A entressafra ou período de escassez de floradas para as abelhas normalmente é no inverno, mas pode variar conforme a região.
O criador de abelhas que visa a lucratividade reconhece a diferença de preço entre o açúcar e o mel, logo em sua última colheita recolhe o máximo possível de mel e sem as melgueiras oferece às abelhas um substituto ao mel.
Em uma colônia de abelhas a base alimentar para o desenvolvimento dos indivíduos é o pólen das flores que elas transformam em “pão de abelha”, uma espécie de silagem, pois o processo é bem semelhante, compactação e fermentação por microrganismos que tornam o substrato mais ácido e evitam uma rápida deterioração.
O néctar coletado das flores é transformado em mel e atua como um combustível para a realização de todas as atividades das operárias, composto basicamente de água e carboidratos (açucares diversos), oferece a energia inclusive para a coleta de pólen e preparo do pão de abelha.
Como funciona a alimentação energética para abelhas
A energia é fundamental para o controle da temperatura do ninho e sobrevivência dos indivíduos, logo é o fator determinante na manutenção e desenvolvimento de uma colônia.
A alimentação energética mais utilizada por apicultores é o xarope de água com açúcar, imitando de certa forma o néctar ou o mel. A diferença entre o néctar e o mel é a quantidade de açúcares, ou seja, a concentração dessa “solução”. Em média o néctar possui 30% de açúcares, enquanto o mel contém cerca de 80% de açúcares.
Todo criador experiente conhece a preferência delas, e em algum momento observou que ignoram o mel se existe néctar disponível, que consomem primeiramente o dito mel verde (néctar em processo de transformação), deixando por último o mel maduro (que já está selado nos favos). O fato é que a colônia cresce na disponibilidade de néctar e se mantem quando há disponível apenas o mel.
Observando esse fenômeno separamos a alimentação energética em duas categorias, a alimentação de manutenção e a estimulante. A primeira segue a lógica da disponibilidade de mel, sendo feita uma solução de água com açúcar com uma concentração superior a 50%, e a segunda imitando o néctar com uma concentração inferior a 50%.
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Qual a quantidade ideal?
Imaginem que é como tomar algo de canudinho, qual você consegue ingerir mais facilmente, um copo com mel ou com água adoçada com mel? A quantidade de energia ofertada em um xarope 2:1 (açúcar: água), e em um xarope 1:2 (açúcar: água) logicamente é diferente, sendo necessário este segundo ser ofertado duas vezes para se ter fornecido a mesma quantidade de energia do primeiro xarope.
O xarope mais concentrado ou até o açúcar seco é fornecido como alimentação energética de manutenção, recomendado para colônias populosas com pouco estoque de mel, em uma frequência menor pois possui muita energia por quantidade e no início do inverno (ou entressafra).
O xarope com menor concentração para o final desse período ou 45 a 60 dias antes da florada de interesse, com maior frequência, estimulando o crescimento da população para maior produção de mel.
A estratégia de alimentação é algo muito particular do apicultor, sendo que alguns utilizam uma alimentação intermediária (50%) durante todo o período, o importante é avaliar sempre os custos e a resposta das abelhas a essa intervenção.
Já alimentou suas abelhas este inverno? Vamos lá, a natureza não espera!
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