O gengibre (Zingiber officinale Roscoe) é uma planta originária do sudeste asiático, muito utilizada como especiaria na culinária oriental, e que vem sendo cada vez mais difundida não só pelo seu sabor único, mas também pelos benefícios que proporciona ao corpo humano.
Também chamada de mangarataia, essa espécie que chegou ao Brasil com os colonizadores portugueses pode ser consumida fresca, seca, em conserva ou cristalizada. É utilizada no quentão da festa junina, para fazer biscoitos natalinos e também em marinadas para frango, peixe e porco, como ingrediente em molhos para saladas, compotas, sucos e até cerveja.
Nesse artigo, vamos falar sobre os benefícios do consumo de gengibre e também te ensinar como plantá-lo, seja em vaso ou na terra. Acompanhe!
Benefícios do gengibre
Você já deve ter se deparado por aí com receitas de sucos contendo gengibre, que prometem ajudar no emagrecimento. Isso porque o gengibre tem efeito termogênico, ou seja, faz aumentar a temperatura do corpo, o que resulta em maior gasto de calorias.
Outra receita conhecida é o chá de gengibre, indicado para quadros de gripes, tosses ou resfriados, pois tem ação descongestionante, expectorante e analgésica.
Por falar em ação analgésica, o gengibre também pode ser usado para aliviar cólicas menstruais e dores musculares. Além disso, possui ação anti-inflamatória, o que o torna útil para amenizar os sintomas de dores nas articulações, como a artrite. Inclusive, seu óleo pode ser usado para massagens na coluna e articulações.
O gengibre também atua na digestão, ajudando o pâncreas a funcionar melhor e gerar enzimas que facilitam a absorção de nutrientes. Também age relaxando o sistema gastrointestinal, o que auxilia na prevenção de náuseas e no esvaziamento do estômago, para pessoas que sofrem de dispepsia.
Ajuda também no combate à bactéria Helicobacter pylori, principal causadora de gastrite e úlceras estomacais, e na prevenção de câncer cólon-retal. Além disso, colabora com a melhora na secreção de insulina, diminuindo o açúcar do sangue, ajudando no controle da diabetes tipo 2.
A pressão arterial também é beneficiada com a ingestão do gengibre. Ele atua como vasodilatador e inibe a formação de placas de gordura nos vasos, favorecendo a circulação.
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Efeitos colaterais do consumo de gengibre
Embora o gengibre proporcione uma série de benefícios ao organismo, em alguns casos o seu consumo pode ser contraindicado.
Pessoas que fazem uso de remédios anticoagulantes devem evitá-lo, pois aumenta o risco de hemorragias. Quem tem diabetes e pressão alta pode consumir apenas mediante acompanhamento médico, pois a ingestão pode causar hipoglicemia e hipotensão, respectivamente.
Grávidas podem utilizar na alimentação no máximo 1g de gengibre por kg de seu peso, para alívio dos enjôos da gestação.
Ademais, o consumo em excesso deve ser evitado por todos, uma vez que pode acarretar em dores no estômago e sonolência.
Como plantar gengibre
O gengibre é uma planta herbácea, perene, que se adapta a climas tropicais e subtropicais. Ou seja, ele gosta de climas quentes (preferencialmente de temperaturas entre 25 ºC e 30 ºC, mas aceita o cultivo entre 17 ºC e 35 ºC) e úmidos, necessitando de bastante água para seu cultivo, ao mesmo tempo que não suporta solos encharcados.
A propagação do gengibre é vegetativa, utilizando partes do rizoma, isto é, a mesma parte da planta que consumimos também é utilizada para plantá-la. É fundamental que o material propagativo esteja sadio, livre de pragas e doenças.
O plantio é feito na época chuvosa, variando de agosto a novembro dependendo da região, sendo setembro o mais comum. Independente da data de plantio, a maturação ocorre entre junho e julho.
O gengibre se desenvolve melhor em solos argilo-arenosos, bem drenados, férteis, com pH entre 5,5 e 7, e ricos em matéria orgânica. Solos argilosos e compactados podem deformar os rizomas.
