Flores comestíveis: 21 espécies para você experimentar

Flores comestíveis: 21 espécies para você experimentar

A utilização de flores comestíveis em preparos culinários ocorre há centenas de anos, em alguns países é parte da cultura gastronômica. No Brasil, está se popularizando cada vez mais, graças a divulgação em programas de culinária e na internet.

Neste artigo vamos te apresentar 21 espécies de plantas que possuem flores comestíveis, suas características morfológicas para ajudar na identificação, bem como suas aplicações na gastronomia. Também vamos falar sobre valor nutricional e flores não comestíveis. Boa leitura!

Espécies de flores comestíveis

Flores comestíveis podem ser obtidas de espécies olerícolas, frutíferas, condimentares, aromáticas, medicinais e ornamentais. Aliás, você provavelmente já consumiu algumas flores e pode não ter se dado conta: a couve-flor, o brócolis e a alcachofra são inflorescências.

Têm-se conhecimento de aproximadamente 100 espécies de plantas cujas flores são comestíveis. Entretanto, nem sempre a flor inteira deve ser consumida, de algumas devem ser utilizadas somente as pétalas, e descarta-se as sépalas, pistilos e estames, que podem ter sabor não muito agradável. Além disso, também costuma-se retirar a base de algumas pétalas, geralmente de cor branca, que apresenta sabor amargo.

A seguir, confira algumas espécies com flores comestíveis:

Abóbora

Talvez uma das flores comestíveis mais difundidas, a flor de abóbora (Cucurbita pepo) é grande, amarela e penduculada. É consumida enquanto jovem, recheada, empanada ou salteada.

Recomenda-se consumir a flor masculina e reservar as femininas para a reprodução das abóboras. Também são utilizadas em receitas de suflê e risotos.

Flor de abóbora
A flor de abóbora é delicada e saborosa, além de ser rica em fibras e vitamina C.

Açafrão

Dentre as espécies com flores comestíveis, está o açafrão (Crocus sativus). Também chamado de açafrão verdadeiro, é uma espécie distinta do açafrão-da-terra (Curcuma longa).

Trata-se de uma herbácea bulbosa, perene, cujas flores são liláses e possuem estigma tripartido vermelho. Os pistilos secos são usados como corante natural para alimentos.

Flores de açafrão verdadeiro
Para se obter um quilo da especiaria advinda dessa flor, são necessárias aproximadamente 250 mil flores. Por isso, é considerada uma iguaria.

Amor-perfeito

Também uma das flores comestíveis mais utilizadas, a amor-perfeito (Viola tricolor) é uma herbácea ereta de no máximo 25 centímetros, perene, da família Violaceae.

Suas flores são pequenas, achatadas, com várias combinações de cores: branca, roxa, amarela, rosa, azul, marrom. As pétalas ou flores inteiras são usadas em bebidas, saladas de frutas e sopas.

Flores de amor-perfeito
As flores de amor-perfeito devem ser consumidas com moderação devido ao alto teor de saponinas.

Begoninha-de-jardim

A Begonia semperflorens é uma herbácea ereta e perene, que possui inflorescências racemosas e axilares, com flores carnosas e cerosas, nas cores vermelha, branca ou rosa.

Os botões florais e as flores jovens são usadas em saladas, pratos quentes, geleias ou molho agridoce.

Flores de begoninha de jardim
Pertencente à família Begoniaceae, essa espécie se reproduz por sementes ou estacas.

Borago

A espécie Borago officinalis também pode ser conhecida por borragem. Pertence à família Boraginaceae e é uma herbácea ereta que alcança até 1 metro de altura.

Possui flores azuis em formato de estrela, que se tornam rosadas com o tempo. É usada fresca em saladas, bebidas, congeladas em cubos de gelo e cristalizadas em decoração de pratos doces. Ademais, tem um leve sabor de pepino.

Flor comestível da espécie Borago officinalis
A borago é uma espécie anual propagada de diversas formas: via sementes, estaquia ou divisão das raízes.

