É imprescindível, para um criador de gado, conhecer a febre aftosa. A doença já causou grandes transtornos para a pecuária do Brasil. Mas, hoje, está controlada no país. Entenda o que é a doença e como evitá-la.
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Considerada uma doença infecciosa aguda, a febre aftosa é provocada por vírus. Causa febre, vesículas (aftas) na boca e nos pés dos animais e atinge animais como bovinos, búfalos, caprinos, ovinos e suínos. Se espalha rapidamente, caso as medidas de controle não sejam adotadas logo após o vírus ser detectado.
Algumas medidas de controle são: desinfecção do local onde o animal doente se encontrava, isolamento e abate do animal, além do exame sorológico que deve ser realizado nos outros espécimes do rebanho.
O vírus pode ser encontrado na saliva, no leite e nas vezes dos animais afetados. Comedouros e baias infectados transmitem rapidamente.
Quando a doença está em seu auge, o vírus é encontrado no sangue. Nesse estágio, os animais excretam o vírus e contagiam quem estiver por perto – seja animal ou humano e até mesmo carros, pás e outros objetos.
Sem um tratamento específico, os animais infectados com a febre aftosa devem ser sacrificados. Isso porque, mesmo que estejam curados, continuam sendo portadores do vírus e podem transmiti-lo para outros animais.
Como lidar com a febre aftosa?
A melhor medida de proteger um rebanho contra a febre aftosa é a prevenção. No Brasil, a vacinação é praticada em todos os estados e no Distrito Federal, com exceção de Santa Catarina (desde 2007 sem casos).
O Governo Federal tem o Programa Nacional de Erradicação e Prevenção contra a Febre Aftosa (PNEFA), executado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
O objetivo do PNEFA é atuar para manter e fortalecer as estruturas dos serviços veterinários oficiais e a infraestrutura para diagnóstico, normatização das ações, cadastramento do setor agropecuário, vigilância ostensiva, vacinação de animais, manutenção de programas de educação sanitária e comunicação social, organização e consolidação da participação comunitária.
Existem campanhas anuais de vacinação e o pecuarista deve vacinar seu gado, para evitar danos em todo o país. No entanto, também é possível realizar a vacinação de maneira particular, comprando a vacina.
Para esses casos, recomenda-se:
- Conservar as vacinas na temperatura entre 2 e 8 graus centígrados, em geladeiras domésticas ou em caixas térmicas com gelo, seja durante o transporte ou apenas para manter a vacina à venda. Calor ou congelamento inutilizam a vacina;
- A dose a ser aplicada deve ser a indicada no rótulo da vacina. Uma dosagem menor não vai oferecer a proteção ideal;
- Os animais saudáveis deverão ser sempre vacinados, pois os doentes ou subnutridos não respondem bem à vacinação e, nesses casos, é melhor procurar orientação com o veterinário. A vacina não deve ser utilizada como uma cura para a doença, pois não funcionará.
- Os efeitos da vacina aparecem entre 14 e 21 dias após a aplicação. Se os animais apresentarem a doença antes desse prazo, é sinal que já estavam contaminados quando foram vacinados, mas ainda não tinham manifestado os sintomas.
Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, a transmissão de febre aftosa para humanos é muito rara. Isso porque só houve um registro da doença em humanos na Grã Bretanha, em 1966. Os sintomas foram parecidos com o de uma gripe e com o surgimento de aftas.
Existem outras doenças com sintomas semelhantes que atingem os humanos, mas não há relação com a febre aftosa.
No vídeo abaixo, veja dicas de como se preparar para fazer a vacinação contra a febre aftosa:
Fonte: Portal DBO.
O Brasil não registra casos da febre aftosa desde 2006 (o último registro foi em Mato Grosso do Sul). Em 2017, o governo federal publicou um plano de metas que visa suspender a vacinação em todos os estados até 2026.
De acordo com o Governo Federal o último programa de enfrentamento da doença desenvolvido pelo Mapa, o Plano Estratégico para o Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa (PNEFA), está previsto para ser executado nos próximos 10 anos.
O objetivo é criar e manter condições sustentáveis para garantir o status de país livre da febre aftosa e ampliar as zonas livres sem vacinação, protegendo o patrimônio pecuário nacional.
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O Plano está alinhado com o Código Sanitário para os Animais Terrestres, da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) e às diretrizes do Programa Hemisférico de Erradicação da febre Aftosa.
A conjugação do esforço privado e público, a infraestrutura dos Serviços Veterinários e os fundamentos técnicos, são a base para o sucesso do plano.
O que fazer caso um animal tenha os sintomas?
Toda suspeita deve ser notificada. O produtor ou qualquer pessoa que verifique a existência de sinais clínicos, como babeira, manqueira, feridas na boca, patas e úbere de bovinos, búfalos, caprinos, ovinos, suínos, além de outras espécies de casco fendido, deve comunicar imediatamente ao Serviço de Defesa Sanitária Animal de seu estado.
Um veterinário oficial fará a inspeção dos animais e, caso confirme doença vesicular, tomará as providências necessárias para que não se espalhe.
Quais são os prejuízos para o produtor?
O produtor tem prejuízos no quesito econômico. A doença afeta o comércio interno e externo de animais e seus derivados. Isso acontece porque a difusão do vírus é muito grande.
Os países que recebem a carne vinda do Brasil, por exemplo, estabeleceram barreiras fortes para impedir que a doença volte às suas terras.
Caso o produtor tenha animais sacrificados por causa da febre aftosa (abate sanitário), o artigo 32 da lei Estadual 10.486 de 29 de dezembro de 2016, estabelece que ele tem direito a indenização.
É importante ressaltar que o Brasil só conseguiu diminuir seus casos de febre aftosa graças à persistência do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para que todos os animais fossem vacinados e, os infectados, abatidos.
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