A adubação é a principal forma de fornecer os nutrientes que as plantas precisam para se desenvolverem, crescerem e se reproduzirem.
De modo geral, tem-se três tipos de adubação, a de base, que é a realizada na semeadura, a de cobertura, realizada durante o desenvolvimento da cultura, e a adubação foliar.
Neste texto vamos falar a respeito da adubação foliar, entender o que significa, sua importância, quando deve ser realizada e mais, venha conferir!
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Importância da adubação foliar
A adubação foliar consiste em fornecer nutrientes para as plantas após a cultura já estar estabelecida em campo. Os nutrientes são fornecidos para as plantas por meio da mistura com solução aquosa, ou seja, na pulverização, como é feito com herbicidas, inseticidas e fungicidas.
Portanto, a assimilação dos nutrientes é feita pelas folhas, ao contrário da adubação de base e da adubação de cobertura, onde os nutrientes são jogados ao solo e sua assimilação é pelas raízes das plantas.
Pela adubação via foliar, a disponibilização dos nutrientes para as plantas é mais rápida em comparação com via solo, por isso é preciso que a adubação foliar seja realizada no momento correto em que a planta mais demandar o nutriente que está sendo aplicado.
Entretanto, as quantidades de nutrientes absorvidos pelas folhas é bem menor do que as absorvidas pelas raízes, desse modo, a adubação foliar não visa substituir a adubação via solo, e sim complementá-la.
Muitas vezes, ao fornecer nutrientes via solo, parte deles não são aproveitados pelas plantas devido a perda que ocorre por: volatilização, lixiviação, erosão, nitrificação, adsorção, entre outros.
Assim, nem todo nutriente aplicado é absorvido, com isso, as plantas podem vir a necessitar destes nutrientes no decorrer do seu crescimento. Neste momento entra a adubação foliar.
Quais nutrientes são mais aplicados via foliar e quando aplicar?
Os macronutrientes são aqueles que as plantas necessitam em maiores quantidades, como nitrogênio (N), fósforo (P) e potássio (K). Estes, devido a quantidade requerida ser na ordem de kg/ha, são fornecidos principalmente via solo.
Entretanto, já há estudos que mostram que pequenas doses desses nutrientes aplicados via foliar no momento que as plantas mais necessitam trazem incremento de produção por complementar a quantidade já absorvida via solo.
Já os micronutrientes são requeridos em quantidades menores em comparação com os macros, mas sua deficiência acarreta em perdas de produção, necessitando fornecimento.
Os principais micronutrientes aplicados nas culturas são manganês (Mn), cobre (Cu), zinco (Zn), molibdênio (Mo) e boro (B).
Pela quantidade ser menor, na ordem de g/ha, são mais comuns de serem utilizados na adubação via foliar.
Para saber a época ideal para aplicação é importante ter alguns conhecimentos, como:
- necessidade nutricional da cultura que será produzida;
- quantidade de nutrientes disponíveis no solo (análise de solo);
- quantidade de nutrientes que a planta absorveu (análise foliar).
A análise de solo deve ser realizada antes de semear a cultura, para saber quais os nutrientes presentes no solo e sua quantidade. É importante realizar a análise para macro e micronutrientes.
Já a análise foliar deve ser realizada para verificar se os nutrientes estão sendo absorvidos pelas plantas nas quantidades requeridas.
Sua avaliação pode buscar corrigir a deficiência de algum nutriente ainda para a cultura em campo. Caso o momento de maior necessidade do nutriente em falta já tenha passado, a avaliação vai servir para planejar sua aplicação na próxima safra.
O que influencia na adubação foliar?
A aplicação de nutrientes via foliar, assim como a via solo, deve ser realizada com atenção para evitar perdas dos nutrientes aplicados. Como a adubação foliar é feita via pulverização, os mesmos cuidados ao se realizar uma aplicação de fungicida, inseticida e herbicida devem ser tomados quando aplicados os nutrientes. Para saber mais, confira nosso artigo sobre como realizar uma pulverização de qualidade.