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Camélia

A camélia, ou camélia-do-japão (Camellia japonica) é um arbusto grande, que mede de 6 a 12 metros. Originária da Ásia, essa espécie é perene e cultivada no mundo inteiro, em climas tropicais e temperados.

Suas flores podem ser rosas, brancas ou vermelhas, simples ou dobradas, e são utilizadas refogadas no arroz, em omeletes, no preparo de chá, suco, geleia, calda e sobremesas, como mousse.

Flores de camélia
As flores de camélia podem ser conservadas em mel, conferindo a ele sua cor e sabor.

Cássia imperial

A Cassia fistula, também chamada de chuva-de-ouro, é uma árvore ornamental da família Fabaceae, que atinge de 10 a 13 metros de altura, e tem crescimento rápido.

Sua inflorescência se dá em racemos longos e pêndulos, com flores de cor amarelo-ouro. Elas são consumidas salteadas, empanadas e fritas, em risotos, pães ou ainda como decoração comestível em pratos doces e salgados.

Flores de Cassia fistula
A Cassia fistula é originária do Sudeste asiático e propagada por sementes.

Centáurea

A Centaurea cyanus é uma herbácea ereta pertencente à família Asteraceae. Também chamada de flor de milho, é originária do Mediterrâneo, anual, apresenta cerca de 40 a 60 centímetros, gosta de sol e clima seco.

Possui flores azuis, rosas ou roxas, reunidas em inflorescências solitárias. Suas pétalas têm sabor adocicado e levemente picante, e a parte do cálice é amarga. Além disso, é muito usada para chás e tem várias propriedades medicinais.

Flores comestíveis da espécie Centaurea cyanus
As flores da centáurea também servem como corante natural na culinária.

Corda-de-viola

Essa herbácea trepadeira, de nome científico Ipomoea quamoclit, também pode ser conhecida como cipó-esqueleto ou flor-de-cardeal. É uma planta anual, propagada por sementes.

Suas flores são em forma de trombeta com tubo longo, de 3 a 4 centímetros, dispostas em racemos. Podem ser vermelhas ou amarelas e são utilizadas em pratos cozidos.

Flor de corda-de-viola
Tanto as flores quanto os ramos dessa espécie podem ser utilizados na culinária.

Cravina

A cravina (Dianthus chinensis) ou rosa-da-china, é uma herbácea ereta e entouceirada, perene, de cerca de 30 a 40 centímetros, pertencente à família Caryophyllaceae.

Suas flores podem ser de coloração branca, rosa, roxa, vermelha ou bicolores. Somente as pétalas devem ser consumidas, retirando da sua base a parte branca e amarga.

São ótimas para aromatizar vinagre de vinho branco, geleias, açúcar e vinho. Além disso, são usadas em saladas, tortas de frutas, sanduíches e cristalizadas, para decoração.

Flores comestíveis da espécie Dianthus chinensis
As flores da cravina são vistosas e possuem um leve aroma de cravo-da-índia.

Dama-da-noite

A dama-da-noite (Ipomoea alba) é uma herbácea trepadeira bastante difundida, perene, que pode ser propagada por sementes ou ramos.

Possui flores grandes, solitárias, brancas, de tubo longo, bem perfumadas, que abrem ao entardecer e fecham ao amanhecer. Tanto as flores quanto os botões florais são consumidos salteados, e ficam ótimos com omelete.

Flores de Ipomoea alba
A Ipomoea alba também pode ser conhecida por “boa-noite” e é originária das Américas Central e do Sul.

Gardênia

Também chamada de jasmim-do-cabo, a Gardenia jasminoides é um arbusto semi lenhoso de até 2 metros de altura, perene, da família Rubiaceae.

Tem flores solitárias, brancas, que são muito perfumadas e com pétalas carnosas. Elas têm sabor leve e adocicado, sendo muito utilizadas em saladas, no preparo de chá e geleias. Também podem ser empanadas e cristalizadas.

Flor de gardênia
A flor da gardênia pode ter pétalas simples ou dobradas, e podem ser conservadas em picles ou mel.

