A agricultura moderna deve muito à elaboração dos defensivos agrícolas. Eles aumentaram a produtividade das lavouras e a qualidade das safras. Os inseticidas, por exemplo, são os grandes responsáveis pelo controle de pragas nas lavouras e consequentemente pela qualidade dos alimentos.
Porém, deve haver muito cuidado na hora de se utilizar esses recursos na plantação. Isso porque, se forem usados de forma inadequada, podem gerar consequências para os trabalhadores, para a lavoura, para o consumidor e até mesmo para o meio ambiente.
Nesse texto, vamos comentar quais os principais erros envolvidos na aplicação de inseticidas, além de quatro das consequências trazidas pelo uso inadequado de inseticidas. Mas antes de continuar a leitura, não esqueça de conferir os defensivos agrícolas que temos disponíveis no site da MF Rural.
O que configura o uso inadequado de inseticidas?
A principal causa de mau uso dos inseticidas é extremamente simples: não ler o rótulo. É essencial seguir as normas do fabricante (e as recomendações do engenheiro agrícola) no momento da aplicação. Essas normas dizem respeito à quantidade, forma de aplicação, momento adequado dentro do ciclo da vida da praga e da planta e todos os outros aspectos relacionados ao uso de inseticidas. Se não forem cumpridas, há uma grande chance do uso acarretar em problemas.
Outra questão complicada é realizar a mistura inadequada de produtos nas culturas. As misturas são ilegais no Brasil, portanto não podem ser feitas de forma segura e que garanta o bem-estar da cultura, dos funcionários e dos futuros consumidores da produção.
1. Resistência das pragas
O uso excessivo ou inadequado de inseticidas na lavoura pode ter como consequência o efeito contrário do desejado. Em vez de aniquilar as pragas que prejudicam a plantação, o inseticida acaba fortalecendo os parasitas. O princípio é parecido com o que ocorre quando as pessoas tomam antibióticos de forma indevida e acabam por gerar bactérias super-resistentes.
Esse problema pode ocorrer por uma série de motivos. Entre os principais, podemos citar os seguintes:
• Aplicação de doses acima ou abaixo das recomendadas pelo fabricante
É preciso que o produtor aplique a dose de inseticida exatamente como manda o fabricante e o engenheiro agrícola responsável pela plantação. Caso contrário, o produto pode perder sua eficácia ou gerar uma mutação no inseto, que se torna mais resistente.
• Erros de manejo
Ocorrem quando a pessoa encarregada por aplicar o inseticida não monitora ou não identifica corretamente as espécies presentes na lavoura. Pode ocorrer ainda, da aplicação ser feita em momentos errados dentro do ciclo de vida das pragas. Nesse caso, o uso inadequado de inseticidas em momentos errôneos ou ainda com composições erradas; não tem efeito nenhum e ainda pode prejudicar a planta.
• Alterações repentinas
Caso seja necessário trocar o tipo de inseticida, ou mesmo o ciclo de aplicação, essa transição precisa ser feita gradualmente. Alterações rápidas não são eficientes contra os insetos que praguejam as lavouras.
2. Prejuízo à cultura
O uso inadequado de inseticidas pode ser extremamente prejudicial à cultura. É preciso respeitar vários aspectos que envolvem a fisiologia da planta e também fatores externos. Confira quais são a seguir.
• Estágios de desenvolvimento
Existem momentos específicos durante o estágio de desenvolvimento da cultura em que se pode aplicar os inseticidas. É preciso realizar monitoramento e testes de controle. Se o inseticida for aplicado em momentos inapropriados, pode até mesmo causar a morte precoce da planta.
• Fatores climáticos
Outra questão importante para garantir que a plantação não será prejudicada é aplicar o inseticida respeitando as condições climáticas. A temperatura não pode estar abaixo de 10ºC, por exemplo, nem a umidade do abaixo de 60%. Isso é importante porque a planta não pode estar estressada no momento da aplicação.
Se os inseticidas forem inadequadamente utilizados sobre plantas estressadas, isso é prejudicial à absorção. Se a absorção não acontecer de forma correta, a aplicação não será eficaz.
3. Prejuízo ambiental
A aplicação de inseticidas deve, necessariamente, seguir normas que garantam a proteção do meio ambiente. Caso contrário, os prejuízos podem ser muito grandes. Isso pode estar relacionado à quantidade ou à forma de aplicação, e prejudicar diversos aspectos do meio ambiente.
• Poluição do solo
Quando não se respeita a quantidade de agrotóxico determinada pelo fabricante ou pelo engenheiro agrícola, pode haver consequências ambientais sérias. Como a taxa de absorção da cultura tem um limite, o excedente vai para o solo, contaminando-o até mesmo para culturas futuras (um efeito conhecido como carryover).
• Poluição da água
Outra maneira pela qual esse excedente prejudica o meio ambiente é contaminando a água. Isso pode acontecer tanto pela chegada dos produtos nos rios pela chuva, ou pela contaminação do solo chegando ao lençol freático.
• Vida selvagem
O uso inadequado de inseticidas também pode representar prejuízo à vida selvagem próxima à fazenda. Isso porque, se as regras de pulverização não forem obedecidas, a contaminação pelo ar pode se espalhar e prejudicar a respiração desses animais. Portanto, é de extrema importância seguir à risca todas as instruções de uso do produto.
4. Prejuízo à saúde humana
A saúde das pessoas também pode ser colocada em risco pelo uso de inseticidas. Existem vários estudos comprovando que o excesso de agrotóxicos nas plantas comestíveis pode acarretar em diversos problemas de saúde. Mas não são apenas essas consequências trazidas pelo mau uso dos inseticidas.
• Pessoas que moram perto da plantação
Há um caso muito famoso, ocorrido no Mississippi, onde a aplicação inadequada de inseticidas para baratas e pulgas poluiu o ar em volta da lavoura. O descuido causou problemas de intoxicação em diversas pessoas, incluindo duas crianças. Portanto, é essencial que a pulverização siga todas as normas, que existem justamente para evitar o contato das pessoas com o inseticida.
• Funcionários
Erros no manejo podem ser extremamente arriscados também para os funcionários que realizam a pulverização. O uso de equipamentos de proteção é imprescindível. Do contrário, os defensivos podem causar danos à pele e ao sistema respiratório das pessoas que estão em contato com o químico.
Para além da responsabilidade moral, isso também pode gerar sérios problemas jurídicos para a sua plantação. Portanto, garanta que todas as normas de aplicação e quantidade estão sendo cumpridas.
Se quiser entender melhor como é feita a análise dos agrotóxicos nas plantas, veja nosso vídeo sobre o assunto! Para ficar por dentro das nossas novidades e promoções, preencha o formulário com o seu contato.