Há algum tempo que o tema seleção genética é discutido e o acordo, em torno dessa discussão, é de difícil solução.
Deixando de lado a opinião pessoal sobre qual o melhor modelo para se trabalhar a seleção genética, principalmente a bovina, suscito aqui alguns pontos visando avivar os ânimos, sem se perder a calma.
Os primórdios da seleção zebuína, e aqui me permito a referência à raça com maior representatividade nos dias atuais, o nelore, deixaram muitos representantes, que até hoje fazem parte do cotidiano de alguns, com grande sucesso.
Importância da seleção genética
Antes de mais nada, cabe esclarecer que toda raça tem um padrão pré-estabelecido para que se tenha referência e regras. Isso ocorre quando se for registrar um animal e dizer que o mesmo é um “representante legítimo” de determinada raça.
Um reprodutor, quanto mais puro for, terá uma prepotência indubitável em relação ao rebanho em que estiver trabalhando, como é o caso da raça nelore. Promove, assim, uma padronização de seus descendentes independentemente das fêmeas que forem usadas.
Pois bem, desde que os primeiros exemplares da raça nelore chegaram ao Brasil, começou-se a seleção. Tanto por avaliação visual quanto por números (análise de desempenho – habilidade materna, docilidade, precocidade, etc.).
Claro que não era possível se usar os números da forma que usamos hoje, com planilhas e recursos de programas de computadores.
A seleção, através do olho, foi que permitiu que se criassem as regras no sentido de que determinadas características fossem da raça nelore.
Dessa maneira, os animais, sem as mesmas, seriam excluídos. Ressalvando-se aí algumas variações chamadas de permissíveis já que não existe animal perfeito.
Evolução das avaliações genéticas
Algumas décadas depois, chegaram as avaliações baseadas em DEP (diferencial esperado na progênie) que seria o que os filhos podem ter melhor que os pais, provando assim uma evolução e a fixação de características de maneira certeira.
Um pouco depois as avaliações passaram, através de coleta de dados e fórmulas tentar saber os resultados preditivos que vão determinar os melhores animais.
Esse tipo de avaliação é feito há muitos anos em raças, como aberdeen angus e holstein (holandês), com bastante assertividade uma vez que a seleção vem de séculos. Isso permite padronização e estabilidade genética suficientes e, dessa maneira, ter mais certeza no trabalho com os números.
Antes de mais nada, acredito que precisamos ter uma padronização e adquirir uma estabilidade genética no nelore. Após esse trabalho, usar as ferramentas complementares de seleção e, com isso, fazer o melhoramento genético real.
Abrimos, assim, uma discussão de importância e de prioridades sem desmerecer nenhum segmento. Mas, dando uma ordem cronológica e lógica para a evolução.
Por falar em gado de corte, confira também nosso artigo sobre esta atividade que está presente em todos os estados brasileiros. Boa leitura!
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