Hemerocalis

Pode ser conhecida também por lírio-amarelo, lírio-de-são-josé ou lírio de um dia. São herbáceas que crescem na forma de touceiras, medem de 30 a 90 centímetros e são perenes.

As flores são grandes e podem ser de várias cores. Têm aroma e sabor de alho, e são utilizados tanto os botões florais como as flores frescas cruas, cozidas e empanadas. Ademais, quando desidratadas servem para temperar sopas e massas.

Flores comestíveis do gênero Hemerocallis
As flores do gênero Hemerocallis duram apenas um dia, porém novos botões florais aparecem com frequência.

Lavanda

A Lavandula angustifolia, conhecida por lavanda ou alfazema, é um subarbusto ereto, de até 70 centímetros, perene, aromático, da família Lamiaceae.

Possui flores azuis ou liláses, perfumadas, dispostas em racemos. Seu sabor é doce, floral, com toque de limão. São utilizadas cristalizadas, ou secas como especiarias em cremes, saladas, biscoitos, bolos e pães.

Flor de lavanda
Muito conhecida por seu perfume, a flor lavanda também pode servir como ingrediente culinário.

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Malvavisco

Também chamada de hibisco-colibri ou amapola, a espécie Malvaviscus arboreus é um arbusto lenhoso, perene, que alcança até 4 metros de altura, pertencente à família Malvaceae.

As flores dessa espécie são axilares, solitárias, pêndulas e de longa durabilidade. Podem ser vermelhas ou rosas. As flores inteiras ou suas pétalas são usadas em saladas, cozidas no arroz ou no preparo de geleias.

Flores comestíveis da espécie Malvaviscus arboreus
As flores do malvavisco também servem como corante em bebidas.

Nirá

Também chamada de alho-de-folha, alho-japonês ou cebolinha-chata, a espécie Allium tuberosum pertence à família Amaryllidaceae e é proveniente de Ásia. Tem folhagem verde escura, caule oco, cheiro forte e característico, sabor que lembra alho, mais suave.

Suas flores são pequenas, brancas, dispostas em umbelas terminais. Tanto os botões como as flores são usadas como tempero e decoração comestível.

Flores comestíveis da espécie Allium tuberosum
A espécie Allium tuberosum é uma erva bulbosa perene, propagada por sementes e rizomas.

Onze horas

A espécie Turnera subulata pode ser conhecida também como chanana, damiana ou albina. Trata-se de um subarbusto ereto, que alcança no máximo 70 centímetros, perene, da família Turneraceae.

Possui flores axilares, terminais, brancas ou amarelo-esbranquiçadas, que se abrem apenas pela manhã. Têm sabor suave e adocicado, e são utilizadas no preparo de geleias, em saladas e como decoração comestível em bebidas.

Flores de onze-horas
Também conhecida como flor-do-guarujá, essa espécie nativa é aplicada no tratamento de inflamações e infecções.

Ora-pro-nobis

A ora-pro-nobis (Pereskia aculeata) se tornou uma das espécies de PANC’s (Plantas Alimentícias Não-Convencionais) mais difundidas, mas não só suas folhas podem ser consumidas, como suas flores também.

Suas flores têm aspecto ceroso, e possuem pétalas cor branco-creme e miolo laranja ou amarelo. São utilizadas em saladas e omeletes, salteadas puras ou com carnes.

Flor de ora-pro-nobis
A ora-pro-nobis é um arbusto semi lenhoso, com pequenos espinhos, ramos escandentes e perene, da família Cactaceae.

Pluméria

Também pode ser conhecida como jasmim-manga ou árvore-pagode, a Plumeria rubra é um arbusto grande, de até 6 metros de altura, da família Apocynaceae.

Possui inflorescência com numerosas flores, que podem ser vermelhas, rosas ou brancas. Suas flores frescas são usadas salteadas, cristalizadas, na confecção de doces e em geleias. As flores secas, por sua vez, servem para fazer chá.

Flores comestíveis de Plumeria rubra
As flores da pluméria são perfumadas, seu aroma remete à amêndoas e baunilha.

