Também conhecido como blueberry, o mirtilo é uma fruta pequena, de coloração azulada, conhecida como “a fruta da longevidade”.
Originária de regiões frias na América da Norte, o cultivo do mirtilo no Brasil possui alguns desafios, mas também um grande potencial.
Neste artigo, vamos apresentar essa frutífera, falar sobre os inúmeros benefícios que proporciona ao organismo e também como cultivá-la. Confira!
Conheça o mirtilo
O mirtilo é uma planta arbustiva que chegou ao Brasil na década de 80, e teve seu primeiro cultivo comercial nos anos 90. Ele pertence à família Ericaceae, gênero Vaccinium, possuindo várias espécies.
Muito consumido na América do Norte e na Europa, seu fruto é do tipo baga, com coloração azul ou arroxeada quando maduro. Apresenta folhas verde-escuras durante o verão, que ficam avermelhadas e caem no período de repouso.
Cultivares
Existem cinco grupos de cultivares de mirtilo: Highbush (arbusto alto, em português), Half high (meio alto), Southern Highbush (arbusto alto do sul), Rabbiteye (olho de coelho) e Lowbush (arbusto baixo). No Brasil, os mais importantes são os grupos Southern Highbush e o Rabbiteye.
Cultivares do grupo Rabbiteye foram as primeiras introduzidas no país, trazidas da Flórida em 1983 para serem estudadas na Embrapa Clima Temperado, em Pelotas, Rio Grande do Sul.
A espécie que representa esse grupo é a Vaccinium ashei, que apresenta maior tolerância ao calor, à seca e doenças fúngicas, além de ser mais produtiva, ter bom vigor, longevidade e boa conservação dos frutos pós colheita. Entretanto, os frutos são menores e de pior qualidade, isto é, mais ácidos.
Já o grupo Southern Highbush produz frutas consideradas de melhor qualidade, porém também é mais exigente em água, estrutura de solo e matéria orgânica. No entanto, assim como o Rabbiteye, necessita de menos frio para produzir do que os outros grupos, mais difíceis de serem cultivados aqui no Brasil.
A principal representante desse grupo é a espécie Vaccinium corymbosum, que tem sido cultivada com sucesso no Cerrado brasileiro, pois vai bem em regiões de clima seco e quente durante os dias e mais ameno durante a noite.
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Como plantar mirtilo
O mirtilo prefere solos ácidos, com pH na faixa de 4 a 5,5, sendo que solos com pH acima de 6 inviabilizam sua produção, uma vez que a correção teria custo muito elevado. Ademais, deve ser livre de alumínio e manganês, que são tóxicos para a planta.
Além disso, o solo deve ser aerado, pois sua raiz gosta de oxigênio. No caso de cultivo em vasos ou sacos, o melhor substrato é à base de casca de arroz e turfa. O sistema radicular do mirtilo é muito superficial, com raízes muito finas, sendo sensível à drenagem e à compactação do solo.
A melhor época para o plantio é no período chuvoso, de outubro a dezembro, e recomenda-se que as mudas de mirtilo tenham cerca de um ano e meio para o sucesso do plantio.
Manejo da plantação
A irrigação é determinante para o bom desenvolvimento, crescimento e produção da planta. Como dito, o mirtilo possui sistema radicular muito superficial, o que torna baixa a sua capacidade de absorção de água.
Por isso, principalmente na implantação do pomar e nos seus primeiros dois anos, é fundamental haver uma boa disponibilidade de água. Ademais, o período de produção dos frutos também é uma fase crítica, onde o déficit hídrico pode causar grandes perdas.
Quanto à adubação, no pré plantio realiza-se com fosfato e potássio, de acordo com resultados de análise de solo, e a adubação nitrogenada deve ser feita na fase de abertura das gemas florais e no período de plena floração, com nitrogênio amoniacal, uma vez que ele contribui para baixar ou manter o pH do solo.
Outro manejo importante para a cultura do mirtilo é a poda. Nos primeiros anos após o plantio, realiza-se a poda visando a construção da estrutura de produção da planta, através da formação de hastes lenhosas e brotações, suficientes para suportar a produção nos anos seguintes.
O mirtilo começa a emitir flores e frutos muito precocemente, frequentemente ainda em viveiro. Porém, é necessário retirá-los nessa fase, priorizando apenas as brotações para o fortalecimento dos ramos em formação.
Ademais, a frutificação ocorre sempre no ramo do ano, sendo, portanto, necessário proceder com poda invernal nos ramos dos anos anteriores. Um arbusto com ramos em excesso produzirá muitos frutos, porém de baixa qualidade. As boas produções encontram-se nos ramos fortes, dessa maneira, recomenda-se eliminar as ramificações finas e fracas abaixo de 30 cm da copa.
Por fim, a colheita é feita quando as frutas estão completamente azuladas, e é um processo manual e bem delicado, onde cada fruta é colhida uma a uma, por isso, exige grande mão-de-obra.
Benefícios do mirtilo
O mirtilo tem muitas propriedades medicinais, sendo conhecido como “a fruta da longevidade”, como dito na introdução desse post. Ele é uma das frutas que contém mais antioxidantes.
Ele também é rico em minerais, vitaminas A e C, além do seu pigmento, antocianina, que age de maneira benéfica no organismo, combatendo radicais livres.
Ademais, o mirtilo tem ação antiinflamatória, melhora a circulação, reduz o colesterol ruim e previne doenças relacionadas à visão, como catarata e glaucoma. O alto teor de polifenóis presente em sua casca e também na polpa auxilia na proteção das paredes celulares.
Ele também contribui para o controle da diabetes, aumentando a captação de glucose pelas células, diminuindo os níveis de açúcar no sangue. Além disso, diminui a pressão arterial, combate infecção urinária, ajuda na recuperação muscular e na prevenção de câncer. Estudos também avaliam a sua influência na melhora da memória e função cerebral.
Sendo assim, o consumo dessa fruta é altamente indicado, podendo ser in natura, congelada, desidratada, em sucos e vitaminas. O mirtilo também é usado para fazer licores, geleias, sorvetes e doces em geral.
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