Desse modo, fatores climáticos são de grande importância no momento da aplicação, como por exemplo a temperatura, que deve estar entre 22ºC a 30ºC. Temperaturas altas, além de causar perdas por evaporação, deixam as plantas menos propensas a absorver os nutrientes. A umidade do ar também tem que ser adequada, acima de 50%.
As plantas também têm fatores que devem ser levados em consideração, como: a estrutura da folha, idade da folha e saúde foliar, que diz respeito a hidratação da folha. Se faz tempo que não chove, as plantas tendem a fechar os estômatos evitando perda de água, assim, aplicações com folhas desidratadas levam a uma menor absorção dos nutrientes aplicados.
Além do clima e da planta, os nutrientes aplicados devem ser levados em consideração. Muitas vezes a adubação foliar é realizada junto com aplicação de algum produto via foliar. É importante saber se não ocorrerá interação negativa com a mistura no tanque. Outra interação que deve ser levada em consideração é se for utilizar a aplicação de dois nutrientes via foliar ao mesmo tempo, verificando o sinergismo dos mesmos.
A mobilidade do nutriente aplicado é outro fator de interferência, pois se o nutriente é móvel dentro da planta, ele consegue se translocar para onde há necessidade, porém se ele for imóvel, a aplicação deve ser ainda mais precisa na época adequada para que ele tenha maior aproveitamento.
Estes são apenas alguns dos fatores que são importantes, na tabela abaixo estão listados todos que interferem na eficiência da aplicação foliar, e que devem ser considerados.
Como visto acima, são muitos fatores que devem ser levados em consideração, por isso, para programar uma adubação foliar conte sempre com o auxílio do seu agrônomo, ele te fornecerá informações como: o uso de uso de umectantes e espalhantes ideias para estas aplicações, bico a ser utilizado, preparo da calda, e mais informaçõe que te ajudará a evitar perdas e ter maior assertividade na operação.
Vantagens e desvantagens da adubação foliar
A aplicação de nutrientes via foliar apresenta vantagens e desvantagens que devem ser consideradas antes de planejar a adubação.
Como vantagens pode-se citar:
- Absorção e utilização dos nutrientes mais rapidamente em comparação com adubação via solo;
- Suprir falta de nutrientes das plantas quando já instaladas em campo;
- Aplicação no estádio de maior necessidade do nutriente;
- Maior uniformidade de distribuição dentro do dossel das plantas, em comparação com aplicação de fertilizantes granulados;
- Melhor distribuição de micronutrientes para as plantas, visto que são requeridos em poucas quantidades;
- Possibilidade de ser realizada junto com pulverização programada na lavoura.
Já as desvantagens são:
- Baixo efeito residual dos nutrientes;
- Nutrientes que precisam de grandes dosagens devem ser aplicados de forma parcelada, podendo ocorrer aumento o custo se não associado à pulverização com outros produtos;
- Pode ocorrer queima das folhas se a dosagem ou a utilização do produto não for adequada;
- Pode haver incompatibilidade com outros produtos.
Veja também: Causas e consequências da fitotoxicidade nas culturas agrícolas
Conclusão
A adubação foliar não substitui a adubação via solo, ela é uma ótima opção para complementar a nutrição da lavoura, levando ao incremento de produtividade.
Os principais nutrientes aplicados via foliar são os micronutrientes, mas é possível aplicar pequenas doses de suplementação de macronutrientes também.
Os efeitos positivos da adubação foliar só serão vistos se levar em consideração os fatores que interferem na aplicação.
É importante conhecer as necessidades nutricionais da cultura a ser implantada, para aplicar no momento ideal o adubo foliar.
Todas as práticas agrícolas têm vantagens e desvantagens, entretanto, considerando os fatores que influenciam na eficácia da adubação foliar, fazendo aplicação correta e no momento ideal, as plantas ficaram mais bem nutridas, o que irá refletir na produção.
Espero que este artigo tenha fornecido informações úteis para você.
Gostou do artigo? Aproveite e acesse também nosso post sobre adubação verde. Boa leitura!
