramento da lavoura. Isso deve ser feito antes mesmo do plantio. Dessa forma, o agricultor terá condições de identificar se há presença da praga e a sua capacidade de disseminação.
Então, a partir daí será possível traçar um planejamento assertivo, ou seja, se haverá necessidade de aplicações de defensivos agrícolas ou recorrer ao controle biológico antes mesmo de depositar as sementes no solo.
No vídeo abaixo, confira como fazer o monitoramento e manejo das lavouras com o fim de evitar o ataque da cigarrinha-do-milho:
2 – Controle cultural
O controle cultural da cigarrinha-do-milho consiste em algumas medidas gerais que poderão evitar a proliferação da praga, como a adequação da época de plantio e a prevenção de plantios consecutivos de espécies hospedeiras.
Além disso, é importante eliminar as plantas voluntárias (tigueras) nos períodos de entressafra. Manter essas plantas pode ser um dos principais fatores de expansão dessa praga. Eliminá-las reduz as fontes de alimento desses insetos, diminui sua reprodução e, consequentemente, reduz a população.
3 – Controle químico da cigarrinha-do-milho
O controle químico, visando combater pragas, como a cigarrinha, é um dos métodos mais utilizados pelos agricultores.
Consiste em utilizar defensivos visando tratar as sementes (modo de ação sistêmico) e promover maior proteção ao milho durante o seu crescimento.
Ademais, também é importante aplicar inseticidas foliares visando ampliar a proteção no início do desenvolvimento da planta.
4 – Controle biológico
O controle biológico utiliza agentes biológicos predadores da praga na lavoura como ingrediente ativo, com o fim de penetrar na praga e assim multiplicar-se internamente, causando redução da praga nas lavouras.
Dessa forma, o controle biológico pode ser considerado como uma forma mais natural do combate da cigarrinha-do-milho.
Conclusão
Portanto, ao adotar medidas preventivas e sabendo quais as técnicas combate da cigarrinha-do-milho, o agricultor estará afastando o pesadelo dessa praga e garantindo sucesso na safra.
Se quiser continuar por dentro do assunto, acesse também o nosso artigo que fala sobre as doenças que acometem o milho na safrinha. Boa leitura!