A pecuária de corte, no Brasil, tem alcançado números bastante significativos. Tanto que o país se consolidou como o maior exportador de proteína animal do mundo. Grande parte do sucesso desse mercado se deve ao sistema de engorda a pasto, um dos mais utilizados no país.
Se você deseja investir nessa atividade, é importante saber que a engorda a pasto requer alguns conhecimentos específicos. Neste artigo, você encontrará as principais características desse sistema e poderá tirar suas dúvidas sobre ele.
Engorda a pasto: o que é?
A engorda também pode ser chamada de fase de terminação. Ao longo desse período, o gado deve atingir o peso ideal para adequar-se à comercialização no frigorífico.
Para se ter uma ideia, o ganho de peso numa pastagem (sem suplementação) é ao redor de 600 gramas por dia no verão e de até 150 gramas no inverno, em sistemas bem manejados.
Veja, no vídeo abaixo, um exemplo manejo do gado que um pecuarista está usando com bons resultados: o pastoreio rotativo, ou seja, a pastagem ocorre por piquetes:
Fonte: Samuel Silva dos Santos.
O peso recomendado para abate do gado é entre 450 a 500 kg, variando conforme a raça ou cruzamento realizado. Em virtude disto, o novilho a ser terminado deve pesar cerca de 330 kg se for Nelore puro e 380 kg ou mais, se for mestiço meio sangue, por exemplo.
A definição do peso mínimo é imprescindível para que o animal obtenha o peso de abate dentro do prazo programado para a engorda a pasto que pode acontecer em 18 meses.
Existem vários métodos para alcançar os resultados desejados. No entanto, a maioria dos produtores brasileiros, principalmente os pequenos, aposta na engorda a pasto, que pode ser implementado em propriedades de qualquer tamanho.
De acordo com Valéria Pacheco Batista Euclides, pesquisadora da Embrapa Gado de Corte, a engorda a pasto é uma das responsáveis pela competitividade do Brasil no setor da pecuária, à medida que torna o custo produtivo mais barato, quando comparado ao confinamento, por exemplo, possibilitando uma lucratividade mais alta.
![Gado de corte em área de pastagem.](https://blog4.mfrural.com.br/wp-content/uploads/2020/09/amazonia-gado-1.jpg)
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Fatores que influenciam na engorda a pasto
Para o sucesso da engorda a pasto, é importante que o produtor esteja atento aos diversos aspectos que podem interferir no sistema. A seguir, você encontra alguns dos principais fatores a serem considerados:
• Melhor período para iniciar a engorda a pasto: O melhor período para iniciar a engorda a pasto é o começo da época das águas, período que se inicia entre setembro e outubro e vai até março. Dessa maneira, nos demais meses os animais vão enfrentar um período maior de seca, no qual a qualidade da pastagem é menor.
• Raça ideal: Outro fator que influencia na engorda a pasto é a escolha da raça de gado ideal. Ao selecioná-la, é preciso considerar a resistência dos animais às condições da pastagem: altas temperaturas, umidade elevada e presença de parasitas.
As raças zebuínas se desenvolvem bem no sistema engorda a pasto, principalmente o Nelore, que é a raça mais difundida em todo país. Já as raças europeias não se adaptam bem ao sistema de pastagem.
![Gado Nelore no pasto](https://blog4.mfrural.com.br/wp-content/uploads/2020/09/carne-bovina7.jpg)
• Cuidados com a pastagem: Para que a qualidade do pasto seja ideal, é preciso tomar certos cuidados, como a reposição de nutrientes e o crescimento da planta. Além disso, deve-se respeitar a capacidade de suporte do pasto, relacionada ao tamanho do lote adequado para implementar a engorda a pasto.
• Sanidade e suplementação: Fato conhecido entre a maioria dos produtores é que as pastagens não são capazes de suprir totalmente as exigências do gado. Por isso, uma suplementação adaptada às necessidades dos animais é fundamental para o sucesso da engorda a pasto.
Além disso, o planejamento sanitário deve ser bem definido para garantir a sanidade dos bovinos e evitar parasitas que possam consumir a energia e os nutrientes do gado, prejudicando o ganho de peso.
![Foto aérea de gado de corte no pasto](https://blog4.mfrural.com.br/wp-content/uploads/2020/09/amazonia-gado1-1.jpg)
O pecuarista deve ficar atento também a alguns aspectos importantes, como respeitar o crescimento da forrageira para que a mesma possa se desenvolver adequadamente e, assim, possibilitar ganho de peso desejado ao gado. Além disso, é importante fazer uma análise de solo que vai indicar a quantidade ideal de calagem e adubação das forrageiras, visando a reposição dos nutrientes do solo.
A quantidade de animais na engorda a pasto também é um aspecto muito importante a ser considerado. Isso porque os bovinos possuem hierarquias definidas. Normalmente, 20% dos animais são mais fortes, 70% normais e 10% são mais fracos. Assim, respeitar o tamanho dos lotes por categoria, minimiza disputas. Um lote harmônico expressa melhor o potencial de ganho de peso em toda a fazenda.
Portanto, como citamos neste artigo, a engorda a pasto pode trazer ao produtor diversas vantagens, com tendência à alta lucratividade. Para isso, é necessário atenção, cuidado e conhecimento!
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