Sabe-se que os solos brasileiros são pobres nutricionalmente devido ao alto grau de intemperismo sofrido devido ao clima tropical. Desse modo, é imprescindível a realização da adubação para a obtenção de altas produtividades.
As leis da adubação e/ou fertilidade foram criadas para auxiliar os produtores no planejamento da lavoura na questão nutricional. Cada lei tem seus princípios, que podem e devem ser utilizados conforme seu solo necessita.
Para conhecer e saber mais sobre cada uma destas leis, confira este artigo!
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O que são leis da adubação e/ou fertilidade do solo?
A adubação é um assunto indiscutível quando se trata de agricultura, independentemente do tipo, ou seja, adubação orgânica ou mineral.
Todo produtor sabe que para obter boa produção é necessário realizar a adubação do solo, e é preciso suplementar essa adubação com aplicação de nutrientes à lanço.
Entretanto, o solo não funciona da mesma maneira em todos os cenários e todos os anos. Diversos são os fatores que influenciam na sua dinâmica, principalmente na dos nutrientes dentro deste.
Perdas de nutrientes por lixiviação, erosão, complexação, imobilização, fixação, volatilização e o próprio uso das plantas, seja cultivada ou plantas daninhas.
Para entender, ou buscar formas de utilizar o fertilizante correto, no momento ideal e na quantidade adequada, foram criadas leis da adubação.
São três leis fundamentais e duas leis derivadas:
- Lei do mínimo – fundamental;
- Lei dos incrementos decrescentes – derivada;
- Lei da Interação – derivada;
- Lei do máximo – fundamental;
- Lei da restituição – fundamental.
Com o estudo, entendimento e aplicação destas leis, busca-se utilizar de forma racional os nutrientes no solo, a fim de equilibrar e balancear a adubação para todas as culturas.
Abaixo vamos explicar o que cada lei preconiza.
Lei do mínimo ou lei de Liebig
A lei do mínimo também conhecida por lei de Liebig associa o crescimento do vegetal com os nutrientes presentes no solo, principalmente por aquele que está presente no solo em menor proporção.
Esta lei diz que se houver um nutriente em quantidade inferior ao que a planta precisa, seu crescimento será limitado, mesmo que todos os outros estejam na quantidade ideal.
Como representação gráfica muito conhecida por esta lei, é utilizado o barril, as madeiras que o compõem representam os nutrientes, e se há algum nutriente abaixo do requerido, já ocorre perda de produção.
Considerando os solos brasileiros que sofrem com intemperismo, muitos nutrientes apresentam falta e devem ser suplementados por meio da adubação.
Porém, o que esta lei mostra é que mesmo utilizando aplicação em grande quantidade de nitrogênio (N) e fósforo (P), se o nutriente que está limitando a produção for o potássio (K) e este não for aplicado na quantidade correta, não ocorrerá aumento de produção mesmo com mais aplicação de N e P.
Ou seja, ocorrerá gasto de dinheiro na adubação sem que haja acréscimo da produção.
Entendendo a lei do mínimo, pode-se dizer que para saber quais nutrientes são limitantes na produção é preciso fazer análise de solo e foliar.
Com os resultados obtidos destas análises é possível saber quais nutrientes estão em falta e a quantidade que será necessário aplicar para que este não seja um fator que limite a produção.
Assim, com a aplicação na dosagem correta do nutriente limitante para suprir a necessidade da planta, ocorre aumento de produção, porém haverá outro fator que será o limitante da produção, e assim por diante.
Lei de Mitscherlich ou dos incrementos decrescentes
A lei dos incrementos decrescentes vai em complementação a lei do mínimo, pois ela, em resumo, diz que se um nutriente que está limitando a produção for aplicado em doses maiores resultará em aumento de produtividade até que este nutriente deixe de se tornar limitante, não havendo mais aumento de produção.
Em suma, quando se adiciona ao solo doses crescentes de um nutriente, os incrementos de produção são cada vez menores, até se estagnar, como pode ser observado na figura abaixo.
No primeiro momento da dose 0 para dose 1, haverá aumento da dose e aumento da produção, gerando maior lucro.
De D1 a D2 a dosagem aumenta, porém a produção fica estagnada, neste momento há maior gasto com fertilizante sem ter aumento de produção, reduzindo o lucro.
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Lei da interação
Outra lei advinda da lei do mínimo é a lei da interação, onde ela considera a interação dos fatores de produção.
Ou seja, esta lei considera que os fatores, seja nutriente, água, matéria orgânica, plantas daninhas, entre outros, agem de forma conjunta, havendo sinergismo ou antagonismo da junção dos fatores.
Com isso, não basta estudar cada fator isolado, deve ver o conjunto deles presente na área e assim obter melhores resultados.
Um exemplo dessa interação seria a realização da calagem, que aumenta o pH do solo. Com o seu uso, vários nutrientes se tornam disponíveis para as plantas, do mesmo modo, como outros apresentam redução.
Lei do máximo
A lei do máximo diz que o excesso de nutriente é prejudicial para a produção, pois prejudica a planta, seja diretamente ou indiretamente, por interferir na absorção de outros nutrientes.
Seguindo a figura, o que for aplicado acima da dose 2 estará prejudicando a planta pelo excesso do nutriente, levando a redução de produção e de rentabilidade, essa seria a representação da lei do máximo.
O importante de saber esta lei, é que por meio de análise foliar e de solo é possível ver quais nutrientes estão acima do recomendado, e evitar seu uso para que o solo entre em equilíbrio.
Lei da restituição
O princípio da lei da restituição está em devolver para o solo os nutrientes que foram absorvidos e exportados pelas plantas durante sua produção e colheita, assim como aqueles nutrientes que são perdidos por erosão, lixiviação, complexação, imobilização, fixação e volatilização.
Em suma, é a restituição dos nutrientes que não foram reciclados no solo após um cultivo.
Para que a fertilidade do solo seja mantida, é preciso que os nutrientes perdidos sejam repostos, mas essa lei deve ser aplicada somente após o solo estar em equilíbrio nutricional, sendo necessária a correção do solo, aplicando o que está em falta e equilibrando o que está em excesso.
Assim, após o solo estar adequado, após cada cultivo é possível utilizar a lei da restituição.
Conclusão
Neste artigo explicamos as principais leis da adubação/fertilidade do solo e seus princípios.
Todas as leis têm como objetivo fundamental manter e/ou obter um solo que seja equilibrado nutricionalmente, para que a produção não reduza com o tempo.
A aplicação destas leis no cotidiano às vezes não é simples, e muitas vezes no planejamento da lavoura deve-se aplicar mais de uma lei para que possa suprir as necessidades das plantas.
Sendo assim, é importante conhecer seu solo, para isso deve ser realizado as análises de solo e foliar com frequência, somente assim conseguirá ter um solo que forneça os nutrientes adequados para sua lavoura.
Até mais!
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