O CEPEA (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) divulgou nova pesquisa sobre as cotações do mercado agropecuário.
Confira as principais cotações:
Boi gordo
Os preços do boi gordo seguem firmes, por volta de R$ 220,00 a arroba no estado de São Paulo. Já os valores do bezerro e do boi magro subiram com bastante força nos últimos meses.
O bezerro é negociado acima de R$ 2 mil por cabeça desde meados de junho, e o boi magro, de R$ 3 mil por cabeça, ambos recordes reais da série histórica do Cepea.
A arroba do boi gordo no estado de São Paulo registra ligeira desvalorização de 1,42% na parcial deste ano (de dezembro/19 a parcial de julho/20). A última cotação (22/07) registra valor de R$ 221,65. Já os valores do bezerro subiram 27,5% (R$ 2.069,18 – data: 17/07).
Suínos
Depois de fortes quedas nos preços entre março e abril, os valores do suíno vivo tiveram recuperação em todas as regiões, que seguem firme. O preço mais elevado ocorre em Minas Gerais: R$ 6,99/kg vivo – variação de 32,14%/mês)
Segundo o Cepea, neste mês, a alta nas cotações tem sido intensificada pela baixa oferta de animais em peso ideal para abate e aumento na demanda.
Além disso, as exportações brasileiras da proteína continuam registrando bom desempenho, o que tem limitado ainda mais a disponibilidade doméstica.
Ovos
Com a queda nas cotações dos ovos e os preços elevados dos principais insumos consumidos na avicultura de postura, milho e farelo de soja, o poder de compra dos avicultores diminuiu em julho.
Para os produtores da região de Bastos/SP (maior produtor do Estado), a relação de troca de ovos por esses insumos em julho é a pior para o mês em toda a série história do Cepea, iniciada em 2013.
As cotações dos ovos voltaram a subir, impulsionadas pelo tradicional aumento da demanda na primeira quinzena do mês. A caixa (30 dúzias) de ovos brancos está com cotação média na última semana de R$ 90,27 (variação de + 1,38% a mais). Ovos vermelhos, R$ 111,01 (variação de + 1,03%).
Café
Desde o início da safra, as negociações envolvendo o café arábica estão lentas no mercado spot nacional, devido especialmente à retração de vendedores que estão à espera de preços ainda maiores (atentos às entregas já programadas).
O último indicador (dia 17/07) apontou que altas nos valores externos do arábica e também do dólar fizeram o mercado interno reagir.
O café arábica tipo 6, posto na capital paulista, por exemplo, fechou acima dos R$ 500/saca de 60 kg, voltando aos patamares observados no início deste mês.
Soja
Com as firmes demandas externa e doméstica, a relação estoque/consumo final em 48,55%, o mercado da soja pode ser a menor desde a safra 2011/12, quando a produção brasileira foi de 93,73 milhões de toneladas. (a safra 2019/20 foi de 126 milhões de toneladas).
Como há uma relação inversa entre estoque e preços, vendedores se afastam ainda mais do mercado, reduzindo a liquidez interna.
Com o elevado volume já negociado, produtores, por sua vez, estão afastados das vendas, elevando a disparidade entre os valores pedidos por vendedores e ofertados por compradores.
Esse cenário vem limitando a liquidez e sustentando os valores do grão.
Trigo
Os preços do trigo voltaram a subir em muitas regiões, principalmente no mercado de lotes (negociação entre empresas), mas ainda seguem enfraquecidos em outras.
O movimento de alta é sustentado pela baixa oferta do mercado nacional e pela valorização do dólar frente ao real.
Já as quedas são influenciadas por tentativas de alguns vendedores de liquidar os estoques remanescentes da temporada passada (a preços mais baixos).
Mandioca
Após finalizar o plantio da safra 2020/2021, parte dos produtores de mandioca voltou a comercializar quantidade maiores da produção, inclusive de 1° ciclo, aumentando a oferta da raiz, cenário que limitou a alta das cotações.
Já a demanda segue firme, com aumento na moagem na maior parte das fecularias. Com a finalização do plantio, a oferta deve se elevar ainda mais nas próximas semanas.
Mas, o Cepea ressalta que são poucas as lavouras a serem colhidas, muitas lavouras foram podadas e devem abastecer o mercado somente no último trimestre deste ano.
Algodão
A colheita da nova safra 2019/20 de algodão vem ganhando força, mas ainda é baixa a oferta de pluma no mercado spot nacional, especialmente de lotes de maior qualidade.
Os produtores estão focados nas atividades de campo, no beneficiamento, no fechamento de contratos destinados ao mercado internacional e nas entregas de produto a termo, principalmente para exportação. Já os poucos vendedores ativos no spot se mantêm firmes nos valores pedidos.
Assim, mesmo diante da baixa demanda, houve dificuldade em encontrar pluma dentro das características desejadas, contexto que sustentou os valores.
Milho
O avanço na colheita da segunda safra brasileira e as quedas nos preços internacionais e na região dos portos (vinha sustentando os preços domésticos) frearam o ritmo de alta nos valores do milho em muitas praças.
No geral, os compradores estão aguardando uma maior entrada de lotes da segunda safra. Muitos também estão recebendo o milho negociado antecipadamente.
Do lado vendedor, os recuos externos e do dólar reduziram o interesse em negociar lotes para exportação.
Arroz
O mercado de arroz em casca no Rio Grande do Sul voltou a ficar aquecido.
Boa parte das indústrias/beneficiadoras do estado manteve o interesse por novas compras, com o objetivo de repor estoques.
Ainda, há a expectativa de preços mais firmes, devido aos baixos estoques de passagem. Neste cenário, as cotações do arroz em casca seguiram em alta.
Etanol
Com o reaquecimento da demanda, o preço do etanol hidratado seguiu em alta na última semana no mercado paulista.
O volume negociado e captado mais que dobrou na comparação com o período anterior (expressiva alta de 108%).
Ainda assim, a quantidade comercializada na semana passada permaneceu na sexta colocação dentre os volumes captados desde o começo da temporada 2020/21 no estado de São Paulo.
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