A criação de gado no Brasil é, sem dúvidas, uma das atividades mais rentáveis no agronegócio, seja com a carne, o couro ou o leite.
Para se ter uma ideia de tamanha proporção, de acordo com a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), a pecuária é responsável por 6% do PIB (Produto Interno Bruto) total do país e 30% do PIB agropecuário, movimentando cerca de R$ 400 bilhões por ano.
De fato, a criação de gado é determinante na economia brasileira. Como a tendência é o crescimento, justamente porque pequenos produtores também têm buscado investir nesta atividade, elencamos as raças mais populares no Brasil.
Gado de corte
Animais que vão para o abate são considerados gado de corte, dos quais se aproveitam a carne, obviamente, mas também o couro e tudo mais, nada se perde. São diversas raças criadas no Brasil, entretanto, as mais comuns são:
Nelore
O Nelore é uma raça do tipo Zebu, originário da Índia e é o animal mais comumente criado para o abate no Brasil, compondo cerca de 80% de todo o rebanho de corte no país. Isso porque é um gado com reprodução fácil e extremamente adaptável a altas temperaturas.
Além disso, o Nelore apresenta facilidade no ganho de peso.
Sua pelagem é branca e pele preta, o que lhe confere alta resistência à temperatura, também apresenta boa defesa contra parasitas e doenças. É muito procurado ainda para utilização em melhoramento genético.
O parto das fêmeas é fácil e o índice de perda de bezerros é baixo, ou seja, tendem a nascer sadios.
Brahman
O Brahman, oriundo dos Estados Unidos, é resultado do cruzamento do boi Nelore com outras três raças: Gir, Guzerá e Krishna Valley.
Chegou ao Brasil em meados dos anos 90 e rapidamente se tornou uma das raças mais populares por aqui. Também suporta bem o calor assim como o frio, o que o torna um animal fácil de criar de Norte a Sul.
É uma raça bastante rentável e garante bom ganho de peso.
Touros da raça Brahman são bastante procurados para fins de procriação, com o intuito de fortalecer a espécie e melhorar a linhagem do rebanho.
Angus
Uma das carnes mais nobres é a do gado Angus. Criados principalmente para este fim, estes animais têm boa fertilidade e são de fácil reprodução.
Se trata de mais um animal bastante adaptável a condições climáticas irregulares, inclusive em períodos de seca.
Considerado uma das melhores raças para manejo, porque são dóceis, o gado Angus é bastante reconhecido no Brasil e no exterior.
Brangus
Do cruzamento das raças Angus e Brahman, surgiu o Brangus, um tipo de gado que herdou as melhores qualidades das duas linhagens:
– Saúde sexual precoce;
– Resistência à temperatura e doenças/parasitas;
– Bom ganho de peso.
São criados especialmente em confinamento.
Tabapuã
Dócil, o boi Tabapuã é excelente no quesito ganho de peso, o que o torna bastante interessante para a atividade pecuária.
Também se destaca pela precocidade de reprodução e alto índice de fertilidade.
É bastante procurado, porque é uma das raças que mais tem capacidade de produção de carne em pouco tempo.
Gado de leite
Nem só de carne se faz a pecuária, mas também do leite. O Brasil figura como o quarto maior produto de leite de vaca no mundo. Só no primeiro trimestre de 2020, foram adquiridos mais de 6,3 milhões de litros de leite, segundo dados de pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
E justamente por isso, apresentamos agora as principais raças de gado leiteiro criados no Brasil:
Holandesa
Embora seja pouco adaptável a variações climáticas, a raça holandesa é, disparada, a mais procurada para produção de leite no Brasil e no mundo. Também é bastante concorrida para cruzamentos.
A produção de leite da matriz holandesa gira em torno dos 6 ou 8 até 10 mil kg, em pouco mais de 300 dias de lactação. É bastante dócil e de fácil manejo.
Possui pelagem malhada em preto e branco ou vermelho e branco. Tem gestação média de 280 dias e tendem a gerar bezerros sadios e com bom quadro de peso.
Jersey
A raça Jersey é mais adaptável ao ambiente do que a holandesa e possui grandes aptidões na produção leiteira. Mais comumente encontrada no Sul e no Sudeste brasileiro.
Com envergadura menor, pelagem marrom ou amarelada, as matrizes da raça Jersey possuem bons índices de fertilidade, parto fácil e geram bezerros sadios. São sexualmente precoces.
A produção do leite fica em cerca de 3 a 5 mil kg em 300 dias de lactação. São as preferidas para fabricantes de manteiga e a qualidade do leite é uma das melhores no país.
Girolando
Fruto do cruzamento das raças holandesa e Gir, a raça Girolando adquiriu as melhores qualidades de ambas as linhagens, inclusive a excelente produção de leite que fica, em média, de 5 mil kg em 280 dias de lactação.
É uma raça precoce sexualmente, com boa longevidade e fertilidade.
Rústica, a raça Girolando tem boa capacidade de úbere, o que a torna uma das mais buscadas para produção leiteira, embora também seja bastante utilizada para fins de corte, porque possui grande adaptabilidade.
Dupla aptidão
As raças bovinas de dupla aptidão são raças onde ocorre a exploração tanto na atividade leiteira quanto de corte. Os animais possuem bom desenvolvimento para a produção de carne como as vacas possuem alta capacidade de produção leiteira.
Gir
Animais da raça Gir são constantemente procurados para fins de cruzamentos e procriação. Para a produção leiteira, são comuns, porque oferecem alta longevidade e são comummente chamados de Gir Leiteiro.
São animais de fácil manejo, o que garante bom retorno financeiro, além de ter boa resistência e boa saúde.
Produzem cerca de 700 kg de leite em 290 dias.
Guzerá
Raça muito fértil, além de sua utilização na produção leiteira, também é vista com bons olhos para o corte. Bastante adaptável, a raça Guzerá é ótima em habilidade materna. A produção do leite é de, em média, 2 mil kg em 270 dias de lactação.
Além disso, é bastante requisitada para fins de cruzamento.
E então, gostou do conteúdo? Confira também nosso post sobre a raça Simental.
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