A seguir, confira o passo a passo de como fazer o plantio dessa especiaria em vasos.
Como plantar gengibre em vaso
Em primeiro lugar, escolha o vaso: ele deve ter pelo menos 30 cm de altura para comportar o crescimento dos rizomas do gengibre. Depois, prepare o substrato: terra vegetal, adubo orgânico (humus de minhoca, por exemplo) e areia, em uma proporção de 5:4:1.
Comece fazendo a camada de drenagem no fundo do vaso, adicionando argila expandida ou pedras, depois areia ou uma manta de drenagem. Acrescente o substrato já homogeneizado, deixando um espaço de cerca de um palmo sobrando no topo do vaso.
Agora chegou a hora de plantar! Você pode escolher um pedaço de gengibre que já esteja brotando, e neste caso, é só cavar um espaço no vaso, colocá-lo de modo que o broto fique voltado para cima, e cobrí-lo de terra, deixando apenas o broto para fora.
Caso o gengibre não tenha brotos, você deverá enterrá-lo e aguardar brotar, regando sempre. Porém, tenha cuidado para não regar demais, senão o rizoma pode apodrecer. Algumas pessoas preferem dispor o gengibre de maneira que fique metade coberto de terra, e metade fora. De todo modo, deve levar de 15 a 20 dias para começar a crescer um broto.
Uma vez que o gengibre brotar, basta oferecer água e um ambiente com boa luminosidade (não precisa ficar a sol pleno) e ele deverá crescer podendo atingir cerca de 1 metro de altura. Apenas atente-se para sempre cobrir de terra os pedaços do rizoma, conforme forem aparecendo enquanto a planta cresce.
Para colher, não há necessidade de arrancar a planta inteira. Você pode apenas cortar um pedaço do gengibre de acordo com a sua necessidade e conservar o restante no próprio vaso.
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Como plantar gengibre na terra
Como dissemos anteriormente, o gengibre gosta de clima quente e úmido e solos mais arenosos, dessa maneira, aqui no Brasil é comumente cultivado em áreas litorâneas, principalmente no Espírito Santo, São Paulo, Paraná e Santa Catarina.
As variedades de gengibre mais cultivadas são a Gigante Chinesa (Blue green ginger) e a Japonesa (Yellow ginger). Na região sul são mais utilizadas as variedades Havaiana, Jamaicana, Takahashi e IAC.
Para o plantio, utilize pedaços de rizoma de cerca de 100 g, com 3 a 5 brotos, advindos de lavouras sadias. O espaçamento pode variar de 90 a 120 cm entre linhas e 20 a 30 cm entre plantas. Os sulcos devem ter 20 cm de profundidade. Depois de distribuir as mudas, cubra-as com 10 cm de terra.
É importante que seja realizada calagem, visando prevenir a ocorrência de um distúrbio fisiológico chamado “jacaré”, onde aparecem rachaduras na película do rizoma. Quanto à adubação, quando é feita organicamente proporciona um grande diferencial no rendimento do gengibre, devido à liberação gradativa dos nutrientes.
A irrigação deve ser feita periodicamente, pois o gengibre é uma planta exigente em água, porém o solo não pode ficar encharcado para evitar o apodrecimento do rizoma. Sendo assim, os sistemas de irrigação por infiltração ou localizado são os mais indicados, apesar de o sistema por aspersão ainda ser o mais utilizado.
Ademais, durante o cultivo devem ser realizadas as chamadas “amontoas”, isto é, com o auxílio de enxada, retira-se terra da parte inferior do camalhão para colocar para cima da linha de plantio. Isso é feito para facilitar o desenvolvimento das raízes e proteger os rizomas do sol.
O ciclo vegetativo do gengibre pode variar de 7 a 10 meses. A colheita deve ser feita quando a planta apresentar redução, amarelecimento das folhas e murcha dos brotos e das flores.
E então, esse texto foi útil para você? Se gostou, aproveite e confira nosso artigo sobre como cultivar temperos em vasos. Boa leitura!
