O pêssego é um belo e aromático fruto, conhecido por sua casca aveludada e um sabor diferenciado. Além do consumo in natura, tem várias utilidades culinárias e, como inúmeras outras frutas, também traz muitos benefícios ao nosso organismo, em virtude de suas vitaminas.
No entanto, nem sempre é fácil encontrar pêssegos frescos e suculentos em mercados e feiras. Por isso, que tal plantá-los em sua propriedade, formando um pomar diferenciado, ou mesmo ter um pé no quintal de sua casa e colher esses frutos fresquinhos?
Neste artigo iremos apresentar todos os detalhes de como plantar e cultivar pêssego, de maneira simples e eficiente. Confira!
Origem e exigências do pêssego
O pêssego (Prunus persica) é um fruto originário da China, cultivado em zonas temperadas e subtropicais em todo o mundo. Esse fruto foi trazido às Américas durante o período da colonização e, no Brasil, se adaptou melhor na região Sul do país e em áreas montanhosas do Sudeste, devido às temperaturas desses locais.
De acordo com a Embrapa, a maioria das cultivares de pessegueiro precisa de 600 a 1000 horas de frio (abaixo de 7,2ºC) para florescer e enfolhar normalmente. Outras variedades exigem menos, em torno de 100 horas para, assim, atingir um bom desenvolvimento.
Dessa maneira, se você não mora no Rio Grande do Sul, Santa Catarina ou Paraná, onde predomina temperaturas mais frias, a alternativa é fazer o plantio em áreas montanhosas, onde normalmente ocorrem baixas temperaturas em determinadas épocas do ano.
Porém, fique tranquilo: foram feitas muitas pesquisas nos últimos 50 anos que resultaram em variedades que permitem o plantio em regiões com temperaturas mais elevadas.
Leia também: Caju: aprenda como plantar e quais seus benefícios.
Como plantar pêssego
Tendo essas condições que citamos acima e buscando informações sobre essas novas variedades que se adaptam melhor às temperaturas mais elevadas, o plantio passa a ser tarefa relativamente simples, semelhante a outros frutos.
Com relação ao solo, o pessegueiro prefere aqueles com boa drenagem, isto é, que não haja grande acúmulo de água. O ideal é ter um solo profundo e permeável, com uma boa adubação.
Se possível, faça uma análise de solo antes do plantio, neutralizando a acidez com calcário, três meses antes de iniciar o cultivo. Em seguida, utilize duas fontes de fósforo, ou seja, de liberação lenta (exemplo: ureia) e rápida.
Normalmente o plantio ocorre por meio de mudas. As covas devem ter 60 x 60 x 60, devendo ser adubadas antes do plantio. Faça uma leira com pelo menos 20 centímetros de altura, com o fim de evitar erosões.
No vídeo, confira outras dicas de como preparar o solo para o plantio de mudas de pêssego:
Como plantar semente de pêssego em vaso
Depois de saborear a fruta, para obter a semente é preciso retirar o caroço, ou seja, a casca dura que a protege. Se ficar difícil abrir com as mãos, use uma faca ou alicate, tomando o cuidado para não danificar a semente.
É importante colocar mais de uma semente porque nem sempre todas irão germinar. Coloque-as – afastadas uma das outras – em um pote com uma folha de papel toalha úmida no fundo. Em seguida, cubra com outra folha. O pote deve ser levado à geladeira, por um período de 5 a 30 dias, sempre com o cuidado das folhas permanecem úmidas.
Após as sementes germinarem e desenvolverem raízes de cerca de 2 cm, é hora de plantar. O tamanho do vaso deve ser de pelo menos 50 litros, colocando um substrato bastante rico em nutrientes e com uma boa drenagem. Dica: faça furos no fundo do vaso e use pedras ou cascas visando facilitar a saída do excesso de água.
Depois, plante a semente germinada, enterrando as raízes com cuidado e mantendo a parte da semente exposta. Então é só esperar: o pessegueiro começa a produzir dentro de dois anos.
Confira também: Frutíferas em vasos. Como cultivar?
Cultivo do pessegueiro
Feito o plantio, a partir daí é cuidar do pessegueiro. O ciclo de vida do pé de pêssego é formado basicamente por duas fases distintas: a vegetativa e a dormência (repouso).
A fase vegetativa é o momento em que saem as folhas, galhos e as flores, das quais vão nascer os frutos. Ocorre normalmente após o inverno e se prolonga até a colheita.
Nesse período, o pessegueiro precisa de temperaturas mais elevadas durante o dia e mais frias durante a noite, principalmente próximo ao ponto de colheita, pois assim, os frutos produzidos apresentarão maior teor de açúcar e serão de coloração bem atrativa.
Na fase de dormência, as plantas se preparam às condições de inverno. É justamente nesse período que as gemas vegetativas (darão origem aos novos galhos e folhas) e as gemas floríferas (darão origem às flores) se formarão completamente.
As podas ocorrem nesse período, sendo em junho nas regiões quentes e, entre junho – julho nos climas mais frios.
O tempo de espera para colher os frutos pode depender da espécie escolhida, mas geralmente não ultrapassa dois anos. O ponto de colheita depende da variedade, mas normalmente ocorre quando estiver com uma coloração mais rosada ou alaranjada e apresentando leve maciez da polpa.
Cuidado com doenças
A exemplo das demais plantas frutíferas, os produtores de pêssegos devem ficar atentos à ocorrência de doenças. A principal delas é a bacteriose, que afeta folhas, ramos e frutos, onde aparecem manchas aquosas, podendo sofrer rachaduras com o crescimento.
Entre as medidas preventivas contra a bacteriose, sempre procure optar por mudas sadias. Se a doença atingir a planta, aí será feito o controle químico com produtos a base de cobre. As épocas de aplicação dependem de cada região.
Outro detalhe importante é que o produtor deve retirar de imediato todas os frutos apodrecidos ou atingidos por fungos. Assim, evitará que os demais adoeçam.
Veja também: Amora: confira como plantar e seus benefícios.
Benefícios do pêssego à nossa saúde
Conforme citamos no começo do artigo, o pêssego traz muitos benefícios à nossa saúde. Como possui alto teor de fibras e água, é um ótimo alimento às pessoas que estão precisando perder peso, porque ajuda a prolongar a saciedade e diminuir a fome ao longo do dia.
Mas, não é só isso. O pêssego possui boa quantidade de betacaroteno (fonte abundante de vitamina A natural), vitamina C e ácido clorogênico, que ajuda no controle do colesterol. Além de compostos que ajudam no combate aos radicais livres, prevenindo doenças como diabetes, câncer, infarto e aterosclerose.
No consumo in natura o ideal é aproveitar a casca, de modo a ingerir todos os seus nutrientes. Também pode ser usado em muitas receitas como chás, bolos, tortas, mousses e até bebidas, na forma de vitaminas refrescantes.
O pêssego está na lista dos frutos de baixa durabilidade, isto é, deve ser conservado no refrigerador, dentro de embalagens plásticas limpas. Uma dica: ele só deve ser higienizado no momento de ser consumido, com o fim de evitar que a umidade possa acelerar o seu processo de deterioração.
E então, gostou de saber mais sobre o pêssego? Aproveite e acesse também o nosso post sobre o plantio e cultivo do melão. Boa leitura!