O Brasil há muito tempo vem se consolidando como uma grande potência agropecuária. Os números de sua produção só cresceram nos últimos anos e suas estimativas para o futuro são ainda mais animadoras.
Segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a pecuária vai atingir um valor de produção de cerca de R$ 269 bilhões em 2020, um aumento de 10% no Valor Bruto da Produção (VBP) em comparação a 2019.
Todavia, esse sucesso quase inabalável não se criou da noite para o dia. Existe toda uma engrenagem mantendo esse mercado em alta, mesmo em meio a tantas crises.
Assim, com tantos fatores que contribuem para o setor de pecuária, a silagem é um dos assuntos mais comentados entre os produtores rurais brasileiros.
Se você quer saber mais sobre a silagem e quais são as forragens utilizadas em sua produção, fique com a gente e confira tudo isso no artigo a seguir.
O que é forragem?
As forragens, ou forrageiras, são basicamente plantas que podem servir de alimento para animais. Na maioria dos casos, essas plantas são da família das gramíneas ou das leguminosas, podendo-se adicionar uma ou outra família no meio, conforme a necessidade de cada produtor.
Existem vários modos de se oferecer esse tipo alimento aos animais. Um deles é por meio do próprio plantio direto, como é feito com o pasto, e o outro é por meio de uma produção e colheita primária que passa por alguns processos antes de ser oferecida ao rebanho.
É interessante notar que, embora possa ser encontrada em estado puro, a forragem geralmente é um composto de diversas plantas, algumas como a aveia, a alfafa, o capim, o centeio, além de outros farelos vegetais.
Sendo assim, se o manejo do pasto é o responsável por boa parte da eficiência do sistema de produção, quanto maior a qualidade das plantas forrageiras, maior a produtividade por hectare e, consequentemente, maior o retorno.
O que é silagem?
A silagem é o produto da ensilagem, que nada mais é do que um processo biológico de fermentação bacteriana de forrageiras que estão em processo de anaerobiose. Seu uso é destinado, principalmente, para a alimentação de bovinos, substituindo as tradicionais pastagens nos períodos mais difíceis da estiagem.
Alguns dos benéficos da silagem são:
• Produz até 50% nutrientes a mais do que os grãos;
• Grandes quantidades podem ser armazenadas em espaços pequenos;
• Liberação rápida de área, seja para safrinha, seja para formação de pastagem;
• Processo mecanizado;
• Menor dependência das condições climáticas.
Quais as principais forragens utilizadas na silagem?
São inúmeros os tipos de forragens que se podem utilizar em um processo de silagem. Para decidir qual lançar mão, é preciso entender as especificidades da produção, assim como também as necessidades de cada produtor. Por isso, antes de adotar qualquer medida nova, é importante fazer sempre uma boa e responsável avaliação.
No entanto, as principais forragens utilizadas na silagem são as seguintes:
1. Capim elefante (Pennisetum purpureum)
Entre os capins tropicais, o capim elefante é o mais indicado para produção em massa. Fazem parte desse gênero as variedades Mineirão, Cameroon, Taiwan, Napiê e Paraíso. Sua plantação ocorre por meio de mudas (tirando a variedade Paraíso) e sua produção pode chegar a 45 toneladas/corte/hectare.
Além disso, o capim elefante rende até 3 cortes anuais, sendo que o primeiro corte precisa ser realizado por volta de 100 dias depois de ser plantado e os cortes seguintes de 60 a 70 dias depois de rebrotar.
2. Cynodon SP
As principais espécies de forrageiras desse gênero são Rhodes, Coast-Cross e Tifton 68. As principais características desse gênero são o alto valor nutritivo, a possibilidade de se realizar vários cortes e a produção de cerca de 18 toneladas/corte/hectare.
A plantação dessa forrageira também se faz através de transplante de mudas e o seu corte se faz necessário de 30 em 30 dias, exceto no período chuvoso que a poda fica restrita a 5 cortes por ano e com menor produção.
3. Panicum maximun
Tanzânia, Mombaça, Colonião e Tobiatã são as principais forrageiras que fazem parte desse gênero. Assim como as anteriores, a Panicum maximun possui uma excelente produção em massa e, diferentemente do que foi apresentado até aqui, a sua implementação se dá por meio de sementes.
Essa incrível forrageira também pode produzir por volta de 25 a 40 toneladas/corte/hectare, com uma estimativa de até 4 cortes por ano. É importante destacar que, no caso desse gênero, é preciso estar atento ao prazo de corte, que é mais ou menos em torno de 80 a 90 dias após o plantio. Depois do rebrote, recomenda-se um corte a cada 45 ou 55 dias.
4. Cana-de-açúcar
A cana-de-açúcar é uma das culturas mais antigas do mundo a ser utilizada pelo homem. Só como alimento de animais, essa forrageira tem por volta de mais de um século de história.
Algumas de suas inúmeras qualidades são o seu altíssimo valor energético e sua elevada capacidade de produção, algo que pode chegar a impressionantes 70 toneladas/hectare/ano.
5. Brachiaria sp
O gênero Brachiaria sp tem uma fácil propagação no ambiente e é capaz de produzir algo em torno de 20 a 30 toneladas/corte/hectare, sendo que o primeiro corte deve ser realizado 70 dias após o seu plantio e os cortes subsequentes de 25 a 45 dias.
Brachiaria, Brachiaria decumbens, Braquiarão, Brachiaria ruiziensis e Brachiaria humidicola são as principais forrageiras do gênero.
6. Milho, milheto, girassol e sorgo
Esse composto é um dos mais utilizados e queridos pelos produtores rurais Brasil afora. Além de ser uma silagem de alta qualidade, a mistura dessas culturas oferece uma boa digestibilidade e um valor energético de grande valor.
A matéria seca e a produção respectiva de cada um são:
• Milho: matéria seca de 32% a 35%e produtividade de 30 toneladas/hectare;
• Milheto: matéria seca em torno de 30%, produtividade entre 25 a 30 toneladas/hectare;
• Girassol: matéria seca de 30% e produtividade de 30 toneladas/hectare;
• Sorgo: matéria seca de 30% a 33% e produtividade entre 35 e 40 toneladas /hectare.
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