Os produtores de café de boa parte do país estão em plena colheita que em muitos casos vai até o final de agosto. O Brasil é o maior produtor mundial, respondendo por mais de 30% da safra mundial.
Mas, enquanto a atenção da maioria está voltada à essa etapa da lavoura, pesquisadores da Embrapa estão preocupados com as condições das lavouras “pós-colheita”.
É que normalmente o café no Brasil é plantado em áreas de solos de baixa a média fertilidade.
Dessa forma, os cafeicultores precisam buscar formas eficientes para a correção da acidez e adubação dos solos de suas lavouras, como forma de garantir os nutrientes necessários às plantas e permanência da alta produtividade.
A análise do solo é recomendada principalmente em lavouras que tiveram alta produtividade e, dessa forma, as plantas absorveram grande quantidade de nutrientes do solo.
Com o fornecimento equilibrado de nutrientes, as plantas terão crescimento e desenvolvimento suficientes para a produção de frutos e, consequentemente, grãos de cafés para a próxima safra.
Fertilidade do solo
O Consórcio Pesquisa Café recomenda a importância do cafeicultor faça o reconhecimento para garantir uma planta com maior fornecimento de nutrientes equilibrados, que resultam em um crescimento e desenvolvimento positivo para a produção de frutos.
De acordo com a Embrapa, os fatores que influenciam a retirada de nutrientes do solo pelas plantas estão relacionadas a fertilidade do próprio solo, as variedades de café, as formas de relevo e aos diferentes tipos de solo. Tudo isso pode influenciar na chamada “exaustão dos nutrientes” pelas plantas.
Dessa forma, o cafeicultor precisa enviar amostras de solo para laboratórios, para avaliação da fertilidade e também interpretação dos resultados das análises pelos agrônomos.
Uma das principais medidas deverá ser a correção da acidez através da aplicação de calcário (calagem) que, quando necessária, deverá ser realizada antes da adubação.
Do mesmo modo, a correção do alumínio em subsuperfície deverá ser feita após a calagem com a aplicação do gesso agrícola.
Adubação do cafeeiro
O Consórcio observa que o fornecimento de nutrientes para as plantas de café ocorre por meio da adubação via solo, aumentando a sua fertilidade.
Isso ocorre em dois períodos em que o cafeicultor deve estar atento. O primeiro deles, de agosto a dezembro, quando as plantas de café estão em crescimento vegetativo e, após as primeiras chuvas (setembro-outubro) quando emitem a florada.
A segunda etapa ocorre de janeiro a março, período em que há maior necessidade de nutrientes para a granação dos frutos.
Dependendo da avaliação do estado nutricional das plantas, o cafeicultor deve estar atento também quanto a necessidade de adubações foliares para complementar os teores de nutrientes exigidos pelas plantas que não foram supridos pela adubação via solo.
O período indicado para as adubações foliares ocorrem entre os meses de dezembro, e de janeiro a março.
A dosagem dos nutrientes essenciais para fertilidade do solo e desenvolvimento do cafeeiro, como Nitrogênio, Fósforo, Potássio, Cálcio, Magnésio, Enxofre, Ferro, Manganês, Zinco, Boro e Cobre, varia de acordo com a variedade de café seja na fase de muda ou por ocasião do plantio.
No caso de lavoura já formada, essa dosagem vai depender das fases da cultura no campo: florada e expansão dos frutos, granação dos frutos e maturação dos frutos.
Produção cafeeira
Desde a sua introdução em solo brasileiro, em 1727, o café foi o maior gerador de riquezas e o produto mais importante da história nacional.
O país é o maior exportador mundial e, desa forma, importante gerador de divisas. Na safra 2019/2020, o país exportou 39,9 milhões de sacas de 60 quilos.
O resultado, apesar de ser 3,6% menor do que o registrado na safra anterior (41,4 milhões de sacas), representa o segundo maior volume histórico de exportações brasileiras de café.
Já a safra brasileira de café deste ano está estimada entre 57,2 e 62 milhões de sacas, de acordo com o último levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB).
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