Os produtores rurais brasileiros passam a contar com uma nova tecnologia para aumentar a produtividade das lavouras. Além das análises químicas e físicas, a partir de agora é possível fazer também a análise biológica do solo.
Em artigos anteriores, mostramos que, em virtude desse solo pobre em nutrientes, o agricultor precisa utilizar técnicas para potencializar a produção antes mesmo de depositar a semente, como calagem e gessagem.
Mas, sem uma análise mais detalhada desse solo não é possível definir com segurança quais são esses nutrientes que estão faltando e a quantidade de produtos para sua reposição. Portanto, com esse avanço tecnológico, realizado pela Embrapa, será um grande benefício. Boa leitura!
Condições do solo brasileiro
O território brasileiro se caracteriza por uma grande diversidade de tipos de solos, com diferentes formas e tipos de relevo, clima, material de origem e vegetação. Em se tratando da atividade agrícola, a grande maioria das áreas destinadas ao plantio no Brasil é ácida e pobre em nutrientes para o crescimento das principais culturas.
Assim, a fertilidade natural dos solos é baixa e não há reservas de nutrientes suficientes para sustentar produtividades ótimas destas culturas. Diante dessa situação, os produtores rurais têm que recorrer à aplicação de insumos, como fertilizantes e corretivos, para eliminar as limitações químicas dos solos e atender às exigências nutricionais das culturas.
De acordo com estudos realizados pela Embrapa, embora o Brasil venha atingindo recordes de produtividade de grãos, muitas culturas, principalmente aquelas que se constituem em produtos da cesta básica (milho, feijão, trigo, arroz e mandioca) ainda apresentam produtividades médias muito abaixo do chamado ponto de máximo rendimento econômico.
Outras técnicas também são adotadas para evitar esse empobrecimento do solo, como a “rotação de culturas”, que nada mais é do que alternar o plantio de diversas culturas numa mesma área, de uma safra para outra. Na rotação de culturas, os agricultores plantam uma leguminosa como a soja, por exemplo, e, no ano seguinte, plantam no lugar dela, depois de sua colheita, outra cultura como milho ou algodão.
Análise técnica dos solos
Para saber quais os nutrientes que estão faltando no solo e a quantidade correta os fertilizantes e corretivos, os produtores rurais recorrem às análises química e física, realizadas por laboratórios. Com ela, é possível tomar decisões mais corretas quanto às técnicas de manejo.
Através das análises, é possível conhecer o estado nutricional e o grau de fertilidade em que se encontra determinada área, ajudando no planejamento da implantação e manutenção de culturas agrícolas, recomendando a correção com calcário ou adubação. E, por último, tem relação direta com a economia, pois evita gastos exorbitantes, muitas vezes desnecessários, ajudando a manter a boa produtividade do solo ao longo dos anos.
Dessa forma, a análise de solo é destinada para contribuir com:
- Indicação dos níveis de nutrientes presentes no solo, possibilitando o desenvolvimento de um programa de calagem e adubação mais eficientes;
- Proporcionar de forma regular o monitoramento e a avaliação de mudanças dos nutrientes no solo, possibilitando, por consequência, aumentar a intensidade de cultivo de forma sustentável.
Análise biológica do solo
A partir de agora, além das análises químicas e físicas, os produtores rurais e consultores agrícolas passam a contar com informações técnicas sobre funcionamento biológico do solo que, até então, passavam despercebidas nas análises de fertilidade, mas que podem impactar o desempenho econômico das lavouras e a sustentabilidade dos agroecossistemas.
A análise biológica, chamada de BioAS, foi desenvolvida pela Embrapa. Era a peça que faltava para melhor compreensão do potencial produtivo desse recurso natural, já que a biologia é a base da saúde do solo.
A análise biológica consiste em avaliar duas enzimas (beta-glicosidase e arilsulfatase) que estão relacionadas ao potencial produtivo e à sustentabilidade do uso do solo. Elas estão associadas, respectivamente, aos ciclos do carbono e do enxofre e funcionam como bioindicadores da saúde do solo.
Quantidades elevadas desses bioindicadores indicam sistemas de produção ou práticas de manejo do solo adequadas e sustentáveis. Por outro lado, valores baixos servem de alerta para o agricultor reavaliar o sistema de produção e adotar boas práticas de manejo.
Confira mais informações:
- A análise biológica proporciona um diagnóstico mais completo e consegue detectar diferenças entre solos não percebidas nas análises convencionais.
- Comparada a um “exame de sangue” do solo, BioAS envolve a análise de duas enzimas permitindo antecipar problemas assintomáticos de saúde do solo.
- BioAS inaugura uma forma mais abrangente de avaliação dos solos, indo além das questões sobre deficiência ou excesso de nutrientes.
- Poderá ser usada como indicador agroambiental para avaliar sustentabilidade de sistemas de produção agrícola.
- Capaz de posicionar o agro brasileiro na vanguarda em medições de qualidade e saúde do solo.
No vídeo abaixo, veja como funciona a a análise biológica, a mais nova aliada dos produtores para avaliar a saúde dos solos:
Fonte: Embrapa.
Portanto, o agricultor conta com a análise biológica, um avanço tecnológico para ajudar no aumento da produtividade. Confira também nosso artigo sobre técnicas de preparo de solo para um plantio eficiente.
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