Sálvia

A Salvia officinalis é uma herbácea ereta, de até 60 centímetros, aromática, perene, pertencente à família Lamiaceae.

Com o uso culinário de suas folhas já bastante difundido, a sálvia também pode ter suas flores utilizadas em receitas. Elas podem ser usadas em saladas e como tempero para pães, molhos e carnes. Tem sabor levemente almiscarado.

Flores de sálvia
A sálvia possui flores azul-violáceas, reunidas em espigas terminais.

Trapoeraba

Também chamada de ondas-do-mar e de olhos-de-santa-luzia, a espécie Tripogandra diuretica é uma herbácea de ramos decumbentes, de até 40 centimetros, perene, que pertence à família Commelinaceae.

Possui flores róseas ou liláses, reunidas em racemos terminais pedunculados, que podem ser usadas cristalizadas ou confeitadas.

Flor de trapoeraba
Nativa do Brasil, a trapoeraba também tem fins medicinais, sendo muito utilizada em chás pelo seu efeito diurético.

Outras espécies de flores comestíveis:

Algumas outras espécies olerícolas, ornamentais e condimentares possuem flores comestíveis:

  • nabo-forrageiro;
  • jambu;
  • flamboianzinho;
  • ipê-amarelo;
  • ipê-branco;
  • murta;
  • rosa;
  • capuchinha;
  • maria-sem-vergonha;
  • alecrim;
  • alho comum;
  • cebolinha comum;
  • calêndula;
  • camomila;
  • dente-de-leão;
  • manjericão.

Valor nutricional das flores comestíveis

Pesquisas indicam que as flores comestíveis são boas fontes de sais minerais, principalmente fósforo e potássio, e também de antioxidantes, como ácidos e outros compostos fenólicos, flavonóides e antocianinas.

Pólens são ricos em proteínas, carboidratos, lipídeos, carotenóides e flavonóides. Entretanto, geralmente prejudicam o sabor das flores e podem desencadear alergias em pessoas mais sensíveis.

O néctar contém açúcares, como frutose, glucose e sacarose, além de aminoácidos, proteínas, lipídeos, sais minerais, ácidos orgânicos, compostos fenólicos, alcaloides e terpenoides.

As pétalas, por sua vez, além dos compostos já mencionados, apresenta vitaminas, compostos antioxidantes e minerais. O conteúdo de carotenoides e flavonoides estão relacionados à cor das pétalas.

Além disso, as flores comestíveis apresentam grande quantidade de água em sua composição, de 70 a 95%. O valor calórico é baixo, e os micronutrientes predominantes são potássio, fósforo, cálcio e magnésio. Algumas espécies são ricas em vitamina A e C.

Porém, atenção: ainda não existem recomendações oficiais de órgãos ligados à segurança alimentar sobre quantidades máximas de ingestão diária de cada espécie de flor comestível. Sendo assim, é melhor não ingerir grandes quantidades.

Flores não comestíveis

Existem flores que são extremamente tóxicas e podem causar problemas graves de saúde e até acarretar em morte. Por isso, não consuma qualquer flor encontrada na natureza. A seguir, algumas flores tóxicas comumente cultivadas no Brasil para ornamentação:

  • antúrio;
  • amarilis;
  • azaleia;
  • beladona;
  • bico-de-papagaio;
  • copo-de-leite;
  • estrelítzia;
  • hortênsia;
  • lantana;
  • maravilha;
  • narciso;
  • peônia;
  • petúnia;
  • violeta africana;
  • entre outras.

Além disso, também não consuma as flores comercializadas para fins ornamentais, pois geralmente são submetidas a tratamentos químicos após a colheita para aumentar a sua durabilidade e protegê-la de patógenos.

Busque sempre adquirir as flores comestíveis em locais idôneos, tradicionais no cultivo desse tipo de alimento. Outra alternativa é a produção caseira dessas espécies. Entretanto, estude-as a fundo para não confundir com plantas similares e certifique-se de quais partes podem ser ingeridas.

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